Larissa:
Mesmo que estivéssemos juntas a alguns meses, eu ainda me perdia no seu jeito romântico de agir. Era impulsivo, mas era sincero e verdadeiro. Eu observava-a na cobertura, ela usava um dos meus moletons, tinha os cabelos presos a um coque e a face límpida. Havia acabado de sair do banho. Ela tinha decidido de última hora, por querer me agradar um pouquinho mais. Ohana havia insistido a Martin que a ajudasse a montar uma mesa romântica, era um tal jantar à luz de velas na cobertura.
"Ele é seu primeiro amor, e eu pretendo ser o último"
Aquela frase nunca havia feito tanto sentido pra mim. Ela tinha tido outros amores, mas eu seria o último. Ohana mostrava em todas as ações, seu afeto por mim. Ela zelava para que mantivéssemos a compreensão mútua das nossas necessidades, no nosso relacionamento ou no pessoal. Ela era minha família.
A vi agradecer Martin com um delicado selar na bochecha e ele logo sair sorrindo exacerbadamente.
-Ohana: Olha o que eu fiz pra você... - ela soou carinhosa, com voz infantilizada.
Ela sorriu completamente boba, e eu olhei-a extremamente orgulhosa. Dei passos até estar mais perto, respirei fundo e olhei em volta. Éramos somente nós duas, naquela cobertura, num dos bairros mais nobres de Miami. A neblina no céu era notória, escondia a visão das estrelas, e consigo trazia uma temperatura gélida. Eu nem se quer sabia como agradecer por tanto, mas seu sorriso ladino e o morder de lábios me fez sentir-me mais tranquila.
Segurei seu delicado rosto entre as mãos, ela sussurrou que estavam frias e eu sorri fraco. Busquei lhe um selinho e ela pediu por outro.
Ela era como telúrio, afetava o sistema nervoso. Era tão rara como amerício. Mantinha-me viva como oxigênio. Claramente estes pra mim decifravam os sintomas do amor, e só Ohana os regia em mim.
Ohana:
Suas mãos apossaram-se da minha bunda, com destreza. Senti o pressionar e foi inevitável não sorrir contra seus lábios. Ela buscou-me repetitivos selinhos e eu mordi-lhe o lábio inferior.
-Larissa: Estamos sozinhas? - ela questionou baixinho e eu assenti.
Larissa ergueu-me o suficiente para colocar-me sobre a mesa amadeirada. Ainda que ela estivesse brevemente ocupada. Suas mãos repousaram sobre minhas pernas e seu olhar postou-se diante de mim. Seu contato físico foi ainda mais sútil, a partir daí. Sua mão colocou-me alguns fios atrás da orelha, e selou-me um beijo na testa.
-Larissa: Está tudo bem em Nova York? - ela questionou-me baixinho.
-Ohana: Tudo perfeitamente bem. - salientei.
Escondi meu rosto em seu pescoço, e ouvi seu respirar fundo. Senti seu corpo quente e me aconcheguei ainda mais a ele.
-Ohana: Théo está animado pra conhecer sua mãe... - mencionei e ela puxou-me, para olhar-me.
-Larissa: Ele fala sobre isso o tempo todo. - ela sorriu ladina. - Quando vamos? - ela questionou baixinho.
-Ohana: No próximo fim de semana. - eu disse-a. - antes do seu aniversário.
(...)
Celine:
Eu vinha cuidando de tudo na empresa, basicamente tinha assumido a posição de CEO desde que Larissa tinha ficado doente e Ohana tinha abdicado dos seus deveres para cuidar da namorada e do filho. Havia reagendado as coisas da ruiva, de acordo com as ordens da minha tão paciente chefe. Mesmo que eu não fosse de acordo com isso.
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Curvilíneas - Ohanitta
FanfictionQuando uma oportunidade bate na porta, é bom recebê-la. Mas... e se ir buscá-la?