Capítulo 49

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Quase um mês da festa de aniversário de Maitê, Sophia vibrou de alegria quando finalmente teve de volta em suas mãos a licença para trabalhar. Branca havia pagado todos os meses atrasados, já que ela não se humilharia pedindo a Micael dinheiro pra isso.

O moreno havia alugado um apartamento não muito longe dali e deixado a casa pra Sophia morar com Maitê, que estava um tanto chateada de mudar outra vez de escola, mas havia aceitado uma vez que Sophia lhe disse que seria a última mudança.

Branca ainda estava um pouco chateada por ficar sozinha, mas a realidade é que sabia que a filha não moraria com ela pra sempre, então apoiou a mudança.

A mudança da loira ainda não havia acontecido, porém ela já tinha acertado com Jorge a volta pro hospital e estava ansiosa para aquilo.

— Toma cuidado hein, Sophia! — Branca disse ao ver a filha saindo de casa e colocando a mochila no banco do carona. Havia renovado sua habilitação também, então iria até o hospital dirigindo.

— Você já me disse isso dez vezes. Fica tranquila, é apenas o primeiro plantão do resto da minha vida. — Era pouco mais de cinco da tarde. — Da um beijo na Maitê quando ela chegar da escola e diz que eu a amo.

— Tá bom, me liga quando chegar. — A loira entrou no carro, afivelou o cinto, colocou uma musiquinha baixa e então seguiu seu caminho, finalmente voltando a normalidade.

Estacionou o carro em uma das vagas livres para funcionários, pegou a mochila e entrou cumprimentando os conhecidos.

Parecia que conhecia a todos ali, mas na realidade é que todos a conheciam por ter em algum momento cuidado dela durante os anos. Não é sempre que a nora do dono do hospital entra em coma.

Caminhou até a sala de Jorge com um sorriso aberto e deu batidas na porta. Ouviu a permissão e então entrou.

— Olha ela aí! — Ele estava lendo uns documentos, mas parecia pronto pra ir embora. — Eu estava só esperando você chegar. — Deixou os papéis de lado. — Está linda demais!

— São seus olhos!

— Nada disso, você é a pediatra mais linda, espero que não venham muitos pais solteiros nessa emergência hoje. — Brincou e Sophia deu risada. — Eu realoquei a médica que estava usando o seu consultório, você fica com o mesmo de sempre.

— Você não precisava tirar a médica de lá! — Gargalhou quando o viu dar de ombros. — Vou chegar sendo odiada por todo mundo.

— Ninguém te odeia, todo mundo ama você! — Sorriu e terminou de guardar as coisas. — Se lembra a loucura que é o pronto socorro daqui, né?

— Se soubesse o quão ansiosa estou! Já vi a recepção cheia!

— Então mãos à obra! — Os dois saíram juntos e Jorge caminhou com Sophia até o consultório. — Mas a outra pediatra ainda está aí, se quiser tomar um cafezinho antes, fique a vontade.

— É, vou ajeitar minhas coisas e tomar um cafezinho pode ser uma boa opção! Obrigada por tudo, Jorge.

— Sabe que pode contar comigo sempre! — Deu um beijinho em sua testa. — Bom primeiro dia! — E foi embora.

Sophia entrou no consultório e fechou a porta atrás de si. Estava tão eufórica que nem sabia como começar a arrumar as coisas. Respirou fundo e então tirou suas coisas da mochila, vestiu o jaleco e sorriu, se amava daquele jeito.

Ajeitou tudo e então saiu pra tomar seu cafezinho. No meio do caminho resolveu mudar de ideia e ir até a lanchonete do hospital comprar um pedaço de bolo também. Não sabia quando pararia novamente, precisava estar alimentada.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora