Capítulo 95

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Micael se despediu de Sophia e foi pra casa, encontrou Maite ainda com Natália e dispensou a babá, avisando que estava de férias.

— Férias do nada? — Maitê ergueu uma sobrancelha, já estava pronta pra ir pra escola. — Isso é muito suspeito.

— Ué, tem nada de suspeito, seu avô disse que eu tava trabalhando muito e precisava de férias, só isso. — Não falaria a verdade pra filha, então começou a inventar desculpas. — Então a partir de hoje seremos nós dois durantes os dias.

— Muito bem, eu gosto quando ficamos só nos dois. — Sorriu e abraçou o pai.

— Eu sei que gosta, você me ama. — Implicou e pegou a chave do carro de novo. — Vamos, bonitinha, tá na hora da sua aula.

— A pessoa tá comigo há dez segundos e já tá me despachando. — Pegou a mochila e foi caminhando pra porta.

— Meu amor, eu tô de férias, você não. — Brincou e levou a menina pra escola.

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— E então, como está nosso bebê? — Micael estava na cozinha, fazendo a janta. Quando viu a esposa entrar no cômodo. — Espero que bem, acho que você se estressou demais.

— Ei, não me dá nem boa noite? — Foi até ele lhe dando um beijinho na boca. — É assim que serei recebida agora?

— Pode ter certeza que sim, meu amor. — Deu risada e mexeu a panela um pouco. — Boa noite!

— Agora também não quero mais. — Cruzou os braços e tentou fazer cara de brava, mas no fim deu risada. — Tá fazendo o que de bom aí? Isso está cheirando maravilhosamente bem!

— Uma carne de panela diferenciada pra ver se o Micael Segundo deixa você comer em paz. — Sophia deu gargalhada e ele a encarou. — Eu fiz alguma piada?

— MICAEL SEGUNDO É HORROROSO, PENSA NUM NOME DECENTE. — Disse alto entre as risadas. — Não vai chamar o bebê assim.

— Amor, quem registra sou eu, você vai tá lá no quarto, operada sem aguentar levantar da cama. O nome da criança vai ser Micael Leandro Abrahão Borges Segundo e ninguém tira isso da minha cabeça. — A viu dar mais risadas.

— Eu não vou conseguir falar o nome do meu filho sem rir.

— Vai sim, um nome bonito desse. — Voltou a mexer a panela.

— Bom, eu disse que ia te deixar escolher, então o que posso fazer senão aceitar que o nome da criança vai ser terrível? Quando tiver quinze anos e começar a perguntar porque o nome dos irmãos são lindos e o dele é feio, vou mandar conversar com você.

— Adora chamar meu nome de feito, fala sério! — Deixou a colher na pia e se aproximou dela com um sorriso maldoso. — Sabe quando ele não parece feio?  — A loira ergueu uma sobrancelha, mas manteve o silêncio. Ele foi até sua orelha e disse no tom mais sexy que conseguiu. — Quando você está gemendo ele. Eu, particularmente, amo.

— Pervertido! — O afastou rindo e lhe deu um tapinha no braço. — Definitivamente, o nome dessa criança não pode ser o mesmo que o seu.

— Tudo bem, eu vou pensar em algo até lá, mas não garanto nada! — Deu de ombros, dessa vez colocando mais água no arroz.

— Cadê a Maitê? — Olhou na direção da sala, mas sabia que a menina não estava lá. — Essa hora ela costuma ver televisão.

— Eu fui olhar o caderno dela e aquilo lá tá mais bagunçado do que já foi um dia, sabia? — Ergueu uma sobrancelha pra esposa. — Um monte de coisa que parece que não terminou de copiar, vários deveres de casa que ela não fez, aquela letra tenebrosa! Minha nossa!

— Você incomodado com a letra? Está com febre?

— Se eu to incomodado, é porque tá tenso o negócio lá. — Deu risada. — Comprei outro caderno, botei ela pra passar a limpo e fazer os deveres. Tá desde umas sete e pouca no quarto.

— E não vai terminar nunca. — Sophia deu risada. — Vou tomar um banho e dar um beijo nela. — Micael assentiu e ganhou outro beijinho da mulher. Logo a viu sair de perto.

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Micael ficou afastado do hospital por quase um mês e meio. Aproveitou o tempo pra ler, assistir filmes e pegar no pé de Maitê que já não aguentava mais ele em casa.

Miguel recebeu alta uma semana depois que Micael havia sido suspenso e ele gastava bastante tempo no apartamento, ajudando Tatiana a cuidar do menino, que atualmente já estava ótimo e pronto pra voltar a vida normal, sem sequelas.

Naquela tarde, no dia em que estava de volta ao seu cargo, tinha fugido do trabalho e estava com Sophia na sala do obstetra.

— E então? Já dá pra saber? — Perguntou ansioso, apertando a mão de Sophia.

— Amor, se acalma. — Sophia deu risada da careta que ele fez. — Vamos descobrir quando ele quiser se mostrar.

— A gente devia ter feito sexagem! — Disse com um bico. — Íamos descobrir isso num estalar de dedos.

— Pelo visto temos um papai muito babão aqui. — A médica companheira dos dois brincou. — Dr. Borges, seu bebê não quer se mostrar. — Apontou pra tela. — Eu sinto muito, mas ainda não dá pra saber o sexo.

— Eu devia mandar demitir você por isso. — Disse irritado e arrancou risada das duas.

— Mas a culpa é dela? — Sophia respondeu bem humorada. — Para de ameaçar as pessoas, meu filho. O neném tem o tempo dele, eu acho legal a gente deixar pra descobrir na hora do parto.

— Ficou doida, mulher? Eu não aguento esperar meses pra descobrir isso. Tô quase furando você eu mesmo pra fazer essa sexagem por conta própria.

— Meu deus que dramaaaaa! — Sophia deu risada e ele não respondeu. — Na próxima ultra talvez a gente descubra.

A médica finalizou e entregou a Sophia papel para que se limpasse. Encaminhou para exames laboratoriais e os dois saíram de lá de mãos dadas.

— Falou sério sobre descobrir o sexo do bebê no parto? — Perguntou com um tom de voz chateado, estava acompanhando a esposa até o laboratório como se não tivesse nada pra fazer. — Não quero fazer o enxoval do Micaelzinho amarelo.

— Eu queria saber porque você quer tanto um menino! — Parou de andar e o encarou. — Você tem os dois, por que a preferência é menino?

— Ué, eu tenho os dois, você não. — Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Não quer um casal? Viu que a mistura do nosso DNA da uma menina pirracenta e respondona, quem sabe em menino não seja mais tranquilo. — Sophia sorriu ainda mais com aquela resposta, parecia que tinha excluído a possibilidade de não ser pai biológico daquele bebê e isso a deixou feliz.

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