Capítulo 54

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— O que veio fazer aqui, hein? — Tatiana perguntou quando o assunto sobre os rapazes havia acabado. — Veio atrás dele, né?

— Ele está fazendo um super drama como se tivesse descoberto uma traição. Estávamos nos dando bem nos últimos tempos, eu não queria voltar a estaca zero, pela Maitê.

— Pela Maitê? — Tatiana perguntou segurando uma risadinha. — Tem certeza que é por ela?

— É ué. — Deu de ombros desconversando — Não quero nada com ele não. Já acabou, já deu.

— Sophia, você realmente não quer mais ficar com ele? — Tatiana perguntou olhando no fundo dos olhos de Sophia e percebeu a hesitação da loira. — Tem certeza dessa decisão?

— Absoluta! — Qualquer um via que não tinha certeza.

— Tá bom, então eu posso ir lá falar com ele? — Sophia se surpreendeu com a pergunta. — Digo, se você não quer a sua família unida, eu quero.

— Tatiana! — A loira protestou como se tivesse ouvindo um absurdo. — Eu achei que você não gostasse mais dele.

— Eu o amo, só sai de casa porque achei que vocês iam se resolver, mas se não vão, eu vou falar com ele. Miguel vai adorar ter o pai de volta em casa. — Sophia deu de ombros, sem saber o que responder, mas com certeza não queria que ficassem juntos.

— Pensei que não quisesse ser segunda opção. — Resmungou e arrancou risada da mulher à sua frente.

— Ah, depois de ter visto você com outra pessoa, ele não vai querer mais, aposto. Deve seguir em frente, e se for pra ficar com outra mulher, tem que ser eu. Convenhamos que de soca fofo aquele ali não tem nada, não posso deixar ficar com qualquer uma por aí.

— Tatiana! — Protestou de novo, mas não tinha nada a dizer. — Boa sorte.

— Que ótimo, vou lá conversar com ele, certeza que vamos nos entender. Pode ter certeza que quando a gente casar, te chamo pra ser madrinha. — Brincou e saiu da mesa andando apressada.

"Te chamo pra ser madrinha" — Debochou quando teve certeza que ela já não podia mais ouvir. — Isso foi ridículo, como se um dia fossem casar mesmo.

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— Preciso falar com você! — Tatiana invadiu o consultório de Micael assim que Jaqueline disse que ele estava sozinho. — Muito ocupado?

— Pra você? Estou sim! — Respondeu sem encarar a mulher parada diante de si. — Marca um horário.

— Deixa de ser idiota.

— Há meia hora atrás você estava conversando com a Sophia sobre quem era bom ou quem era ruim de cama. Agora você vem querer falar comigo? Não fode, Tatiana.

— Vai ficar com raiva de mim por causa dessa bobeira? Poxa, eu só tava passando dicas pra uma amiga.

— Você quer falar do Miguel? Se for, diga, se não for, some da minha frente! — Foi grosso e a mulher deu risada. — Estou falando sério. E quando é que você foi pra cama com o Fernando hein?

— Isso não é da sua conta, vai fazer ceninha de ciúmes pra nós duas? — Deu risada e puxou a cadeira que tinha diante da mesa. — Aí não dá.

— Até parece que tenho ciúmes de você. Estou curioso! — Ele rolou os olhos, realmente não tinha mais um pingo de ciúmes dela. — Tá legal, você venceu, fala de uma vez o que quer e vai embora!

— Eu quero saber se você realmente quer ficar com ela? — Perguntou e recebeu uma bufada em resposta. — Vamos lá, seja sincero.

— Claro que eu quero, eu amo a Sophia. — Arriou os ombros derrotado. — Mas ela está muito ocupada me maltratando e me humilhando.

— Não se faz de vítima. — A mulher gargalhou. — Você até que merece.

— Posso até merecer, mas isso cansa. Eu vou viver a vida toda assim? Cheirando o rabo dela?

— Tenho a solução pros seus problemas. Fica comigo! — Disse como se fosse simples e arrancou uma risada dele.

— Você ouviu eu dizer que amo a Sophia, né? Vai querer embarcar nessa canoa furada a troco do quê? — Ergueu uma sobrancelha.

— Quero te ajudar, estou cansada de vocês dois brigando sempre. Está na hora de se resolverem de uma vez por todas.

— Tatiana, seja mais clara, por favor. — Pediu e ela se ajeitou na cadeira, antes de explicar.

— Vamos fingir estar juntos, ela se morde de ciúmes de mim, só não assume. Vai ceder.

— Esse lance de fazer ciúme nunca dá certo e passa uma vibe meio infantil. — Respondeu com um sorriso. — E se ela não quer ficar comigo, não vai nem ligar pra nós dois juntos.

— Tá doido? Eu disse que vinha pedir pra você voltar comigo e ela ficou se remoendo lá na lanchonete. Claro que funciona.

— Ela ficou com ciúmes?

— Você sabe que ela tem. — Deu de ombros. — Ela vai ceder.

— E você quer fazer isso a troco do quê? — Ergueu uma sobrancelha. — Achei que gostasse de mim.

— Se ache menos importante meu amor, eu já gostei, estamos separados há meses. — Cruzou os braços e o encarou novamente. — Só estou cansada dessa situação, se estou de fora e já enjoei, imagino vocês de dentro. Tá na hora de ser feliz e parar de gastar tempo sofrendo atoa. A vida é curta demais.

— Acho melhor não, a Sophia fica magoada quando vê a gente junto. Eu não quero fazer com que fique mais triste do que já fiz.

— Mas é muito meigo. — Tatiana debochou. — É você deve ter razão. Isso não deve dar em nada. Vamos esperar ela cansar de transar com homens aleatórios. — Implicou e viu a careta voltar ao rosto dela. — Indiquei mais dois daqui pra ela. Gabriel e Leandro. Conhece?

— O ginecologista?

— Esse mesmo, Leandro Lemos. Aquele sim é bom no que faz, certeza que pelo fato de já trabalhar com a coisa, conhece pontos que você nem sonha, Micael. Capaz dela se apaixonar.

— Me deixa em paz, Tatiana. — Apontou pra porta. — Como é que você quer que a gente se resolva se está indicando contatinho pra Sophia?

— Ela me perguntou quem eu já tinha ficado daqui e eu fui sincera, isso não quer dizer nada, torço por vocês.

— Eu vou pensar na sua proposta com carinho, tá bem? Agora me deixe aqui sozinho, imaginando a minha Sophia transando com aquele ginecologista horroroso que é calvo aos trinta. — Ela levantou e saiu da sala rindo. — E eu nem sei quem é esse tal de Gabriel. — Resmungou sozinho tentando saber em que ala conhecia algum Gabriel.

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