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O tempo passado na sala foi consideravelmente longo. Larissa tirava medidas, esperava por desenhos demorados que seguidamente eram refeitos. Até, o stylist chegar no que queria. Dividia o mediano ambiente somente com o criador, seu secretário e Ohana. Celine esperava fora do cômodo, devido os telefonemas que recebia à cada 10 minutos. Seu trabalho era de longe, o mais estressante.

Somente de lingerie, tinha o olhar da loira repousado sobre si, mesmo que ela usasse óculos escuros dentro de uma sala privada. Podia sentir sua pele inteira, queimar. Sorriu idiota quando presenciou o erguer da agenciadora, e o caminhar em sua direção.

-Ohana: Terminamos por aqui? - questionou ao homem, retirando o objeto do seu rosto, e ele logo assentiu.

Lois, falava bem pouco, era mais restrito e Larissa havia notado isso. Ele assentiu silencioso.

-Lois: Envio um retorno a sua secretária quando finalizar, por agora só tenho o esboço. - ele disse com calmaria, exalando seu sotaque francês. - Será um projeto magnífico.

O sorrir do loiro de olhos claros levou Ohana a assentir, revelando um mísero sorriso de canto, quase não notório, entretanto orgulhoso. O homem deixou a sala do enorme andar, sequencialmente sendo seguido pelo secretário. Posteriormente, Ohana esperou que Larissa vestisse-se como devido e então a levou em um restaurante não muito distante, após decidir por não pedirem comida para a ruiva. Fôra algo simples, como se fosse rotineiro. Diferentemente de como se conheceram, vinham dando-se extremamente bem.

-Ohana: No débito, por favor. - seu falar paciente tomava toda atenção de Larissa.

Enquanto a loira efetuava o pagamento, a modelo colocava-se a analisá-la. Notou também que tinha brisa lá fora, estava levemente frio e a ventania era capaz de colocar os cabelos ruivos a bagunçarem-se de forma espontânea.

-Ohana: Posso levar você em casa? - questionou paciente, enquanto caminhavam juntas pelo estacionamento. Sem contato físico.

-Larissa: Não precisa. - disse-lhe com calmaria.

-Ohana: Vai chover. - rebateu com tranquilidade, pondo-se a olhá-la. - Eu levo você em casa. Entra no carro. - disse.

-Larissa: Se está com convicção de que vai me levar em casa, não deveria ter me perguntado. - sorriu ao dizer, ao adentrarem juntas no veículo.

-Ohana: É uma maneira mais fácil de se parecer gentil. - sorriu fraco.

-Larissa: Quer aparentar ser gentil? - questionou, ao mesmo tempo em que compartilhava o endereço ao GPS do veículo.

-Ohana: Não... eu só, não quero ser ruim com você. Entende? Não consigo explicar.

O caminho até o bairro em que Larissa morava, foi medianamente distante. Entretanto, a chuva intensificava cada vez mais, além de possuir ventania e neblina. Ao chegar a rua em que era a casa da modelo, Ohana estacionou o carro em frente a casa de tonalidade bege e estética bonita. Mesmo que fosse padrão mediano, comparado ao padrão de outros países, Larissa morava em uma casa de luxo.

-Larissa: Não quer entrar? - questionou baixinho, tendo em vista que chovia.

-Ohana: Não... eu vou pra casa. - sorriu fraco.

Larissa engoliu em seco, quando teve os olhos castanhos postos sobre si, sem desviar. Entretanto, não conseguiu sustentá-lo e tudo que colocou-se à observar foi a intensa neblina lá fora. Era quase impossível visualizar as rotas, tão pouco tirar o embaçamento do pára-brisa, as ruas também estavam completamente derrapáveis. Não a deixaria ir.

-Larissa: Entra, por favor. - pediu baixinho. - É perigoso lá fora...

-Ohana: Eu vou devagar.

-Larissa: Não é sobre você ir devagar. Ohana, as outras pessoas provavelmente estão pensando apenas em si. - disse com frustração, tinha preocupação em seu pedir. - Vamos... entra, e aí, quando amenizar você vai.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora