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Larissa:

Quando cheguei em casa, era por volta das 20:00. Ela tinha voltado sozinha, discutimos outra vez, por telefone, e eu acabei indo pra casa.

Nada me deixava tão encantada como ela. Ela podia ser o meu ponto de paz, ou veneno que corria pelas minhas veias prestes a me matar, em questão de milésimos de segundos. Me tirava do inferno e me levava aos céus, mas quando se enfurecia e me afastava pra longe, era como se arremessasse-me outra vez a um cubículo de lamúria, insegurança e chateação. Nada me matava como ela. Me fazia correr em direção ao limite, e se me pedisse mais, eu o ultrapassava sem pensar duas vezes.

Depois de tomar banho, fui até o quarto da universitária, sentei-me na cama enquanto Pocah olhava-me ainda estática.

-Pocah: O que você tem? - ela questionou sorrindo ladina.

-Larissa: Eu não quero falar sobre isso... - eu respondi-a baixinho, e ela sentou-se ao meu lado.

Tirei toda atenção dela quando meu celular começou a tocar. Era o Theodoro querendo fazer FaceTime, e rapidamente eu aceitei. Caminhei de volta ao meu quarto, enquanto via o garoto na tela, e ele sorria bobinho pra mim.

-Theodoro: Você não vem pra casa? - ele questionou inocente. - Essa é sua casa também.

-Larissa: Acho que hoje não... Théo. - respondi-o com carinho.

-Theodoro: Por que não? - ele soou frustrado. - A mamãe está brava, mas você pode dormir comigo. Eu ainda sou seu filho, não sou? - ele questionou inseguro.

-Larissa: Théo! - chamei rapidamente. - Minha discursão com a Ohana, não muda isso. Tudo bem? Você é minha família, sempre vai ser. Independentemente da circustância.

-Theodoro: Vem pra casa. - ele pediu mais uma vez, dengoso. E eu notei que ele estava um pouco rouco. - A mamãe mandou você olhar as mensagens dela. - ele disse depois de alguns segundos, quando desviou a atenção de mim.

-Larissa: Diz pra ela que ela não manda em mim. - ele repetiu o dito pra quase loira, que o instruiu a dizer algo.

-Theodoro: Ela disse que manda em você sim. - ele relatou paciente. - Mamãe você pode olhar as mensagem dela, não sou o pombo correio de vocês... - ele pediu-me.

Encerrei a chamada, vesti um moletom e esperei por ela

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Encerrei a chamada, vesti um moletom e esperei por ela. Ela nunca me deixava ir ou vir sozinha, a menos que fosse alguém de confiança comigo. Tinha essas preocupações, sempre. Quando chegou, apenas entrei no Bentley e ela olhou-me de relance. Fiquei encarando-a por alguns segundos, ela ainda estava brava comigo.

Eu olhei pra ela, e sorri rapidamente quando ela me olhou de volta, mesmo que estivesse séria. E quando sorri, rapidamente ela desviou a atenção outra vez.

-Larissa: Você fica linda quando está brava, sabia?

Permanecemos ali, em silêncio por alguns minutos. Já se passavam das 23:00, era tudo muito monótono, ainda que fosse em bairro residencial. Tínhamos privacidade de certo modo.

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