60

1K 65 8
                                    

Ohana sentou-se na cama após o banho com a namorada. Vestia uma blusa larga da ruiva, e apenas um conjunto lingerie por baixo. Tinha os cabelos presos a um coque rápido, e mantinha-se fitando os próprios pés.

-Larissa: Está tudo bem, meu amor? - questionou baixinho.

-Ohana: Sim. - respondeu sorrindo fraco, erguendo o rosto para olhá-la.

Larissa:

Ela respirou fundo e roubei um selinho. Levantei-me e dei passos curtos devido à proximidade, ficando de pé em frente à ela. Levei ambas as mãos a segurar seu rosto, adentrando seus fios aos poucos, a proporção em que acariciava sua cabeça com a ponta dos dedos. Seus olhos castanhos cercavam-me com imensidão, eu podia sentir-me segura e em paz, tendo-a ali, tão perto.

-Ohana: Eu te amo. - ela sussurrou pra mim. - Muito, muito mesmo. Nunca pode se esquecer disso, tá bom?

-Larissa: Eu também te amo e não quero que esqueça disso. - ressaltei. - Mas porque me disse assim? Está me olhando... diferente. - disse baixinho.

Ela levantou-se, envolvendo meu pescoço com os braços e logo segurei-a pela cintura. Suas unhas tocaram-me a nuca, arranhando de leve, causando-me os arrepios de sempre. Ela mordiscou os próprios lábios e eles ficaram um pouco mais rosados, humedeceu-os em seguida e suspirou pesado. Olhou-me nos olhos e eu logo soube que tudo que preparava-se para dizer-me, viria com uma sinceridade e convicção surreal.

-Ohana: O mundo lá fora é horrível, a mídia em si também. - ela disse baixinho, sem desviar o olhar do meu. - Faço parte dos alvos que recebem ataques, e isso me ocorre desde a adolescência. Não só a mim, mas vem ocorrendo com a Chloe, e também foi a realidade da Olivia até os últimos dela.

Eu escutava-a atenta, sabia que aquilo era importante e talvez fosse um dos conselhos que eu mais precisasse para me sentir mais segura de mim mesma. Era a realidade qual eu partilharia com ela a partir do momento em que nos assumíssemos e eu queria saber, entender e sentir-me da forma com que ela lidava. Porque Ohana era meu porto seguro, de qualquer forma, ela me deixava parecer que a vida era mais fácil.

-Ohana: Eu não quero assustar você e te induzir uma ideia de insegurança ou medo. Essa nunca foi a pauta, hum? - eu assenti baixinho, e ela respirou fundo. - Compreende que fazemos parte de uma minoria, ainda que sejamos muitos. E eu compreendo que... lidar e tentar não se importar com os comentários preceituosos e ignorantes, é difícil. É muito, muito difícil mesmo. Eu não sei como é passar por isso, na situação em que estamos porque também me descobri agora, então... vamos descobrir juntas. Machismo, me ocorre desde sempre e eu já sei mais ou menos o caminho pra lidar. Eu só quero que... não se sinta encurralada porque eu nunca, em hipótese alguma, vou deixar que coloquem você nessa posição. Está me entendendo?

Assenti enquanto permanecia atenta, e ela colocou-me alguma fios atrás da orelha. Acariciou-me a mandíbula com o polegar, dado o pegar que tinha em meu pescoço.

-Ohana: Uma coisa muito importante, que eu quero não duvide, é da sua capacidade e da minha compreensão por ela. Você de cara, está entre as 5 melhores modelos que eu tenho. Eu não escolhi você pra ser a face da minha expansão, atoa. Não escolhi você pra isso por que te amo, não te escolhi pra isso pra te dar favoritismo. Escolhi porque é capaz, inteligente, responsável e acima de tudo, uma excelente profissional. Eu reconheço isso, sou grata pelo seu trabalho e orgulhosa demais por tudo que tem feito e conquistado. Ninguém nunca vai mudar isso, ou me impor a ideia de que só chegou aonde está, por minha causa. Isso não é verdade. Você é grandiosa, e parte da América do Norte já reconhece isso. Seu nome já não é burburinho, ele faz parte de projetos enormes. Você está alcançando cada dia mais passo a passo de um patamar inigualável. Foram só 6 meses, e olha tudo que conquistou? É impressionante... - ela sorriu orgulhosa.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora