Curvilíneas - Ohanitta

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Para Ohana, o dia tinha sido exaustivo. Durante a tarde, teve uma reunião onde foi determinada ainda a mais regras de restrição durante a modelagem, e bem, a loira teria de passar tudo certamente para sua equipe. A fim de que, tudo desse certo no final. Em seu escritório, foi acompanhada pela secretária a refazer alguns atos, optando por maneiras menos exuberantes e mais adequadas às regras. Tudo tinha de se encaixar como pedido pelo evento, e Ohana trataria disso.

-Celine: Já são quase 20:00. - mencionou a secretária antes de deixar escapar um suspirar pesado. 

-Ohana: Pode ir se quiser. - ela sorriu fraco.

-Celine: Eu fico com você. - disse um pouco duvidosa. Estava cansada, mas não queria deixá-la sozinha.

-Ohana: Celine, tudo bem. - tocou-lhe a mão por cima da mesa. - Vai.

-Celine: Você tem certeza? - questionou-lhe uma última vez e Ohana assentiu.

-Ohana: Teve um dia cansativo, assim como eu. Merece esse tempinho. - ela sorriu de canto.

Celine então aceitou, pegou as coisas que possuía e algumas papeladas quais resolveria em casa ao decorrer da semana. Despediu-se de Ohana com um sorrir gentil e então caminhou para fora da sala, fechando a porta sequencialmente. Ohana se entregou ao que tinha de fazer por algumas duradouras horas e quando deu por si, o relógio já marcava por volta das 23:00. Um apagão, foi o que a tirou do foco. Buscou o celular sobre a mesa e então fitou o horário.

Respirou fundo e ergueu-se ainda no escuro, tropeçou na própria cadeira e ouviu-se lamuriar em alto e bom tom. Notou que lá fora chovia fraco, quase nem se era perceptível . Como pôde perder-se tão fácil em meio aqueles papéis, esquecendo-se do mundo?

Caminhou até a porta e com um abrir sútil, um passo à frente, tudo que teve acesso foi aos corredores escuros e sem movimentação. Voltou para a própria sala e buscou as próprias coisas mesmo que estivesse sem foco, sem poder enxergar. Apertou insistentemente no botão para que o elevador chegasse um pouco mais rápido. Tinha medo do escuro e de tempestades desde a infância, isso era inegável.

-Ohana: Aí que ódio! - praguejou em repleta irritação. - Energia filha da puta!

Seu irritar tornou-se mais intenso ao notar que a pequena iluminação ao redor do botão metálico, apagava-se, perdia a cor. O elevador não viria até ela, teria de se conformar com a escuridão, e com o ar solitário daquele andar. Além da tempestade lá fora, e o barulho estonteante. Afinal, não desceria mais de trinta andares pelas escadas de emergência. Preferia esperar a energia retornar, mesmo que custasse muito tempo.

(...)

Como parte da rotina continua e disciplinada que tinha, Larissa acordou às 5:00. Quando chegou as 6:00 em casa, optou por um banho gelado para tirar a tensão. Fez uma refeição limpa e saudável, como sempre. Uma maquiagem leve, um look não exuberante, mas social sem ser ousada.

-Yasmim: Está linda. - comentou ao ver a garota adentrar seu escritório ainda pela parte matinal.

-Larissa: Obrigada. - sorriu gentil.

-Yasmim: Quer que eu leve você? - questionou de prontidão. - Choveu bastante e ainda está chovendo.

-Larissa: Eu não queria mesmo te incomodar. - sorriu fraco. - Mas não consegui nenhum carro no aplicativo e posso chegar atrasada. Não quero me atrasar outra vez.

-Yasmim: Tudo bem! - sorriu. - Vou apenas pegar um casaco, e te encontro na garagem.

A loira sorriu decente ao aproximar-se de maneira rápida e deixar um beijo na testa da enteada. O sair fôra deveras rápido, deixando para trás uma Larissa boba. O caminho até o prédio Lefundes não foi demorado, por mais que chovesse e as pistas estivessem derrapáveis. Larissa respirou fundo ao fitar a entrada grandiosa e exuberantemente linda. O prédio era bem moderno, restituído por vidraças e uma decoração chamativa. O letreiro com o sobrenome em destaque na tonalidade prateada, chamava muita atenção, era tudo bem arquitetado. Com toda certeza ali tinha mãos de arquitetos paisagistas, urbanistas, e decoradores de alto patamar. Admirava-se de ter tido tempo para fitá-lo a faixada somente naquele momento, visto que já tinha adentrado-o outras vezes.