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Ao finalizar aquele trabalho, Ohana acompanhou Larissa para dentro do camarim. A esperou guardar os objetos pertencentes enquanto dava atenção ao celular. Não queria sair lá fora, não queria conversar com o contratante qual mesmo era seu ex, tão pouco se manter perto dele e o dar abertura para tornar a debaterem o mesmo assunto. Sua paz interior valia mais.

-Ohana: Vamos? - chamou baixinho, erguendo-se do sofá a medida em que guardava o celular e colocava-se a fitar a ruiva.

-Larissa: Como assim... vamos? - fôra confusa.

-Ohana: Vou te levar em casa. - respondeu óbvia.

-Larissa: Ohana... é longe, além do mais você vai ter um dia longo. Eu posso muito bem ir sozinha.

-Ohana: Eu te levo em casa. - reforçou o dito.

A garota suspirou pesado, e olhou-a com paciência. Ohana mantinha-se distante, enquanto encarava-a como se estivesse fazendo algo comunal. O que de fato, não era. Vinham aos poucos se entendendo, para tornar aquela relação profissional um pouco mais saudável. O que acabou acarretando os beijos de uma forma ou outra. Larissa de fato, queria poder um dia desfrutar mais do que estavam tendo. Mas, também não queria acabar se jogando, e no fim, ficar machucada. Porque sabia, que Ohana ainda tinha muito medo, e provavelmente escolhesse dar ouvido aos traumas.

-Larissa: Está me usando pra evitar ele. - disse após parecer pensativa.

-Ohana: Estou evitando ele porque quero levar você em casa.

-Larissa: Não. - disse rapidamente. - Não mente pra mim.

-Ohana: Eu não quero falar sobre ele, não quero ver ele e não quero ter contato com ele além do profissional. Entendeu? - ela disse rapidamente, um pouco impaciente.

-Larissa: Viu? - mencionou paciente. - Pronto, é mais fácil assumir as coisas e saber o que quer, do que tentar enganar a si mesma se sabe que não vai conseguir.

-Ohana: Eu não quero brigar com você... - disse levemente frustrada.

Ohana engoliu em seco e desviou o olhar, não se sentia tímida, se sentia de certa forma, como um livro de conteúdo difícil, que ainda assim era facilmente entendível por Larissa. A ruiva pegou o casaco sobre a poltrona de frente para o espelho, qual outrora estava sentada para que fosse maquiada. Caminhou até a loira, e tocou-a no punho, chamando sua atenção.

-Larissa: Olha pra mim... - pediu baixinho. - Por favor, Ohana.

A loira fitou-a mesmo com dificuldade, não queria falar sobre aquilo, mas sabia que precisava. Não podia impor a Larissa que aceitasse seus sentimentos inconclusos, e amedrontados. A ruiva não tinha nada a ver com eles.

-Larissa: Não quero ser rude, só quero que seja verdadeira consigo mesma, e comigo. Quero que acima de tudo, exista sinceridade. - soou paciente. - O que de fato quer?

Ohana respirou fundo e deixou a destra da outra entrelaçar-se a sua com vagareza. Seu corpo antes que de todo chamava pelo fugir daquelas perguntas, agora dividia-se em dúvida. Larissa, ou o medo?

-Ohana: Quero levar você pra casa. - seu dizer fôra baixo, doce e convicto.

(...)

O caminho até o andar principal, fôra tranquilo. Após isso, direcionaram-se ao estacionamento do enorme prédio. Ohana havia conseguido evitar quem queria, por mais que já imaginasse que passaria a ter a frequência do homem na sua empresa nos posteriores dias. Ligou o carro após adentrarem-o e com velocidade mediana, saiu do estacionamento.

-Larissa: Acredita no amor? - a ruiva questionou no primeiro semáforo em que pararam momentaneamente. Em uma avenida deveras movimentada.

-Ohana: As vezes acho que não existe amor, ou... o amor não é pra mim. - sorriu fraco. - "No amor não existe meio termo, ou ele te salva, ou te destrói."

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora