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Uma carreira digníssima, era qual Ohana Lefundes trilhava. Herdeira de uma das maiores agências de modelagem do país, residente em Miami. Dona de uma reputação estável, bem vista e muitas das vezes, até mesmo invejada. Os saltos altos e de grande patamar, trilharam o caminho até a primeira sala do 36º andar de um dos prédios mais altos da cidade. O barulho ecoante, chamou logo a atenção da secretária, qual aguardava ansiosamente pela chefe, qual retornava das medianas férias em Madrid.

-Celine: Já estamos mais que preparados para o desfile anual. - ela comentou extremamente ansiosa, pondo-se a caminhar atrás da chefe. Que em momento algum, diminuía os passos. - Os contratos foram assinados, então.. juridicamente se encontra tudo correto e perfeitamente alinhado. Nossa principal stylist está cuidado de tudo, em breve terá na sua mesa os desenhos a mão das peças a serem apresentadas.... Quais recebemos da marca contratante. - a garota falava sem parar, deixando esvair de Ohana toda paciência.

-Ohana: Tudo bem, Celine! - ela soou interrompendo, entretanto, calma. - O que acha... de me passar tudo isso através de um e-mail, de forma resumida?

-Celine: Mas, isso me tiraria toda a manhã. - ela soou com chateação, tendo a postura feminina virando-se para si.

-Ohana: Então faça quando puder, apenas... para de falar, por hoje. Ok? - pediu encarecida.

-Celine: Tudo bem. - a loira reajustou os óculos na face e engoliu em seco. - Quer ficar sozinha? - questionou mansa. Costumavam ter uma ótima relação, mas quando Ohana estava mal, era melhor deixá-la em paz e apenas realizar sua vontades, quando solicitadas.

-Ohana: Prefiro. - assentiu milimetricamente, tendo em face a expressão ainda frustrada. - Não é nada com você. Compreende, não é? - a jovem loira e secretária, assentiu.

-Celine: Você só teve semanas difíceis, eu entendo. - sorriu fraco. - Mas olha... eu trouxe seu café preferido. - ela estendeu a delicada mão, entregando-a um copo biodegradável com café gelado de uma das melhores cafeterias de Miami.

-Ohana: Foi até.. Bal Harbour, para comprar um café? - questionou sorrindo de canto, e aquilo foi gratificante para a secretária. A cafeteria não fazia entregas.

-Celine: Sim. - assentiu milimetricamente, e Ohana sussurrou um quase inaudível "obrigada". - Eu me importo com você, não se esquece disso.

A garota de postura alinhada, cabelos loiros e longos, rosto delicado e falar manso. Saiu em passos ritmados, deixando estática e sozinha, Ohana em meio aquele grandioso corredor. A agenciadora caminhou lentamente até sua sala, no andar, e então sentou-se na enorme cadeira de couro. Colocou a bolsa de grife que carregava, sobre a mesa, e posteriormente levou o café aos lábios. Deliciou-se com o sabor amargo, forte, e gelado. Aquilo era horrível em qualquer outro paladar alheio, mas ela adorava.

Vinha fugindo dos próprios sentimentos, devido a um término recente. Sempre foi bem recatada e cuidadosa consigo, mas por uma carência tremenda, entregou-se à um amor vago e sem profundidade. Deixando abismar-se em meio a tanta exaustão. Ramom tinha sido para si, um homem incrível no início, ao menos achava isso. Mas com o passar do tempo... tudo foi água abaixo, os horários não se encaixavam, quase não se viam... tornando cada vez, o sentimento menor, mais ralo, mais fraco, por sua parte. Visto que para ele, tudo ainda era muito intenso. Ohana não tinha como sustentar um amor, sem poder vivencia-lo de tão perto. Era... impossível. Não tinham tempo para compartilharem juntos, e por isso, optou por colocar um ponto final, mesmo que o homem não aceitasse tão bem. Outrossim, aquilo vinha sento uma mediana alimentação para o ego da já frustrada mulher, em relação ao amor.

As luzes escuras, as cortinas fechadas e todos os aparelhos tecnológicos desligados, fôra a fuga para Ohana permanecer estática, jogada na enorme cadeira de couro, com os olhos fechados, recordando-se dos perfeitos momentos tido ao lado do homem. Ainda que não houvesse um sentimento firmado por sua parte, sentia-se bem quando com ele. Recordou-se das manhãs longas na cama, dos dias frios na Inglaterra, dos resquícios de paixão deixado por Madrid...

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora