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Era por volta das 22:00 horas quando Larissa recebeu mensagens de um número desconhecido. Bastou que abrisse a conversa para que surgisse no centro superior da tela o perfil da sua atual chefe e agenciadora. Antes de salvar o contato com o nome da mesma, deu atenção as mensagens que de forma tímida mas educada, perguntavam se ela já dormia. Larissa questionou se tudo estava bem, e com o confessar, não hesitou em querer vê-la. E a outra, rapidamente aceitou. Era tudo que queria naquele momento.

Larissa apenas buscou o closet roupas mais confortáveis e adequadas ao frio mediano que estava lá fora. Não demorou muito para que o motorista enviado pela herdeira chegasse, e por todos os seus familiares estarem ocupados em cômodos diferentes da casa, nem notaram que a mais nova saia.

Bem, aquela localização era de cara, bem diferente da sua realidade. A casa de Ohana era grandiosa, assim como as outras que compunham o bairro de luxo. Ao tocar o interfone, não demorou muito para ser recebida por uma mulher de cabelos curtos, e expressão confusa.

-Ivana: Quem é você? - questionou demasiadamente confusa.

-Larissa: Eu.. - fôra interrompida, assim que um homem de cabelos grisalhos, altura mediana e expressão confiável a fitou.

-Martin: Desculpe-me, senhora Ivana. - ele soou educado. - Ohana pediu-me que recebesse esta garota. Creio que seja Larissa, correto? - ele questionou gentil.

-Larissa: Sim. - ela sorriu de canto, encarando-o.

-Ivana: Bem, sendo assim. - ela disse paciente, retirando-se sequencialmente.

O homem de aparência não jovial, esperou que a ruiva entrasse e então fechou a porta. Ele tinha vestes bem requintadas, socialmente respeitosas e de alfaiataria de grande patamar. Além de os cabelos bem alinhados, a postura bem formosa, e o falar gentil, respeitoso e educado.

-Martin: Me chamo Martin, senhorita. Caso precises de algo, basta chamar por mim ou pedir a qualquer outro funcionário da mansão. - ele soou explicativo, a medida em que subia as escadas em passos calmos e silenciosos.

Tudo ali era muito diferente. As paredes eram grandiosas em tonalidade branca, com pinturas valiosas, raras, uma única vez encontradas em leilões de arte. Os lustres que compunham a iluminação, eram também grandiosos e bem chamativos. Era tudo muito belo, muito atrativo e encantador. Caminhava sobre o porcelanato polido das escadas, qual conectavam o andar principal, ao segundo andar. O segundo andar, contrapartida, já era bem mais privativo. As iluminações não eram tão fortes como do andar abaixo, mas ainda mantinha o elevado padrão estético.

-Martin: A última porta à esquerda. - ele disse-lhe mantendo-se estático no meio do corredor. - Ela espera por você. A porta está aberta, apenas empurre-a.

Larissa intimidada caminhou até o fim do corredor, e tocou a gélida maçaneta da última porta à esquerda. Antes de abri-la, pode escutar a voz masculina que reconhecia o tom soar um dito doído...

-Ramom: Fico me perguntando quantas pessoas ainda vou ter que tocar, vou ter que sentir até finalmente te esquecer. - sua voz era mercante arrastada, carregada de frustração. - Eu não aguento mais fingir que todos são você... isso ainda dói. Por que você fez isso?

-Ohana: Não faz assim, não torna isso difícil. - ela soou culpada, e naquele momento Larissa percebeu que era sua brecha para interromper a culpa que ele jogava sobre ela.

Ao abri-la vagarosamente, teve contato visual com o quarto também bem arquitetado, que seguia o padrão estético de toda aquela grandiosa construção em que os Lefundes habitavam. Mas, o que chamou-lhe atenção foi a presença de Ramom no fim do quarto, encostado no batente da porta qual separava o quarto do closet. O adentrar ao quarto, foi o suficiente para que Ohana notasse-a, e o homem rapidamente fitasse o chão, desconfiado, engolindo em seco.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora