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Ohana:

Acabamos dormindo o voo inteiro, e assim que chegamos ao Brasil, em específico no Rio de Janeiro, fomos para o hotel. Era muito cedo, e estávamos cansadas. Assim como Théo, que felizmente dormia nos braços da ruiva. Larissa colocou ele na cama, e finalmente tivemos um tempinho a sós.

Tomamos banho juntas, ela penteou meu cabelo e me ajudou a secar. Ela sempre fazia essas coisas, era sua maneira de querer me agradar as vezes. Me mantive a sua frente, e depois de colocar o secador sobre o apoio, ela segurou minha cintura e beijou meu ombro.

-Ohana: Quer ir pra cama? - perguntei baixinho e ela sorriu assentindo.

Levei a mão a acariciar sua nuca e ela levou-se a esconder o rosto em meu pescoço, abraçando-me mais forte por trás.

-Larissa: Eu te amo. - ela disse baixinho.

Larissa:

Ela sorriu como uma criança boba, assim que a fiz meras cosquinhas. Deixei beijos por seu rosto e então vestimos roupas confortáveis, e deitamos juntas. Acabei por deitar no meio, tendo Theodoro abraçando-me de um lado, e a loira do outro. Eu ainda passei um tempinho acordada, acho que estava mais nervosa que eles.

Ainda fiquei demasiado tempo ali, olhando pro teto. Eu nunca tinha apresentado ninguém pra minha mãe, isso era completamente diferente. Acho que essa euforia toda passaria depois que fizéssemos isso. No fim, acabei ficando acordada o tempo todo, e quando Ohana acordou pouco depois de Théo, fizemos higienes outra vez e levei-os a uma cafeteria escolhida pela loira.

Observei Ohana por alguns minutos, ela tinha uma tranquilidade exacerbada como de costume. Tinha os cabelos presos despojadamente, usava óculos escuros, e roupas casuais, mas sem perder o estilo continuo da patricinha meiga que ela era. Os fios dourados ainda presos, destacavam-se graças as vestes de tons claros.

-Ohana: Tudo bem? - ela questionou doce, tocando-me o ante-braços e eu assenti. - Você fica me encarando e eu penso que tem algo errado. - ela sorriu ladina.

-Larissa: Apenas admirando você. - salientei e ela sorriu boba.

Ela inclinou-se dando-me um selinho rápido, e senti posteriormente sua mão repousar sobre minha coxa. Passei a observar ela dar sua atenção a Theodoro que ainda tinha uma leve dificuldade em comer sozinho, graças a pouca idade. Ele ainda estava aprendendo as coisas por mais que já fosse nímio inteligente.

Depois de tomarmos café da manhã, recebemos o carro qual Ohana insistiu por ter disponível. Disse ela que teríamos mais facilidade e de fato era verdade. Eu dirigi até o bairro qual minha mãe tinha se mudado a cerca de dois meses. Eu vinha mandando o suficiente pra bancar um lugar melhor pra ela, e Renan, meu irmão estava também ajudando com isso. O pequeno Théo parecia surpreso, ele continuava a ressaltar o quanto o Brasil era diferente, ele dizia que as pessoas eram mais alegres. Isso tinha começado quando ele se sentiu extremamente paparicado pela garçonete na cafeteria.

De fato, em Miami as coisas eram bem diferentes. Não tinha toda essa simpatia e euforia no comunicar. Era tudo mais... sério, sem graça, sabe?

-Ohana: Ok... acho que estou um pouquinho nervosa agora. - ela mostrou o pequeno espaço entre o polegar e o indicador, me levando a sorrir, enquanto olhava-me semicerrado. - Sua mãe é paciente como nas ligações, não é?

-Larissa: É, ela é. - afirmei e vi a loira assentir milimetricamente. - Com toda certeza ela é.

Saímos do carro, e Theodoro rapidamente correu para segurar minha mão. Adentramos o elevador do estacionamento e subimos até o 7º andar do prédio, toquei a campainha do apartamento e esperamos por um tempinho. Eu sabia que ela não estava trabalhando, bem, na verdade... Ohana tinha cuidado disso. Não demorou muito, e o abrir de porta foi completamente emocionante. Ela praticamente se jogou em meus braços, já fazia meses que não nos víamos e eu juro por tudo... aquele abraço era minha maior saudade.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora