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Acabaram tomando por fim, o destino a piscina na área de lazer da mansão. Ohana antes de tudo, tratou de adaptar as imagens de segurança, afinal acabavam sempre demostrando afeto e não queria que por descuido seu, seus pais acabassem descobrindo antes da hora, e de uma forma inesperada. Estavam completamente sozinhas, não havia ninguém, além do cachorro da família e as duas.

-Ohana: Vem cá... - chamou baixinho, levando a estender a mão para a ruiva.

Larissa desceu os degraus com calmaria, aos poucos sentindo seu corpo emergir em parte, na água morna devido ao regulador de temperatura. As mãos molhadas de Ohana, foram de encontro aos seus ombros, antes de desliza-las e levar até a nuca. Acariciando a região com a ponta das unhas.

-Larissa: Não tem problema, não é? - perguntou baixinho, fitando a câmera não muito distante, quase não perceptível por ser instalada em ponto estratégico.

-Ohana: Não. - disse convicta. - Eu adaptei as imagens, tudo que vai aparecer enquanto estivermos aqui, é apenas uma piscina vazia.

-Larissa: Como fez isso? - questionou sorrindo fraco.

-Ohana: Eu tenho meu lado inteligente, ok? - ela disse brincalhona, e Larissa sorriu.

-Larissa: Você é sempre inteligente. - ressaltou a admiração.

Ohana sorriu sem mostrar os dentes e aproximou-se um pouco mais. Podia sentir seu corpo unir-se ao da outra, mesmo que por baixo d'água. Seus toques na nuca da modelo, a levavam a arrepiar-se involuntariamente e esse era um dos maiores vícios de Ohana. Era como se: O corpo da outra falasse consigo. Cada mínima reação, era sempre uma demonstração inequívoca.

-Larissa: Eu não sou religiosa... mas às vezes acho que algum ser divino fez você pra mim. - sussurrou, puxando-a para mais perto, pela cintura. - E seja lá quem for, sou muito grata por isso. - aquele dito levou a loira a sorrir fraco.

Os lumes castanhos de Larissa, estranhamente prendiam toda a atenção da loira. Tudo qual conseguia focar-se, era naquela imensidão. Quando estava sozinha com a ruiva, era como se pudesse abrir uma porta além da vida, e fechá-la por horas. Era uma segurança tremenda, emocional e física. Sentia-se confortável, confiante e cuidada. Era algo surreal.

-Ohana: Eu amo esse olhar... - disse baixinho, tendo os castanhos da outra fixos em si, por longos segundos.

Larissa por nenhum segundo desviou o olhar, apenas sorriu sem mostrar os dentes, e permaneceu a agraciar-se de cada mínimo detalhe da outra. De princípio, os olhos atrativos e a boca rosada. Pouco sabia a agenciadora, que mesmo tendo o coração partido inúmeras vezes no passado, e por isso, ter prendido-se a ideia de que nunca seria amada, respeitada e cuidada, além de concluir que nunca mais queria se apaixonar... Toda noite, o pedido repetitivo da ruiva era contraditório as ideias da herdeira. Era que se um dia Ohana pudesse abrir-se para amar alguém, queria que esse alguém fosse a si. Porque nunca, repetiria tais atos, e mostraria-a que o amor de fato existia.

-Larissa: Ama meu olhar... e eu amo você. - soltou em um sussurro.

Ohana engoliu em seco, aquele dito fôra surpreendente. Porque no exato momento, concluiu que o afeto era recíproco. Amava-a mais nunca teve coragem de dizer, talvez o medo da rejeição tivesse sido maior. Levou-se curtos segundos para desprender-se dos próprios pensamentos, enquanto sorriu fraco, pôde notar alívio no olhar e expressar da outra. Larissa também tinha medo.

-Ohana: Eu te amo. - disse com convicção e tranquilidade. - Mais do que eu achei que um poderia amar. Você extrapolou todos esses limites ansiosos que eu criei em mente.

Larissa teve os lábios buscados por um selinho apaixonado e carinhoso, qual logo evoluiu-se a um ósculo desejado e lento. Conectavam-se a sintonia que tinham, prendiam-se na imensidão que causavam e perdiam-se nas sensações de uma paixão efervescente. Desde a primeira relação que tiveram, Ohana passou a questionar-se do porquê, de quantas pessoas teve que tocar, sentir, e buscar. Sabendo que, não aguentava mais fingir que aqueles eram suas verdadeiras paixões. Nunca havia sentido tamanha vontade, desejo, afeto e carinho, como fôra com a brasileira. Nada lhe comparava, e sabia disto. Soube, assim que esteve em seus braços pela primeira vez.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora