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Tem fanfic nova no perfil 🫠

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Ohana:

Eu a acompanhei no trabalho, durante toda a manhã, depois de tomarmos café juntas em uma cafeteria no norte da cidade. Enquanto ficava com o telefone em mãos, atenta, porque a qualquer momento Sophia, a babá de Théo, poderia ligar avisando-me se ele havia tido piora. Quando saímos ainda era muito cedo, ele nem se quer tinha acordado. Mas eu havia verificado sua temperatura e reaplicado as medicações orais. Ele parecia melhor, ao menos enquanto dormia. Havia um adendo, Larissa, acordou se sentindo cansada, com febre, e também já estava um pouco resfriada, então eu meio que a observava também. Mesmo com ela reclamando e dizendo que não era nada.

A garota qual me estressara no dia anterior, agora parecia mais reclusa e sem toda aquela euforia em cima da ruiva. Eu não precisava olhá-la, meu dito no fim do dia anterior tinha sido o bastante. Sabia que eu tinha mãos milagrosas, que com um estalar de dedos levaria sua carreira a lama.

Estávamos nas penúltimas sessões, mas Larissa andava demasiadamente diferente. Ela estava mais que insuportável. E eu odiava esse seu jeito maçante.

-Ohana: Será que dá pra você parar com isso? - eu questionei enquanto estávamos a sós no camarim, e ela permanecia de braços cruzados enquanto olhava através dos janelões.

-Larissa: Será que dá pra você me deixar em paz? - ela questionou.

-Ohana: Eu pedi a eles que te dessem trinta minutos porque você está visivelmente mal, e não quer aceitar isso. - eu rebati e ela arfou pesado. - Você age como se fosse uma máquina, como se não precisasse de descanso.

-Larissa: E você age como se me entendesse! - ela rebateu instantaneamente.

Larissa era do tipo que ficava doente, e ia da carência ao estresse em questão de segundos. Tudo irritava-a de demasiada forma, mas ela não desistia de querer estar tendo sempre atenção. Fosse discutindo ou entre carinhos.

-Ohana: Você está sendo babaca. - eu disse baixinho e ela engoliu em seco. - Foi completamente idiota o que disse.

Ela desviou o olhar de mim, e por alguns segundos permanecemos em silêncio. Aquilo havia me deixado um pouquinho chateada.

-Larissa: Perdão. - ela disse baixinho. - Só... me deixa fazer o meu trabalho. - ela pediu paciente.

-Ohana: Eu não estou te proibindo de fazer isso! - soei rapidamente e ela olhou-me mais paciente e atenta. - Só não quero que acabe piorando.

Eu levantei-me e caminhei até ela. Eu compreendia seus atos, mesmo que fossem imprudentes demasiadamente. Ela estava doente, e cansada. Isso logicamente não lhe dava o direito de ser uma tremenda idiota, mas eu deixaria passar.

-Larissa: Não quero parecer que tenho privilégios... não quero privilégios. - ela disse baixinho.

-Ohana: Ser sua mulher, não me faz menos sua agenciadora. - eu disse paciente enquanto estávamos próximas, mas sem contato físico. E ela logo desviou o olhar.

-Larissa: "A obsessão ganha do talento todas as vezes." - ela recitou uma frase bem conhecida por mim, e outra vez me olhou nos olhos. - Compreende, não é?

-Ohana: Você tem talento e tem obsessão. - eu disse convicta. - Estar doente não te faz menor. Falhar as vezes não te faz uma má profissional. É humano.

-Larissa: Mas é prejudicial. - rebateu.

-Ohana: Larissa... - eu me vi impaciente. - Trinta minutos, e acabou a palhaçada.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora