Capítulo 63

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O moreno tocou a campainha da casa que há pouco era sua e Sophia não demorou a atender, agora com uma roupa mais a vontade.

— Demorou! — Avisou ao destrancar o portão. — Por alguns momentos cheguei a pensar que tinha desistido e resolvido ficar no apartamento com a Tatiana.

— É ruim, hein. — Passou as mãos por seu pescoço até a nuca e fez carinho com os polegares em sua bochecha. — Se mil vidas eu tivesse, mil vezes escolheria você. — Iniciou um beijo calmo, que foi encerrado com selinhos. — Amo você.

— Eu também amo você. — Sorriu e começaram a caminhar pra dentro, abraçados lateralmente. — Sua filha está bem na sala, assistindo a um filme da Barbie.

— E quando não está? — Ergueu uma sobrancelha. — A fase da Barbie tá rendendo naquela ali.

— Ela tem dez anos, tem que gostar da Barbie. Quer que passe essa fase logo e comece a dos namoradinhos? — Perguntou já prendendo a risada. — Imagina, daqui a dois anos um moleque te chamando de sogrão?

— DOIS ANOS? VOCÊ FICOU MALUCA?? — Falou alto, ainda estavam do lado de fora. Sophia caiu na gargalhada. — Doze anos é idade de filme da Barbie ainda, deixa a garota.

— Foi você que reclamou da fase dos filmes da Barbie. — Ergueu as mãos em rendição. — Agradeça pelos filmes da Barbie.

— Tá tá tá, já entendi o seu ponto. — Ela ia abrir a porta, mas ele a impediu, puxando um pouco pro lado e iniciando um beijo quente. Como se fossem dois adolescentes fogosos. — Estou morrendo de saudades de você, sabia?

— E vai continuar. — Sorriu sacana e ele sabia bem porque. — Mas olha só, a gente pode se pegar escondido do lado de fora.

— Então deixa eu calar a sua boca e aproveitar os segundos que temos a sós. — Iniciou outro beijo. As mãos do moreno passearem livres pelo corpo de Sophia que já estava em brasas. A loira vestia uma camisa grande sem sutiã e um shortinho curto e colado. — Gostosa. — Apertou seus mamilos por debaixo da camisa e ouviu um gemido escapar por seus lábios. Abafou com outro beijo. Já tinha tirado as mãos de seus seios e tinha uma na nuca e outra na cintura, a prendendo ainda mais contra ela. Sophia conseguia sentir sua ereção.

Os dois estavam tão entretidos que não ouviram a porta se abrir e Maitê os pegou no flagra de novo. A menina deu risada e quando ouviram se separaram na hora. Sophia se virou e ficou parada em frente a Micael, o escondendo da menina.

— Muito bem! — Bateu palminhas enquanto via os dois sem graça, parecia que a situação era inversa e que os dois haviam sido pegos pelos pais. — Não podem ficar sozinhos dois minutos.

— O que tá fazendo aqui hein? — Sophia perguntou quando recuperou o fôlego.

— Você saiu pra atender a campainha e não voltou, achei que tivesse sido raptada. — Contou tentando prender o riso. — E eu não gosto de ficar sozinha, vocês sabem.

— Nasceu grudada com a sua mãe por acaso? — Micael disse um tanto sem paciência.

— Sim, já ouviu falar em cordão umbilical? — Ela respondeu com um tom de brincadeira e arrancou risada de Sophia.

— Mas você sabe que eles cortam na hora que nasce né? Depois disso já era, vocês não precisam mais estar grudadas o tempo todo. — Tinha braços cruzados e um bico.

— Quer parar de graça? — Sophia disse rindo e saiu de perto dele, após ter certeza que já estava em condições. — A gente tava se agarrando como um casal de adolescente do lado de fora. — Os três entraram e caminharam até a sala.

— Maitê, sabe qual vai ser o meu presente de aniversário? — Ele perguntou e a menina negou com a cabeça antes de responder.

— Seu presente de aniversário foi almoçar comigo, te dei a honra da minha companhia. Não tem outro não.

— Cai fora, o presente vai ser um almoço quando você pagar a conta, fui eu que paguei então não valeu.

— Aumenta a minha mesada que eu pago a conta. — Rebateu na hora e Sophia gargalhou. — Me dá cinquenta reais e ainda quer que eu pague a conta?

— Cinquenta reais por semana! — Se defendeu. — Quantas crianças de dez anos recebem duzentos reais por mês pra não fazerem nada?

— Minhas amigas da escola todas recebem no mínimo cem reais por semana. A Maria Carla recebe quinhentos!

— Mentira! Que tipo de pai da quinhentos reais por semana pra uma criança? — Cruzou os braços esperando a resposta. — E mesmo se for verdade, você vai continuar com a sua mesadinha, acha que eu não sei que a sua mãe te dá dinheiro por fora?

— Sobrou pra mim? — A loira entrou na conversa se fazendo de ofendida. — Eu não dou nada!

— Tá bom, tá bom! — Maitê deu risada, confirmando que recebia dinheiro a mais.

— Sabe uma forma de aumentar a sua mesada? — A menina cruzou os braços esperando o pai falar. — Trabalha, Maitê.

— Ah fala sério, nem tenho idade pra isso, preciso me concentrar nos estudos. — Sophia mais uma vez gargalhou, sabendo que a menina odiava estudar, aquela desculpa lhe foi muito engraçada. — Sem cabimento, seja mais generoso.

— Tô falando de lavar uma louça, arrumar a sua cama, varrer o seu quarto. — A menina ficou de pé indignada, como se seu pai tivesse lhe dito o mais terrível dos absurdos. — Eu tô falando sério, você tá velha já.

— Nada disso, eu não quero. Deixa meus cinquenta por semana. — Foi a vez dele dar risada da careta que ela fazia. — Eu não vou arrumar nada.

— Uma hora você vai ter que começar a fazer essas coisas. — Sophia entrou na onda.

— Vou nada, eu sou herdeira de um hospital gigante, vou ter dinheiro pra pagar alguém pra arrumar minha casa. Eu vou criar emprego!

— Herdeira? — Micael soltou uma risada sincera. — Você tá matando o seu avô, me matando e aos seus tios?

— E mesmo depois que todo esse pessoal aí morrer, tem todos os primos pra dividir. — Sophia complementou. — Você, seu irmão, os filhos do Marcelo, os futuros filhos da Lidiane e do Luan. Ou você acha que vai ser tudo seu?

— Não é possível que não vai ter dinheiro pra pagar uma empregada. — Continuou se achando injustiçada. — Sempre tivemos empregada.

— Estuda, Maitê, para de se garantir na futura herança, você sabe como é né? Depois que o pai morre, os filhos começam uma briga pela herança e fica tudo congelado.

— Meu Deus, que horror Sophia. — Micael disse sério e a loira deu risada. — A gente não vai brigar pela herança, cada irmão tem sua parte.

— Aham, fácil falar agora que o Jorge tá vivo. — Ela deu mais risada. — Mas chega desse papo mórbido, que tal a gente ver um filme juntos?? Mas nada de Barbie, Maitê. Vamos escolher uma comédia, tudo bom?

— Chataaaaa! — Protestou, mas sorriu. Indo se sentar no meio dos dois. Amaria sua vida se agora fosse sempre daquela forma.

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