Curvilíneas - Ohanitta

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Larissa:

Por termos deitado cedo, acabei também pegando no sono. Dado a isso, acabamos por acordar ainda medianamente tarde da noite, e Theodoro também, que logo saiu do quarto para ir em busca de Chloe. Por volta das 23:00. Tomamos um banho quente juntas e ainda na banheira, Ohana sentou-se em meu colo, repousando ambas as mãos em meus ombros.

-Ohana: Tive que adiar por conta da apresentação escolar do Théo, não consigo não participar desses momentos dele, entende? Aí embarcamos no sábado à noite. - sussurrou, brincando com o delicado colar em meu pescoço, após meu pensar se resultar em uma decisão positiva. - Vamos ter o domingo só pra gente... e a partir da segunda você passa a me ter cada vez menos.

De fato. Ainda que eu estivesse com ela, não a tinha em momentos como aquele. Ela sempre estava focada, presa a outras pessoas devido o profissionalismo. Ainda que ficasse ao meu lado, estaria dando atenção a demasiadas burocracias. Eu já estava um pouquinho acostumada com essas suas ações, era a forma dela de lidar e de conseguir fazer tudo mais rápido. E eu sabia bem disso, porque as vezes acabava dormindo ao seu lado, na sua cama, enquanto ela trabalhava no notebook, estando sentada ao meu lado. As vezes virava até a madrugada fazendo isso. Outrossim, ela também passava a ter um terrível humor. Mas eu tinha certeza que nós nos aprofundaríamos ainda mais nisso, porque seriam poucos dias, mais horas corridas, e isso acarretaria uma piora gradativa.

-Ohana: Desde já eu já peço desculpas. - ela sorriu fraco, me olhando nos olhos. - Eu não quero ser chata, mas sei que vou acabar sendo. Sabe disso desde o dia que me conheceu. - ressaltou e eu logo lembrei da primeira vez. Acabei sorrindo ladina. - Eu sei que venho tentando, e prometo que vou continuar tentando ser um pouquinho melhor...

-Larissa: Eu compreendo, está tudo bem. - respondi-a, convicta. 

Toquei-lhe a lateral do rosto, e deixei um beijo sútil em seus lábios.

Enquanto ali por grandioso tempo, acabamos chegando em pauta, o Théo. Ohana não me falava muito sobre a relação dele com o pai, que aos pouquinhos estava se aproximando e Théo vinha aceitando isso. Mas para Ohana ainda era complicado.

-Larissa: Como tem sido lidar com o Brandon? - questionei levemente curiosa, acariciando-lhe o rosto, com o polegar.

-Ohana: Na verdade ele quem tem lidado comigo... - sorriu fraco. - Alguns surtos de ciúmes, mas nada fora do limite. - sorriu fraco. - Estamos tentando
nos dar bem... pelo Théo, claro. Tenho aberto mão de certas coisas, por isso.

-Larissa: Abrir mãos não te afetou de forma negativa em nada, não é? - perguntei paciente. - Eu me importo com o que você sente, com o que passa, com o que pensa... com tudo. E prezo por isso.

-Ohana: Eu juro, está tudo bem. - confortou-me, relaxando a palma da mão sobre meu colo.

Senti seus delicados dedos, acariciarem-me abaixo da clavícula. Seus olhos fitarem-me com carinho, e logo sua mão tornar a entreter-se com a correntinha em meu pescoço. Ohana respirou fundo e deitou a cabeça em meu ombro, recuando um pouco mais para dentro da água quentinha. Retirei minhas mãos de suas coxas e levei para suas costas, fazendo um carinho vagaroso, dedilhando sua coluna enquanto sentia sua respiração morna em meu pescoço.

-Larissa: Seu pai ainda não sabe... não é? - questionei baixinho.

Ela acariciou-me o ombro livre e sussurrou positivamente.