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Larissa:

Era por volta das 12:15, quando Ohana saiu da sala de reunião. Seu olhar diretamente foi ao meu, e ao passar por mim ela fez um carícia de leve em minha mão, e deixou também um beijinho rápido em meu ombro despido.

-Celine: Ohana.. - ela chamou paciente. - Precisamos voltar, uma reunião com o mercado francês. - ela disse cansada, entediada.

-Ohana: Mas eu acabei de finalizar uma reunião. - ela soou confusa. - Eu preciso buscar o Théo na escola, fiquei de fazer isso. Minha agenda estava livre, eu me certifiquei disso.

-Celine: Sinto muito, foi de última hora e a culpa também não é minha. - ela explicou-se e Ohana suspirou pesado.

-Ohana: Ótimo... - sorriu irônica levando a palma a esconder o rosto. - Tudo bem, eu entro em alguns minutos.

Celine assentiu milimetricamente e tornou a adentrar a sala. Eu me mantive observando-a e ela engoliu em seco. Seu olhar buscou o meu, ela aparentemente queria arrumar solução para algo, mas não conseguia.

-Larissa: Eu posso buscar o Théo, se você permitir. - eu disse baixinho e ela sorriu ladina instantaneamente.

-Ohana: Jura? - ela sorriu fraco e eu assenti após deixar um beijo carinhoso em sua testa, tendo em vista que ela ficava tímida quase sempre que necessitava algo de mim.

-Larissa: Vida... é melhor não. - disse baixinho, quando ela estendeu a mão entregando-me a chave da McLaren.

-Ohana: É automática, é simples dirigir. - ela disse paciente. - Vai... sem medo. Não se preocupa, hum?

Respirei fundo e acabei por aceitar. Ela me deu um selinho após observar em volta, e então me direcionei até o veículo no estacionamento interno da agência. Destravei-a e após adentra-la me vi por alguns segundos analisando aquele painel e cada mínimo detalhe por ali que eu prezaria não tocar sem conhecimento. De fato, não era difícil, só precisava ter cuidado visto que podia sair de zero à 100km/h em questão de milésimos de segundos.

Por todo o carrinho, inevitavelmente tive os olhares em direção ao tal. Mas isso não me incomodava de forma drástica, era aceitável, afinal, não era algo comunal.

(...)

Narrador:

As vestes de Larissa compactuavam para uma boa descrição, ao andar em público. Levava-se em conta de que, a modelo também vinha ganhando fama gradativa dado aos seus trabalhos grandiosos. Vezes ou outra, alguém lhe reconhecia ou até esbarrava com fotos suas em trabalhos já realizados. A abrangência que Ohana podia levá-la era tremenda e Larissa sabia bem disso.

Levou-se a ajustar o boné e colocou os óculos escuros no rosto, tinha o cabelo preso de forma desajeitada e ainda usava a bendita calça moletom preta e agora por cima do top, uma blusa larga em cor terrosa. Deu passos medianos, sem muita pressa visto que estava no horário, em direção a grandiosa escola particular num bairro requintado de Miami.

Larissa adentrou o prédio e aguardou na recepção, pelo garoto. Théo não costumava esperar na parte externa ou no campus como as outras crianças, digamos que ele era um pouco mais tímido e ainda estava se adaptando a passar em tempinho matinal em um lugar diferente.

Théo logo reconheceu a ruiva, soltou a mão da quem trazia-o e correu apressado em direção a ela. Larissa o recebeu nos braços com todo carinho do mundo, ganhando um beijinho na bochecha e um abraço apertado do garoto.

-Theodoro: Eu estava com saudade! - ele soou eufórico, e Larissa sorriu, retirando os óculos, quais Théo passou a segurar.

-Larissa: Eu também estava, meu bem! - foi inevitável não notar sua felicidade.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora