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Estar bem nem sempre foi um quesito propício para Larissa, ainda que tivesse pais presentes, uma rotina adequa, e uma família extremamente cuidadosa. E com o decorrer dos anos, a maturidade precoce, seus sonhos insanos e sua força de vontade incomparável... aprendeu a lidar com quase tudo que remetia a si mesma. Aprendeu a respeitar seus limites, seu tempo, suas vontades e suas responsabilidades. Não podia perder tudo isso agora por ciúmes que um outro alguém, provocava. Não podia trazer ao alguém que revelava-se apaixonar cada dia mais um pouquinho, o sentimento de culpa. Ajudar Ohana com isso, não lhe parecia obrigatório, mas era de necessidade tremenda ver quem gostava tanto, também em equilíbrio e estabilidade.

O levar para casa, qual era caminho para a reunião informal de Ohana em um restaurante não tão distante, foi silencioso. A todo momento, Larissa teve a mão da outra em sua perna, como um costume que já haviam criado. Larissa prendia toda sua atenção ao celular enquanto Ohana, mantinha-se atenta nas vias urbanas.

-Larissa: Eu te espero a noite, ok? - disse paciente assim que a outra estacionou em frente a sua casa.

Ohana assentiu e sorriu fraco, inclinando-se para buscar um beijo antes mesmo que a outra saísse do carro. Sua mão sobre a coxa dela, teve a receber a mão quente da outra sobre a sua. Entrelaçando-as.

-Larissa: Se precisar, me liga. - disse com carinho a proporção em que buscou beija-la o pescoço. - Se cuida, meu amor.

(...)

Sentar-se naquela mesa junto a Ramom e seu advogado, de frente a três homens completamente renomados no mercado, fôra um pouco desconfortável. Ser uma mulher de negócios nem sempre era atraente, muitas das vezes a misoginia era explícita e isso acarretava um péssimo humor na loira.

-Anton: Senhor Ramom, com todo respeito... mas eu não esperava os serviços destes agenciadores.

-Ohana: Desta. - o corrigiu rapidamente e o homem sorriu sem graça. - Sou a única aqui com autonomia para decidir algo, portanto refira-se a mim. Com todo respeito. - pontuou.

-Anton: Pra começar, que eu me lembre... eu afastei seu pai dos meus negócios. - soou paciente, com seu ego inflado.

-Ohana: Demitiu. - afirmou. - Mas eu sou outro alguém e tenho uma nova proposta.

-Anton: Com ordem de quem? - sorriu fraco, a proporção em que levou o dedo a apontar para Ohana, Ramom e o assessor da loira.

-Ohana: Com minha ordem. - foi rápida.

-Anton: Por que acha que decide as coisas aqui? - ele sorriu outra vez, inoportuno e mal educado. - Por que acha que decide quem administra as ideias e as propostas das agências Lefundes?

-Ohana: Ora... porque eu sou a dona. - ressaltou, sorrindo surpresa.

-Julls: Do que está falando? - o assessor do homem indecente, questionou rapidamente. - A empresa disponibilizou ações, tornando-a pública de certa forma. A exatamente uma semana. A empresa é pública.

-Ohana: Sim, sim. - sorriu. - Meu pai fizera isso, e como uma boa empreendedora, comprei a maior parte das ações. Através de instituições beneficentes e fundações. Se der uma olhada nos registros o que eu acho seriamente que não fez, vai notar que todas estas conectam-se a mim de alguma forma. Portanto, a agência Lefundes não pertence mais a família, e sim a mim. A verdadeira dona.

-Anton: Não lidar com o seu pai, já me parece um ótimo quesito, pequena Lefundes. - ele pareceu mais compreensivo e atencioso ao assunto. Aquilo lhe atraiu.

-Ohana: Tudo é meio técnico, o importante senhor Anton... é que o futuro desta agência está seguro. - sorriu fraco, antes de erguer a taça de vinho aos lábios. - Assegurado pelo meu patrimônio e por mim mesma. Não há negatividade em aceitar minha proposta, meu pai já não está na frente e nem colocará cláusulas indecentes como da última vez. Asseguro que tenhamos muito a compartilhar, positivamente.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora