Capítulo 13

579 33 31
                                    

— Bom dia! — Micael disse ao chegar no quarto de Sophia e ver a loira dormindo. — Branca, você nunca vai embora? — Brincou com a sogra, sabia que ela não passava mais a noite ali. 

— Eu fui embora ontem, mas cheguei bem cedo hoje. — Deu de ombros. — O que eu vou ficar fazendo em casa? Prefiro ficar com a minha filha.

— Tá bem. — Ergueu as mãos. — Maitê sentiu sua falta ontem, na festinha do Miguel.

— Eu imagino e sinto muito não ter ido, mas ontem eu não sairia daqui cedo por nada. — Ele deu risada. — Vou trazer o presente que eu comprei pra ele.

— Não se incomoda, a gente entende. — Desviou pra Sophia. — Está dormindo há quanto tempo?

— Tem mais de uma hora. — Comentou. — Não te dá um nervoso? Uma vontade de sacodir? Um medo de nunca mais acordar?

— Dá. — Ele deu risada. — Mas sabemos que não é assim, então fica tranquila. — Ergueu o poli vitamínico. — Sophia está absurdamente anêmica e com deficiência de muitas vitaminas importantes. Precisamos logo iniciar o tratamento.

— Isso é muito grave?

— Sinceramente? Muito, se você tiver com a mínima suspeita de resfriado, não vem, Branca. — Pediu calmante. — Lava sempre as mãos, tome banho de álcool em gel sempre.

— Tudo bem, pode deixar. — Assentiu e os dois desviaram atenção pra Lidiane chegando. — Lidiane? — Disse surpresa. — Você não vem aqui há anos.

— Me desculpa por ser um tanto relapsa. — Disse envergonhada. — Mas agora estou aqui pra ver a minha cunhadinha.

— Sua cunhadinha? — Micael ergueu uma sobrancelha pra irmã. — É sério isso, Lidiane?

— Ué? — Ela franziu a testa fingindo confusão e foi até a cama, pegou o prontuário de Sophia e o leu em voz alta ao se virar pra ele. — Sophia Sampaio Abrahão Borges. — Você não tinha visto isso aqui, irmãozinho? — Branca gargalhou com a implicância.

— Larga de ser idiota, Lidiane. — Rolou os olhos sem paciência pra isso. — E ó, vou falar com a Tatiana desse teu showzinho aqui. Falsa, estava toda animadinha lá em casa ontem.

— Ué, eu gosto das duas, mas Sophia e Micael, é Sophia e Micael, não é mesmo, Branca? Tatiana que me desculpe. — Micael então finalmente deu risada.

— O ódio que a Sophia vai sentir de mim quando realmente entender o que aconteceu não tá escrito. — Ele suspirou. — Não tenho nem roupa pra guerra que está por vir e tudo isso por culpa sua, Branca!

— Minha? — Ela cruzou os braços. — Deixa de ser cara de pau!

— Você me empurrou pra cima da Tatiana na cara dura. Agora deu amnésia?

— Sai fora, Micael. Eu queria que você saísse, se divertisse como alguém da sua idade ao invés de ficar aqui sentado velando a Sophia todo dia. — Os três estavam a ponto de caírem na risada. — Você foi lá, namorou, engravidou a menina e ainda levou pra morar dentro da casa da Sophia.

— Ponto pra Branca. — Lidiane comentou. — Você sempre será o errado, irmão. Não tenta passar a culpa pra alguém. 

— Vocês também estão precipitadas igualzinho a Tatiana. — Disse baixinho. — Eu nem sei o que vou fazer da minha vida, quem é que disse a vocês que eu vou terminar com a Tati pra correr atrás da Sophia? — As duas se encararam e então caíram na risada. — Ah, parem com isso, não é bem assim, as coisas são complicadas, eu tenho um filho.

— Tudo bem, irmão. — Lidiane ergueu as mãos. — Viva seus dramas internos, eu vou tratar de fazer o meu trabalho.

— Então faça. — Entregou pra mulher o frasco com a vitamina. — Faz ela beber uma medida de dez ml.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora