Capítulo 81

386 30 7
                                    

Micael entrou na casa de Sophia e Maitê ainda estava sozinha na sala, á sua espera. Sorriu quando viu o pai passar pela porta e se atrapalhar para fecha-la, estava com muita coisa nas mãos.

— Demorou! — Ela ficou de pé e foi até ele ajudar com as sacolas.

— São nove da noite, não tem uma floricultura aberta, trouxe uma rosa, achei uma menina vendendo na porta do restaurante, será que serve?

— O que vale é a intenção, ela vai amar! — Maitê disse com tamanha certeza que fez o pai rir. — Cadê meu chocolate?

— Toma aqui. — Mexeu na sacola e tirou de lá uma caixa de bombom. — Vê se não come tudo de uma vez, pra não ficar com dor de barriga.

— É sério que você trouxe Ferrero Rocher pra minha mãe e uma caixa de chocolates comum pra mim? É uma piada, né pai? — Cruzou os braços em revolta e Micael prendeu o riso. — Eu quero Ferrero também.

— Muito caro, você não merece!

— Que absurdo, eu tenho sido uma ótima filha! — Se defendeu com um bico. — Você que anda pão duro.

— Minha nossa, como você é dramática. — Rolou os olhos e tirou de dentro de outra sacola, uma caixa de Ferrero com doze unidades. — Toma aí, chata.

— Ahhh, eu sabia que você estava escondendo o jogo. — Disse feliz.

— Queria muito entender a adoração de vocês por esse chocolate, nem é grandes coisas. — Disse dando risada com a menina abrindo a embalagem. — Não vai nem reclamar que o seu é menor que da sua mãe?

— Não, imagino que tenha comprado esse grandão porque errou feio. — Implicou com o pai que fez uma leve careta. — Você deve ser o único pai do mundo que escuta conselhos de uma criança de dez anos.

— Com toda certeza. — Por fim, soltou mais uma risada e então pegou o chocolate e a rosa. — Vou lá falar com sua mãe agora, vê se escova os dentes antes de dormir.

— Depois do meu chocolatinho, quem sabe. — Brincou e recebeu um beijo na testa e viu o pai subir lentamente, parecia com medo de encarar Sophia.

.
.
.

Batidas ecoaram pela porta de Sophia e a mesmo rolou os olhos, pensando que era Maitê e suas perguntas infinitas. Seus olhos pesavam, estava enjoada. Aquela gravidez estava acabando com ela. Deu permissão para que entrasse e se surpreendeu ao ver Micael passando pela porta.

— Achei que não viria pra cá hoje. — Ela prendeu o sorriso, no fundo estava feliz que ele estava lá. — Não me esperou.

— É, exagerei. — Se aproximou e sentou na beira da cama. — Me desculpe por hoje.

— Não desculpo, odeio quando você age como um babaca machista. — Respondeu com um bico. — Eu odeio a sós e odeio ainda mais quando é na frente dos outros.

— Eu sei, perdi o controle quando te vi ao lado daquele imbecil. —  Estendeu a rosa pra ela. — Eu sou ciumento.

— Eu sou ciumenta e nunca dei ordem nenhuma pra você sair de perto da Tati ou de quem quer que fosse.— Ela pegou a rosa de sua mão e cheirou. — Você podia ter chegado perto e me chamado pra conversar, podia ter se sentando com a gente, não tinha nada demais na conversa.

— A Tati é mãe do meu filho, não dá pra pedir pra eu sair de perto dela. — Disse com a testa franzida. — E você sabe que ela é inofensiva.

— Danilo também é, eu não quero mais ninguém, só você. Não precisa fazer cena ao me ver conversando com outros homens.

— Tá bem, meu amor. Tentarei me controlar. — Prometeu e Sophia balançou a cabeça, certa de que ele não conseguiria. — Eu amo você e a menor chance de te perder me deixa louco, irracional. Me desculpe, de verdade.

— Não haja mais como um imbecil, sabe que eu não vou obedecer você, a única coisa que vai fazer é papel de ridículo, porque se tentar, eu vou te dar resposta desaforada até mesmo na frente do papa.

— Eu sei, te conheço. — Deu uma risadinha. — E com certeza seu jeito é o que mais amo em você. Realmente, me desculpe.

— Eu amo você. — Se aproximou para um beijo calmo. — Estava onde, hein? — Perguntou quando se afastou.

— Em casa, onde mais? — Ergueu uma sobrancelha. — Tatiana estava no hospital com Miguel então eu aproveitei pra ir pra casa, trouxe até mais roupa.

— Você está se mudando pra minha casa aos poucos, não é Micael? — Constatou dando risada. — Daqui a pouco não tem nada seu mais naquele lugar.

— Eu até pensei em oferecer uma oferta pro proprietário, pra deixar a Tatiana lá de vez. — Sophia ergueu uma sobrancelha, não esperava aquilo. Era rápido demais, não era? — Que foi? Você não quer?

— Voltamos há pouco tempo, não acha precipitado? Como vai se desfazer do seu apartamento? Digo, e se a gente brigar ou resolver terminar? — Ela disse apreensiva, pensando em seu bebê.

— Terminar? — Micael se colocou de pé, assustando. — Você estava pensando em terminar comigo? Eu sei e já assumi que fui idiota, não precisa disso por causa daquela briga boba.

— Não pensei em terminar por causa daquilo.

— Pensou em terminar por causa do quê? Do abraço que você me viu dar na Tatiana? Meu amor, eu juro que...

— Não pensei em terminar, apenas me expressei mal. — O tranquilizou. — Algum dia pode acontecer isso.

— Eu, sinceramente, acho impossível. — Deu risada, mais tranquilo. — Se acaso acontecer, eu arranjo outro lugar, não é tão difícil assim. — Ele enfiou a mão no bolso e então tirou de lá a aliança de Sophia. — Eu trouxe isso aqui, estive pensando bastante.

— Achei que você não tivesse guardado isso na mudança. — Ela sorriu e abriu a mão, recebendo a aliança com um sorriso. — Você é bem sentimental, não é mesmo?

— Você não sabe o quanto foi doído tirar a minha aliança, você não tem noção do quanto eu quis ter você de volta.

— Não sei mesmo, afinal você tirou sua aliança quando já estava com a Tatiana. — Alfinetou e o viu virar os olhos. — Estou brincando, mas com um fundo de verdade.

— Não quero falar de Tatiana. — Fez uma careta. — Quero falar de nós dois, quero continuar a nossa vida, mesmo que as coisas sejam bem diferentes agora. — Sophia se levantou e caminhou até a penteadeira, abrindo sua caixa de cordões e retirando de lá a correntinha com a aliança de Micael. — E ficou surpresa porque eu guardei a sua?

— Mas não foi esse o combinado? Eu guardar a sua e você a minha? — Ela o respondeu com um belo sorriso. — Eu amo você. — Ela disse enquanto colocava a aliança de volta em sua mão. — Antes de continuar com isso, temos que conversar sério!

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora