Curvilíneas - Ohanitta

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Ohana:

Acabei por comunicar a Yasmim sobre a melhora parcial dela e do garoto. Théo já tinha falado com ela algumas vezes por chamada, eles se davam bem, mas ainda não tinham tido a oportunidade de se conhecer. E nós duas preferimos por isso, ao menos enquanto ambos estavam doentes.

Larissa continuava sem colaborar comigo ou Martin, referente a medicação. Mas estava um pouquinho melhor. Não havíamos discutido mais, eu havia prezado por não irritá-la e ela por permanecer calada e não me estressar.

Quando desci as escadas com o garoto, já de banho tomado e vestes limpas, no entardecer. Vi uma cena completamente incomum, que nos meus pensamentos seria praticamente impossível. Pra quem não apoiava relacionamentos como esse, dar afeto a alguém que era importante pra mim parecia um passo muito longo.

-Ivana: Por que você é tão teimosa? - ouvi a voz tranquila da minha mãe ecoar, enquanto tinha Larissa com a cabeça deitada em suas pernas.

-Larissa: Eu não sou teimosa. - ela rebateu rapidamente.

Theodoro subiu no sofá e com mediana dificuldade colocou-se sobre o colo dela, sentando-se sobre as pernas da ruiva. Levando as mãozinhas a segurarem-se na camisa larga usada por ela. Eu apenas levei-me a sentar no outro estofado, enquanto tinha o celular em mãos.

Não interferi na interação entre os três. Mas me surpreendi quando meu pai passou pelo hall da casa e adentrou a sala de estar. De fato não era assim que planejávamos que ele a conhecesse melhor, tínhamos até marcado um jantar pra isso. Mas aparentemente isso não rolaria como planejado, já que ele encarava-a de certo modo, peculiar. Eles já tinham se visto outras vezes, mas nada de um conversar longo e presado aos dois. Quando ele a viu, ela ainda era minha: "amiga".

-Larissa: Boa tarde. - ela mencionou sorrindo sem graça, e vi minha mãe sorrir.

-Sidney: Boa tarde. - ele respondeu-a no mesmo tom, a medida em que passou a retirar o blazer.

O vi permanecer com o colete azul marinho sobre a camisa social branca. Ele aproximou-se dela e com um cumprimento comum, a recebeu e certa forma. Direcionou-se para mim e sentou-se ao meu lado, com tremenda calmaria. Larissa ainda recebia o cafuné da minha mãe, enquanto Theodoro permanecia em cima dela.

-Sidney: Seus avós chegam na sexta. - ele disse paciente, tirando o celular do bolso com sutileza. - Adoraria que estivesse presente, Larissa. - ele soou tranquilo, chamando a atenção dela.

-Larissa: Tem certeza? - questionou a ele meio tímida, e eu sorri ladina.

-Sidney: Claro. - ele sorriu. - Você é a mãe do meu neto, e agora faz parte da família. É mais que justo.

Eu estava orgulhosa por ele, por nós. Por termos conquistado a confiança deles e principalmente por ambos aceitarem como tínhamos decidido levar as coisas. E eu estava ainda mais orgulhosa, por a reconhecerem como mãe do Théo. Ela era a mãe dele.

-Larissa: Obrigada. - ela sorriu meio tímida, e ele assentiu milimetricamente. - É importante pra gente, tudo isso... - ela salientou baixinho.

-Sidney: Sabemos disso. - ele sorriu ladino. - Não seja tímida, eu imploro. - ele sorriu ainda mais. - Você faz parte da família.

(...)

Ivana:

Era madrugada quando sai do quarto por estar com insônia, e até pelo conversar lá fora que me incomodava. Quando direcionei-me ao quarto de Ohana, deparei-me com Martin a ajudando colocar algumas documentações em uma das suas dezenas de bolsas de grife.