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Na manhã seguinte, ás 8:00 em ponto lá estava Ohana. Descia do Cadillac preto com ajuda de seu motorista, tinha em mãos o garotinho de cabelos escuros e expressão singela. Ele vestia um moletom em tonalidade rose, carregava no pescoço uma sútil correntinha de ouro branco. Usava uma calça em jeans azul e sapatos branquíssimos. Os cabelos escuros, vez ou outra ia ao rosto, era mediano, liso. A agenciadora, usava roupas sociais, e por cima, devido ao frio matinal, um belíssimo sobretudo preto. Ele escondia suas curvas, desfrisava todo seu corpo exuberantemente lindo e esteticamente padronizado.

-Celine: Larissa está a sua espera no salão, como pedido. - a secretária mencionou assim que acompanhou a agenciadora na entrada do prédio.

-Ohana: Ok, organize as papeladas por mim de agora em diante. Eu tenho um único foco essa semana, aquela garota. - disse paciente. 

-Celine: Não pode focar só nela, trará problemas.

-Ohana: Ela será a solução para os problemas futuros. Ela tem tudo que eu buscava.

-Celine: Buscava o básico, padrão? - questionou sorrindo fraco, desacreditada. - Posso te levar nos andares do seu prédio e garanto que em todas as salas vai encontrar dezenas de "Larissas".

-Ohana: Não, Celine. - sorriu fraco, retirando os óculos escuros. Encarando-a mesmo que ainda tivesse o filho nos braços. - Eu buscava o desigual, o único. E eu encontrei, nela. De alguma forma. Veja você, ou não...

-Celine: Eu espero que não se arrependa. - disse preocupada.

-Ohana: Esvazie o salão, eu quero somente ela e a passarela. Diga a Arielle que deixe looks disponíveis, e leve o Théo para a babá por favor. Ela estará no meu escritório.

-Celine: Vai deixar uma desconhecida no seu escritório?

-Ohana: Não. - respondeu paciente. - Leve-a para o cômodo pertencente ao Théo.

Ohana havia planejado uma sala do andar principal pra o filho. Lá tinha uma pequena parte com brinquedos, um closet com roupas, fraudário e materiais necessários para fazer as refeições não sólidas. Em um frigobar, alimentos saudáveis e outros quase, por alguns ser parte dos industrializados.

-Celine: Tudo bem.

-Ohana: Ligue as câmeras, não confio em deixar o Théo com quem quer que seja. - disse paciente enquanto caminhavam ao sair do elevador. - E me chame se precisar de algo.

-Celine: Esse "algo" é referente somente a caso de morte, acidente ou seu filho. - ressaltou recitando o óbvio, e Ohana assentiu, dando demasiada importância.

(...)

Ohana tomou caminho diferente da secretária, e foi em direção ao enorme salão aberto. Haviam janelões por todo lado, uma climatização ótima devido aos ar-condicionados e uma passarela adaptada para o espaço. Encarou a ruiva ainda um pouco distante, mas manteve-se inexpressiva.

-Larissa: Vai ficar brava se eu disser "bom dia"? - questionou paciente e a loira sorriu de canto.

-Ohana: Odeio pessoas que acordam felizes.

-Larissa: No meu ponto de vista, você odeia tudo. - soou singela e Ohana desviou o olhar. - Eu não faço parte das pessoas que acordam felizes. - retomou o assunto, dizendo rapidamente. - Mais um ponto pra mim? - fez falsa dúvida.

-Ohana: É... - sorriu boba. - Mais um ponto pra você.

-Larissa: E o "bom dia", você quer? - questionou sorridente, levando Ohana a assentir. - Bom dia.

-Ohana: Você é tão... - ela pareceu leve.

-Larissa: Idiota?

-Ohana: Não... genuína. - disse cautelosa, ainda fitando a outra com paciência.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora