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Pediram... tá aí 🥴

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Ohana:

Larissa saiu cedo demais, estava com a agenda cheia e eu compreendia isso. Quando sai do seu quarto, era por volta das 8:00 da manhã, desci as escadas depois dos feitos matinais e encontrei Yasmim na sala de estar. Ela tinha sobre a mesa de centro um livro, um xícara com aparente café bem forte e... algumas folhas cheias de anotações.

-Ohana: Bom dia. - mencionei, chamando-a atenção rapidamente.

Ela ajustou os óculos a face e sorriu pra mim, salientando o mesmo. Sentei-me ao seu lado com calmaria e de relance vi que ela fazia correções do livro qual escrevia atualmente. Por curiosidade, acabei por ler uma de suas obras e... de fato, ela era boa no que fazia, isso não causava dúvidas. Ela perguntou se eu queria comer algo, mas evitando incomoda-la, apenas respondi que estava sem fome. Ela estava bem focada ali, eu não queria interromper isso.

Depois de falar brevemente com o avô da modelo, que também estava de saída para um jogo de golfe, deixei um beijo rápido na testa de Yasmim, e então segui para fora. Nos dávamos bem, muito bem por sinal. Era manhã, mas o sol não poupava tempo em resplandecer, o que rapidamente me fez levar os óculos escuros ao rosto, assim que entrei no Jaguar.

(...)

Depois de ir pra casa, tomar banho e comer alguma coisa. Dei início ao que precisava ser feito no escritório mesmo, enquanto conversava com Chloe. Eu não estava muito atarefada por momento, e isso me dava liberdade e oportunidade de ouvir a caçula por mais tempo.

Quando Chloe me deixou a sós, e eu me vi com tempo vago, busquei algo na gaveta trancafiada, que eu não usava a meses. O segurei em mãos e respirei fundo por alguns segundos, encarei-o, recoloquei-o no lugar umas duas vezes, e no fim, acabei pegando-o e lavando-o comigo para o Cigar Room. Fechei as portas do cômodo, caminhei até o interior e sentei-me no enorme sofá de couro. Fechei os olhos por alguns segundos e levei o POD com sabor de maça verde aos lábios. O traguei como não tragava nada a meses. E o soltei com pesar, sentindo o cheiro leve de maçã misturado a fumaça, enquanto aos poucos um sorriso de alívio ia surgindo entre meus lábios.

Servi-me um dose de Bourbon, e sentei-me outra vez. Ingeri um pouco, traguei outra vez, e senti que tinha literalmente: um dirigível em minha cabeça. As luzes negras estavam acesas... não tinha ninguém ali.  E aí eu me via fumando... bebendo e retornando a maldita nostalgia.

Não haviam causas, eu só queria sentir alívio.

Eu só queria aliviar a sensação de como era estranho, tudo estar dando certo. Nada nunca dava certo, sempre tinha algo ruim prestes a acontecer. Por que não agora? Por que não estava acontecendo?

Eu tinha tido um filho não planejado, uma irmã morta, o relacionamento com os pais arruinado, um trabalho cansativo e grandes traumas. E agora... tudo estava voltando a estabilidade, e eu ainda tentava assimilar e me adaptar outra vez. Busquei o celular, e como uma resposta do destino, estava lá. Eu sorri em frustração, não era algo que eu queria ver, mas aconteceu. Sempre aparecia algo pra me tirar do eixo, nem que fosse só por algumas horas. Sempre acontecia, não é? Só estava demorando mais que o comum.

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