— Não tem ninguém discutindo aqui. — Ele respondeu.
— A Maitê está aqui, será que vocês podem dar um tempo? — Tatiana pediu. — Presenciar briga dos pais é a pior coisa que existe.
— Então se mexe e manda o seu marido calar a boca! — Sophia disse irritada. — Não seja uma mosca morta!
— O quê? — Tatiana franziu a testa surpresa. — Você sabe?
— É claro que eu sei. — Falou ainda irritada. — E você tem sangue de barata, não é possível que aguenta isso tudo aqui em silêncio.
— Eu vou falar o quê? — A mulher deu de ombros e Sophia se virou para olhar em seus olhos.
— Reage, mulher. — Se pudesse, teria sacodido Tatiana pelos ombros. — Ele é um problema seu, não meu.
— Gente, eu tô amando isso daqui! — Maitê falou e arrancou risada de todo mundo. — Minha mãe é o máximo.
— É? — Micael perguntou com braços cruzados. — Porque é irresponsável e respondona?
— Porque é decidida e não deixa ninguém mandar nela. — Respondeu o pai e Sophia deu risada. — Lá em casa a Tati é tão pau mandada, nunca tem arranca rabo.
— Maitê! — Tatiana repreendeu, mas em seguida riu. — Acho que você tem razão mesmo. Nunca protagonizei uma briga dessas, desculpa não te divertir, Maitê.
— Pois você devia reagir. — Sophia disse ainda virada pra Tati. — Aquilo ali é autoritário pra caramba, se der uma confiança ela começa a mandar e não para mais.
— Chega né, Sophia, eu acho que a Tatiana me conhece bem o suficiente.
— Gente, chega! — Jorge falou e todo mundo ficou em silêncio. — Eu trouxe um chocolate, não precisava dessa guerra toda. Vocês dois quando estão perto ou se agarram ou se matam. Não existe meio termo.
— Não exagera também. — Micael disse de bico.
— Se querem enganar alguém, enganem a Tatiana e a Maitê que não tem costume de ver vocês juntos, porque eu e Branca já cansamos de ver e sabemos bem como são. — Branca deu risada. — Chega, nem estão mais juntos, já acabou essa palhaçada.
— Tudo bem, não tá mais aqui quem falou. — Ele ergueu a mão.
— Que ótimo, agora se eu puder terminar de dar os meus presentes e completar a minha visita. — Micael ficou mudo. — Aqui Soph. — Estendeu uma caixinha que Sophia abriu com expectativa.
— AH, EU NÃO ACREDITO! — Deu risada. — O meu carimbo! — Seus olhos encheram de lágrimas.
— Não é exatamente o seu, eu mandei fazer outro igual, já que o seu secou faz tempo. — Deu de ombros, estava guardado comigo esperando o momento certo de ter dar. Sabe que é a minha pediatra favorita, não sabe?
— Foram seis anos difíceis pra pediatria desse hospital, não é Jorge? — Ela deu risada.
— Ainda está sendo, meu amor. — Brincou. — Quando é que você vai voltar pros plantões? As madrugadas nesse hospital nunca mais foram as mesmas.
— Você pode ter certeza que assim que eu conseguir assinar meu nome de forma decente eu vou voltar. — Sorriu. — Muito obrigada! — Jorge assentiu. — Olha, pode falando pra Antônia que já já eu vou ter alta e quero almocinho pra mim.
— Você acha que ela ia perder a oportunidade? — brincou. — No instante em que você sair desse hospital, ela vai te convidar.
— Pode dizer que eu vou aceitar. — Jorge sorriu.
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Segunda Chance
RomanceApós um trágico acidente durante uma viagem de casal, Sophia acabou entrando em coma. Micael, seu marido passa a viver em função da esposa meses após meses, anos após anos. Deixando a pequena Maitê, filha do casal, um pouco de lado. Ele finalmente...