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Retornar para dentro de casa foi extremamente terrível quando minutos após um novo banho quente, roupas limpas e sentar-se no sofá, teve o olhar de sua mãe lançado sobre si.

-Ivana: Que palhaçada... foi essa? - questionara sem pudor algum.

-Ohana: Como assim, palhaçada? - soara confusa, de fato.

-Ivana: Essa garota outra vez dentro da nossa casa sem fins algum? - aquilo soou rude. - A que propósito? Saindo de manhã? Ela passou a noite aqui?

-Ohana: O propósito... seria que, eu a queria aqui. - respondeu com rir nasal, extremamente desobediente.

-Ivana: Em horário descomunal? - sorriu. - Porque pra sair às 9:00 da manhã, no mínimo ela chegou às 6:00. Ninguém sairia às 6:00 de casa pra visitar a chefe, faça me um favor e não minta.

-Ohana: Ah... claro, você quer honestidade. - sentou-se melhor, com a postura ereta e uma atenção demasiada. - Ás 2:00 da madrugada.

Não mentiria ao todo, mas também não confessaria o que fizera. Afinal, era explícita a não aceitação deles quanto aquela causa.

-Ohana: Precisei dela para findar alguns projetos e não hesitei em chamar quando notei que ela ainda estava acordada. - soou eloquente, mentirosa. - Ela aceitou, e então paguei a ela um uber até aqui. - Não envolveu o funcionário, visto que não queria prejudicá-lo. - Já que Celine precisávamos destes mesmos projetos hoje pela manhã.

-Ivana: Que papo... furado. - sorriu patética.

-Ohana: Eu tenho mantido com ela uma relação de amizade. - ergueu-se, caminhando até a mãe. - É difícil ter isso no meio da moda. E como assinamos um contrato de longa data, pretendo manter-nos assim. Em sincronia, e sem falta de intimidade.

-Ivana: Está falando a verdade? - questionara duvidosa.

-Ohana: Estou. - sorriu de canto. - Claro que estou. - reafirmou, mostrando-se ainda mais convicta. Ohana podia ser uma ótima mentirosa.

-Ivana: Tudo bem, se prefere assim. - disse, após respirar fundo. - Mas... não a traga durante a madrugada, por favor. E não pense que eu sou idiota.

-Ohana: Eu só... achei que se incomodasse de vê-la andando por dentro de casa. - conhecia bem as insatisfações bobas dos pais.

-Ivana: Dependendo de quem seja, sim. Mas pode trazê-la. Agora que já tenho consciência. - salientou. - Só espero que isso não se torne tão presente, saiba seu lugar como profissional. Apenas prezamos pela sua reputação e por si só.

-Ohana: Tudo bem. - foi tudo que disse, antes de observar a mãe se tirar do mesmo cômodo.

Ohana tornou a sentar-se no sozinha no enorme estofado, enquanto fitava o filho brincar pelo felpudo do grandioso carpete que tomava a sala de estar. Respirou fundo e levou as palmas ao rosto. Aquilo não duraria muito, se seus pais descobrissem a verdade.

(...)

Ohana tentou ser discreta ao sair de casa com o filho, mas aquilo havia ido por água abaixo quando desceu as escadas e encarou os mais velhos na sala principal. A televisão encontrava-se ligada, e na presença deles o ex namorado da loira que constantemente rondava o ambiente com outras intenções mesmo que a única coisa a prevalecer era a amizade com os pais da agenciadora.

-Sidney: Aonde você vai? - questionara paciente.

Era de costume perguntar, afinal Ohana, Olivia e Chloe sempre tiveram suas movimentações muito regradas graças a família conservadora que tinham. Era tudo pouco liberal, muitas das vezes deixavam de frequentar alguns ambientes, perdiam comemorações e até mesmo amizades pelo simples fato dos seus pais não concordarem. Isso, acarretou muito na sabedoria para que fizessem as coisas às escondidas sem serem notadas. E até hoje, Ohana fazia bem o trabalho.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora