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Larissa:

Retornar para Miami, alguns dias depois, foi um baque maior ainda. Se tinham poucas pessoas no aeroporto esperando por nós, graças o alcance que ela tinha em nos privar mais. Entretanto, fomos tiradas dali com rapidez, e em questão de minutos já estávamos em um carro em direção a sua casa.

Era por volta das 5:00 da manhã, eu mal adentrei seu quarto e me joguei em sua cama. Ela sorriu fraco e sentou-se na ponta, apoiando-se na cabeceira a medida em que levou uma das mãos a fazer-me um cafuné. Martin deixou as malas no canto do closet, quais seriam organizadas somente após o amanhecer completo, e então se retirou. Ohana olhou-me paciente e carinhosa como sempre, seus lábios selaram-me a testa e seu cheiro viciante roubou toda minha atenção.

-Ohana: Vou sair daqui a pouco, mas quero te ver aqui quando voltar, hum? - expôs baixinho.

Bem, sem sua presença ali, eu realmente acordaria e iria embora. Estava um pouco tímida e seria a primeira vez que veria seus pais pessoalmente depois de nos assumirmos. Eu não queria definitivamente fazer isso, sem ela por perto.

-Larissa: Aonde você vai? - questionei medianamente dengosa e ela sorriu, ajustando-se na cama após tirar o sobretudo.

-Ohana: Digamos que seja uma surpresa.. - ela salientou e eu sorri.

-Larissa: E eu não posso descobrir antes da hora e fingir que não me disse?

-Ohana: Não. - foi convicta e eu suspirei pesado.

Passamos a ficar em silêncio, e apenas sua presença me bastava. Seus olhos postos sobre mim nunca desviavam, ademais, tinham o afeto de sempre. Seus dedos gélidos ainda adentravam-me a região da nuca, em um cafuné praticamente infindável. Seu cheiro viciante era presente e marcante, sua pele era quente e eu me perdia em todos os seus detalhes, como de costume. Era como uma obra de arte apaixonante e preciosa, qual eu nunca enjoava se presenciar.

-Ohana: Fecha os olhos, hum? - ela disse baixinho ainda acariciando-me, quando percebeu que o cansaço já me vencia ainda que eu tentasse me manter acordada para olhá-la como me olhava.

Senti seus beijos serem deixados em meu rosto após fechar os olhos, e logo fui puxada para seus braços. Deitei a cabeça em seu peito, e agarrei sua cintura. Seu corpo era meu refúgio, tudo ali me tinha e me pertencia de uma forma inimaginável.

(...)

Quando acordei, sentei-me na cama e notei que tudo ali dentro ainda era meramente escurecido. Ohana já não estava na cama, mas seu cheiro ainda rondava todo o ambiente. Levei as mãos ao rosto, respirei fundo e depois me coloquei à ir em direção ao seu banheiro. Fiz as higienes "matinais" e sorri idiota. Quando passei a ter escova de dentes ali e parte do seu closet já ser ocupado por mim?

Procurei meu celular pelo cômodo até recordar-me de que estava na bolsa da loira. Então passei a preocupara-la em seu grandioso closet composto por inúmeras peças de grife, muitas delas exclusivas. Abri a mediana Dior, a preferida dela, e lá encontrei-o. Mas algumas outras coisas me chamaram atenção. Em um dos espaçamentos haviam duas pequenas fotos, e rapidamente sorri ao observá-las. Uma era minha com ela, e a outra... de Theodoro. Eu já era sua família.

Peguei-me olhando aquilo por alguns segundos e me perdi em meros detalhes. Nesta, onde comigo, seus olhos castanhos encontravam-se intensos. O sorriso era mais que apaixonante, em nós duas. Seu rosto estava de junto ao meu, e sua mão repousada em meu ombro. Era a primeira selfie que tiramos juntas, em um almoço pós trabalho. E ela... guardava aquilo com carinho. Tinha até... a data no rodapé do  impresso.

-Theodoro: Lali! - ouvi a voz masculina tirar-me do transe, me levando a pôr sobre a bancada o que ocupava minhas mãos.

Agachei-me e ele abraçou-me como se eu fosse seu mundo. Vários beijos foram deixados em meu rosto e seu corpinho acomodou-se em meus braços, após eu segura-lo em meu colo.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora