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Recomeçar o dia, foi ruim para Ohana. Todas as sensações e sentimentos quais havia conseguido começar a pôr em ordem, tinham se perdido outra vez. Bem, estava tudo uma tremenda bagunça. Pela manhã, deixou um beijo no filho enquanto ele ainda dormia na cama dos seus pais, mas antes que saísse do quarto, sua mãe a seguiu.

-Ivana: Vamos cuidar bem dele, hum? - tocou-lhe o punho.

-Ohana: Eu sei. - sorriu fraco. - Eu confio em vocês. 

O sorriso confiante se desfez e a expressão ruim retornou. Não conseguia manter-se bem, ou ao menos fingir que estava.

-Ohana: Não deixa o Brandon ver ele, ok? - disse-lhe com calmaria. - Se ele quiser, pode ir à justiça e vamos brigar por isso lá. Mas o Théo, não precisa disso. Não precisa do falso amor do tal "pai".

Aquilo foi a deixa, para descer as escadas, entrar no próprio carro e ir em direção a empresa. Ohana ainda era uma mulher jovem, recente no mercado da moda e do empreendimento. Mas não era nova emocionalmente, estava desgastada, destruída, arruinada e sem esperanças.

-Celine: Recebemos uma nova proposta para a modelo. - disse referindo-se a Larissa. Afinal, era a única a ser de responsabilidade de Ohana. - É algo mediano, mas, que vai alavanca-la mais no mercado. Aos poucos.

-Ohana: Ela está no prédio? - questionou, a medida em que olhava as horas no relógio.

-Celine: Bem, acho que sim. Arielle estava com ela agora pouco. - disse com pouca convicção.

-Ohana: Procure-a e mande-a subir. Quero vê-la.

Não demorou muito para que Celine saísse caminhando até encontrar a modelo. Fôra questão de 10 minutos, para Larissa estivesse na sala de Ohana, sentada na cadeira do outro lado da mesa. Fitando-a. Quando iam dando início ao que se necessitava ser falado profissionalmente, tiveram o entrar de Celine que tinha uma expressão parcialmente frustrada.

-Celine: Desculpa atrapalhar. - disse. - Mas a reunião que tinha mais tarde teve que ser alternada, precisamos ir pra sala de reuniões. Estão esperando por você.

-Ohana: Adia.

-Celine: Não da, é o mercado espanhol. Foi difícil. - disse frustrada e Ohana respirou fundo, erguendo-se. Estava literalmente sem forças para mais baque emocional naquele dia.

Celine deixou a sala e Ohana suspirou pesado. Nem se quer olhou para Larissa outra vez, e em passos vagarosos, colocou-se à distanciar da mesa. Tocou a maçaneta, mas de relance, viu que a outra levantava-se com postura desconfortável.

-Ohana: Quero que me espere. - pediu baixinho. - Ainda precisamos conversar. - respirou fundo. - Sobre... a sua carreira.

-Larissa: Claro. - sorriu de canto.

-Ohana: E sobre... o que aconteceu antes... - tornou a andar em direção a ruiva. 

Larissa já presumia o dito, de forma negativa. Imaginava que a loira viesse a pedir desculpas, ou que devessem se afastar. Afinal, Ohana já tinha 22 anos, um filho e uma vida bem corrida.

-Larissa: Eu sei que falei e ressaltei não querer as coisas estranhas, mas tudo bem... se não quiser que aquilo se repita e tudo bem se quiser esquecer tudo que aconteceu. - sorriu de canto, cruzando as próprias mãos e em postura, revelando que mentia. Não ficaria tudo bem para si.

-Ohana: Não... não é isso. - deu passos à frente, até estar a centímetros de Larissa. - Eu gostei.

Larissa engoliu em seco, a medida em que as mãos gélidas da outra, seguraram-a firme pela cintura. Ohana estava mais próxima, e sua feição era de quem se sentia segura.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora