Capítulo 74

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Durante toda a viagem, as duas ficaram em silêncio. Sophia não sabia o que dizer pra confortar Tatiana e a mesma não queria muito falar, só conseguia pensar no filho. Chegaram ao apartamento de Micael sem demora e logo as duas entraram. 

— Eu vou preparar algo pra você comer, tá bom? — Sophia comunicou após  trancar a porta. — Você vai lá tomar um banho. 

— Obrigada, Sophia. — Sophia e se aproximou pra um abraço. — Você é uma ótima amiga. 

— Que nada! — Foi só o que disse e observou Tatiana sumir pelos cômodos. 

Sophia foi até a cozinha e mexeu nos armários, procurando algo rápido para preparar. Tatiana demorou bastante no banho e a Sophia já tinha finalizado o almoço quando foi procurá-la, mas encontrou a mulher deitada, dormindo. 

A loira deu uma olhada pelo apartamento e sorriu ao ver uma foto sua, de Micael e Maitê na cabeceira da cama. Mais uma rodada pelo quarto e encontrou uma foto dele e Miguel, sem Tatiana. Ele nunca teve dúvidas em relação as duas, era óbvio. 

Saiu do quarto e se sentou no sofá, pegando o celular e discando o número de Micael. O moreno não demorou a atender. 

— Oi, amor. — Sophia disse com um sorriso. — Como estão as coisas por ai? 

— Miguel está estável, ainda sedado. — Sophia ouviu barulho de porta e sabia que era ele saindo de perto. — Nenhuma mudança no quadro, seja pra melhor ou pior. E a Tati?

— Tomou banho e apagou, fiz almoço mas nem deu tempo, cheguei lá no quarto e já estava dormindo. 

— É bom, a bichinha deve estar exausta. — Suspirou. — E como é que você está? 

— Eu? — Franziu a testa sem entender. — Estou bem, ué. Não sou a prioridade aqui.  

— Vi bem a sua cara mais cedo. — Ele tinha um tom de voz apreensivo. — Eu sei que toda essa situação é uma droga, mas amo você.

— Eu sei que ama. — Respondeu e ele sorriu, mesmo que ela não pudesse ver. — Mas a Tatiana ama você.

— Ama. — Foi só o que disse, num tom pesado parecia até culpa. — Mas o que eu posso fazer?

— Eu não sei.

— Podemos conversar sobre isso mais tarde?  Não é uma conversa pra se ter por telefone. Vou voltar pra lá, amo você.

— Amo você também. — E a ligação foi encerrada, deixando Sophia pensativa.

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— Nossa, parece que eu dormi dez horas seguidas. — Tatiana disse ao aparecer na sala quatro horas depois com a cara amassada e Sophia deu risada. — Você não precisava ter ficado aqui.

— Eu dei um jeitinho na casa, e fiquei descansando aqui também. Não é uma boa hora pra ficar sozinha. — Tati se sentou ao lado de Sophia com um sorriso. — Falei com o Micael há alguns minutos, está tudo estável com Miguel.

— Estável é bom. — Suspirou. — Parece que estou vivendo um pesadelo.

— Vai dar tudo certo, Miguel já já sai dessa. — Segurou na mão de Tatiana. — Você vai ver!

— Não sei o que vou fazer se perder meu filho. — Seus olhos encheram de lágrimas ao pensar naquela hipótese. — Ele é tudo o que eu tenho de mais precioso.

— Ele está nas mãos dos melhores médicos, confia! — Sorriu encorajando. — E vai comer, porque saco vazio não para em pé. Você precisa estar forte. — Sophia terminou de falar e ficou de pé, sentiu uma tonteira e sentou novamente.

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