Capítulo 55

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Micael não saiu de sua sala até o final do expediente, queria evitar de vê-la e sabia que só ali estava seguro.

Caminhou pra saída, com as mãos no bolso e olhar baixo, para não correr o risco de encontrar Sophia pelos corredores do hospital, mas foi inevitável, a viu no estacionamento, agora aos beijos com o ginecologista calvo. Será possível?! Ele pensou, enquanto assistia aquela cena.

— Arrumem um quarto. — Interrompeu os dois que olharam em sua direção. Ele tinha os braços cruzados e um olhar bem sério. Tinha uma postura diferente da noite anterior.

— Dr. Borges... — O rapaz disse num tom que era um misto de respeito e medo. — Eu...

— Vamos lá na minha sala. — Chamou, disposto a voltar pra dentro e demitir aquele cara. — Agora! Vou encaminhar você pro RH. — O recursos humanos do hospital era terceirizado, portando ficava em outro prédio.

— O senhor vai me demitir? — Arregalou os olhos surpreso com aquilo. — Por favor não!

— Você sabe quem ela é? — Apontou pra mulher parada com braços cruzados e cara de deboche. — É claro que sabe, você não é idiota. Presumo que ao menos saiba ler. — Ele se virou pra Sophia e logo de volta a Micael. — Vamos.

— Ah, para de graça, Micael. — Finalmente se pronunciou. — Eu sou solteira, não é pra ameaçar ninguém de demissão, eu que fui atrás do Leandro.

— Você vai entrar e falar pra qualquer homem nesse hospital que se eu pegar esse tipo de situação, vai ser demitido na hora. — Falou com o médico que engoliu em seco. — E não só aqui não, fora daqui também. Se eu ver e trabalhar pra mim, estará no olho da rua. Vai! — Gesticulou com o queixo e o rapaz saiu apressado, tal qual um menino que levou bronca da mãe.

— Para de ser babaca, quer fazer ninguém ficar comigo por medo?

— Exatamente, quer achar macho pra te comer? Procura na rua. — Disse com um tom de nojo que a deixou ofendida. — Passe bem! — Tentou entrar no carro, mas a loira fechou a porta antes que ele fizesse.

— Minha nossa, que tom é esse? Está agindo como se eu tivesse cometido um crime. Eu tenho direito de transar com quem eu quiser, já é a segunda vez que você me interrompe.

— Você ficou com esse Zé ruela no estacionamento, na hora que sabe que o meu plantão diurno chega ao fim. Você sabia que eu ia chegar, não se faça de besta. Fez de propósito.

— E se tiver feito? — Cruzou os braços, tentando disfarçar.

— Você é ridícula, vai esfregar quantos homens na minha cara? — Os dois falavam alto, alguns curiosos olhavam de longe. — Não vai cansar desse joguinho não? Eu nunca beijei a Tatiana na sua frente, nunca tive nenhum momento de intimidade com ela porque eu não queria te magoar. Nunca quis. Você parece que não tem o mesmo respeito.

— Você beijou a Jaqueline.

— Aquilo foi uma idiotice, eu pedi desculpas a você e a ela, se não lembra. E faz meses, tá legal?! Você vem ficando com gente aleatória só pra me magoar!

— Nada disso, eu não tinha te contado sobre o Danilo e não pretendia te contar sobre o Fernando. Porque eu sabia que ia te magoar, era por isso que eu não estava jogando na sua cara que a minha vida seguiu.

— Eu não sei pra que estamos aqui, discutindo a mesma coisa pela milésima vez. Pode deixar que amanhã eu vou desfazer esse boato que criei e você pode pegar esse hospital todo se quiser. Não me importo.

— Se importa sim.

— Mas vou fazer que nem você. — Avisou com um dar de ombros. — Eu não sei pra que fico aqui que nem um idiota.

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