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Larissa:

Acordei com Theodoro tocando meu rosto enquanto a mãe ainda dormia. Ele deixou beijos pela minha face e com a mãozinha, acariciou meu ombro. Sentei-me na cama e enquanto ainda tornava a realidade, ele tinha as mãos sobre minhas coxas enquanto encostava a cabeça em meu abdômen. Levei as mãos a acariciar seus fios negros enquanto ele passou a agarrar minha cintura em um abraço.

Peguei o garoto no colo, e após fazermos as higienes matinais juntos, descemos. A casa estava vazia, ainda escura como deixei na noite anterior após trancar tudo. Liguei as luzes enquanto Theodoro segurava minha mão, e seguia-me pelo âmbito qual eu tinha ganhado conhecimento completo recentemente.

-Larissa: Ok... o que quer comer, meu bem? - perguntei paciente, e ele olhou-me confuso. Havia acordado-me por aquele motivo, e pedido insistentes desculpas por fazê-lo.

-Theodoro: Quero comer o que você come todas as manhãs. - ele disse baixinho e eu sorri fraco.

-Larissa: Tudo bem.

Eram quase nove da manhã, chovia lá fora, então optei por manter tudo fechado. O clima da casa era meramente frio, dada a climatização interna realizada por ar-condicionados naquela mansão. Preparei o café da manhã de Theodoro, e então o ajudei a comer, prezando por mantê-lo limpinho. Panquecas com pasta de amendoim, e iogurte com frutas e mel. Após isso, troquei o pijama dele por roupas quentinhas e ele preferiu ir por quarto comigo após nos certificarmos de que Chloe ainda dormia e que Martin já havia retornado para casa. Ele havia contado-me que os avós haviam viajado, após eu perguntar indiretamente, recitando o tal jantar em família qual haviam pedido minha presença. O mesmo qual o garoto, disse que seria apenas no próximo fim de semana, quando seus bisavós viessem de Londres.

-Theodoro: Por que estão todos dormindo? - ele questionou confuso.

-Larissa: Só... estão cansados. - eu tentei ser convincente.

-Theodoro: Hum... a mamãe também? - ele perguntou baixinho e eu assenti.

Fechamos a porta do quarto, e Théo sentou-se no sofá no fim do cômodo. Eu não havia me esquecido de que ele tinha medo da chuva, então para evitar que o medo tornasse-se presente. Mantive as cortinas bem fechadas, e como o quarto tinha proteção auditiva nas paredes, foi fácil. Sentei-me ao seu lado e ele olhou-me singelo, ainda tinha dúvidas em seu olhar.

-Theodoro: Desculpa por ter acordado você. - ele disse baixinho, olhando-me atencioso.

-Larissa: Théo... olha pra mim. - toquei seu rosto com carinho. - Não cometeu nenhum erro, e pode fazer isso sempre que precisar. Está tudo bem.

-Theodoro: Promete?

-Larissa: Prometo, pequeno. - acariciei-lhe os fios negros e ele encostou o corpo em mim.

-Theodoro: Por que tem garrafas vazias na mesa? - ele encarou a mesinha de centro, onde haviam duas garras de whisky vazias.

-Larissa: É... - tentei buscar uma explicação.

-Theodoro: Ela passou dos limites, não foi? - questionou baixinho. - Escutei a vovó falar sobre isso uma vez.

-Larissa: O que acha de deixar isso comigo, e não se preocupar? - pedi e ele sorriu ladino. - Vou cuidar dela, está tudo bem.

-Theodoro: Posso ficar aqui com você? - ele perguntou após alguns segundos. - Não quero ficar lá fora sozinho.

-Larissa: Tudo bem. - sorri fraco e ele respirou fundo.

Foi cuidadoso ao deitar-se na cama, evitando acordar a própria mãe. Passou a mexer no meu celular, e eu o deixei fazê-lo, bem, eu não me importava. Ele disperso por completo, virou-se para o lado e permaneceu dando completa atenção ao aparelho tecnológico. Sentei-me na ponta da cama, após Ohana afastar um pouco. Levei as costas da mão a tocar sua testa, e ela franziu o cenho de leve.

Curvilíneas - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora