Ficar na cama em silêncio, ainda que sem sono, nunca pareceu tão fácil, e ao mesmo tempo tão difícil. Larissa fitava o teto branquinho, após deitarem-se separadamente, sem contato físico.
-Ohana: Eu odeio praticamente tudo e todo mundo... eu sou boa nisso. - confessou paciente. - Mas... eu não odeio você. - aquilo rapidamente roubou a atenção da ruiva, que fitou-lhe tranquila. - Eu acho você fascinante. Você me faz sorrir... você é tipo, a pessoa mais incrível que eu já conheci no mundo.
Larissa sorriu fraco, e a loira se arrastou um pouquinho mais pra perto. Fez o primeiro contato físico, buscando sua mão na cama, entrelaçando-a com a sua.
-Ohana: Obrigada. - disse baixinho, e Larissa meramente virou o rosto, para fita-lá outra vez. - Por ter vindo, apesar de tudo.
-Larissa: Fico feliz que se sinta melhor agora. - salientou sincera. - E que confie em mim o suficiente pra fazer isso.
Ainda que na mesma cama, encontravam-se apenas com meros contatos físicos. Ohana deitada lateralmente enquanto a observava, já Larissa, apenas fitava o teto e tinha uma das próprias mãos, repousando sobre o próprio abdômen. A outra, entrelaçada a da herdeira.
-Larissa: Eu não imaginava seu quarto assim... - disse paciente, mudando de assunto, visto que não queria mais ver a outra com aquele semblante. - Sabe... acho que, algo mais sério e... ríspido me parecesse mais adepto.
-Ohana: Algo ríspido? - sorriu fraco. - Me vê assim?
-Larissa: Eu via. - respondeu após alguns segundos pensativas. - Mas agora... acho que você já não é toda essa rispidez e...
-Ohana: Autoritarismo? - questionou baixinho e Larissa assentiu, era exatamente o que pensava.
A ruiva sorriu meio sem graça, a proporção em que sentou-se na cama. Colocou-se outra vez a observar em volta, e notar que tudo ali trazia um ar de refinaria com toques singelos. Era moderno, modesto e aconchegante. Diferentemente da casa, que realçava-se entre os tons claros e complexos, a paleta da grandiosa suíte era minuciosamente diferente. Sem perder a temática, adequava-se aos tons uniformemente. Sem causar uma mudança visual drástica, ao mudar-se de cômodo.
-Ohana: Os tons claros e refinados... - sorriu fraco, sentando-se ao lado da ruiva, na ponta da cama. - A minha mãe é uma arquiteta paisagista e de decoração, obcecada e perfeccionista. Então... não tinha como fugir dessa temática de forma drástica.
-Larissa: Então... ela basicamente escolheu tudo? - questionou sorrindo ladina.
-Ohana: É... ela escolheu cada mínimo detalhe desta casa. - afirmou paciente.
A loira ergueu-se e serviu-se de uma dose de conhaque. Larissa colocou-se à analisá-la. De longe, era uma das mulheres mais lindas que já tinha visto. Embaixo daquele robe rubro, escondia-se um corpo escultural qual a modelo ansiava por um dia ver. Podia imaginar através das mínimas demarcações, cada curva viciante tida ali.
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Curvilíneas - Ohanitta
FanfictionQuando uma oportunidade bate na porta, é bom recebê-la. Mas... e se ir buscá-la?