Capítulo 97

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— Eu não sou um estrupício, mas essa mulher é maluca! Ela acha que vai chegar pra mim e dizer que vai levar meu filho pra outro estado, eu vou sorrir e dizer que sim? — Se sentou, estava irritado. — Perdeu o juízo de vez. 

— Você é grosso demais! — Sophia disse prendendo uma risada. — Custava dizer que ia pensar sobre o assunto? É algo importante pra ela, deve ser ao menos considerado. 

— Que considerado o que, é do meu filho que estamos falando! — Manteve a braveza. — Eu não quero que ele seja criado longe de mim, Tatiana arranja um namorado e quando eu ver o moleque ta chamando o marmanjo de pai. 

— Não é bem assim que funciona. — Sophia se sentou no outro sofá. — Se você for presente pro menino, ele não vai chamar ninguém de pai além de você. 

— Como eu vou ser presente pro menino lá em São Paulo? — Falou alto como se fosse óbvio. — É impossível. 

— Não é impossível, está agindo como se fosse na China. — Ele virou os olhos. — Você pode ligar pro seu filho, fazer chamada de vídeo, buscar o menino pra ficar aqui com a gente. Vamos parar de complicar o fácil, você faz um voo até São Paulo em quarenta minutos! 

— Haja dinheiro. — Protestou ainda com a cabeça fechada em relação aquilo. 

— Eu odeio quando você começa a chorar por conta de dinheiro. Deixa de ser pão duro! Tatiana tem que seguir a vida dela e deixar o filho pra trás não é uma opção. 

— Seguir a vida dela? Ela tem um ótimo emprego, recebe até acima do piso da função. Eu pago tudo referente ao Miguel, eu ia comprar um apartamento pra ela morar. Essa mulher quer mais o quê? O que tem aqui que é tão ruim? — Sophia respirou fundo e balançou a cabeça. — Estou falando sério, eu não sei o que pode ser tão ruim que não da pra seguir a vida daqui. 

— AQUI TEM VOCÊ! — Disse alto, cansada de tentar fazer com que ele entendesse aquilo. 

— Eu sou tão ruim assim que ela precisa ir pra outro estado? Fala sério, eu nem implico com nada! 

— Você é realmente um estrupício, não é mesmo? — Disse incrédula. — Micael, você não percebe que mesmo após esses dois anos, a Tatiana não te superou? Você não consegue enxergar como ela te olha? — Ele ficou em silêncio pensando. — Ela se faz de durona e bem resolvida, mas não é coisa nenhuma. Essa mulher ama você e ver a gente assim, juntos e felizes, comprando casa e esperando um bebê deve magoar ela em muitos níveis! 

— Eu não acho que ama não, ela já me deu conselhos pra ficar com você. Se gostasse de mim, ia se aproveitar da situação. — Sophia bufou. — Eu estou falando sério, amor, a Tatiana que foi embora, ela deu a maior força pra gente se entender e então quando teve todo aquele lance do início da sua gravidez ela fez um super discurso pra eu passar por cima. 

— Isso só quer dizer que ela não é egoísta. — Manteve sua careta. — Ela passa por cima dos próprios sentimentos pra ver você feliz, sério que você não enxerga isso? Pra ela querer ir embora e fugir daqui, ela deve estar no limite. 

— Aí Sophia, agora eu fiquei com pena. 

— Pena não, ela não é digna de pena. — O corrigiu. — Você vai falar com ela e dizer que tudo bem ela ir atrás desse emprego. Por favor, ela precisa seguir em frente, precisa ser feliz! 

— E eu fico sem o Miguel? 

— Você fica sem o Miguel se quiser. — Deu de ombros. — Eu já te disse como é que você vai manter a ligação com seu filho, mas a Tatiana precisa ir. Precisa de um tempo pra ela, capaz de querer ir antes do Micael nascer. 

— É uma graça ouvir você chamando ele de Micael. — Deu uma risada sincera da careta de Sophia. — Eu adoro. 

— Ué, não é esse o nome terrível que você escolheu pra coitada da criança? — Rolou os olhos e ouviu outra gargalhada. — Eu tenho que me acostumar. 

— Terrível não! — Defendeu mais uma vez. e então encerrou as risadas e assumiu um tom sério novamente. — Tá bem, eu vou falar com a Tatiana e dizer que tudo bem ela levar o meu filho pra sabe Deus onde. 

— Não fala "seu filho", é filho de vocês dois! — O corrigiu mais uma vez. — Deixa de bobeira, Miguel te ama, ele não vai esquecer que você é o pai dele se você se fizer presente. 

— Tá bom, eu vou falar com ela. — Suspirou. — Agora vem cá, você me enrolou desde que descobrimos essa gravidez. — Começou o assunto e ela já sabia que ele ia pedir o DNA. — Eu tinha até esquecido, mas a Tatiana fez questão de jogar na minha cara agora. 

— Não te enrolei nada, apenas não tive oportunidade de fazer o teste. — Se defendeu, tentando escapar daquilo de novo. — Eu vou fazer. 

— Hum, quando? 

— Que pressa é essa? — Ele a olhou incrédulo. — Eu disse que vou fazer. 

— Pressa? Meu amor, você já está no final da gestação, estou esperando meses por isso, não pode dizer que estou te apressando. — Insistiu mais um pouco e viu a careta da mulher. — Qual é o verdadeiro problema? Por que está fugindo disso sendo que você mesma me disse que faria se eu quisesse?

— Vou fazer, meu amor. Amanhã a gente vai lá e colhe o material, pode ser? — Disse desanimada. 

— Com essa cara aí? Fala sério, Sophia, parece que está indo pra forca. — Deu risada e a viu fazer uma careta pior. 

— Eu tenho medo de quando o resultado sair você mude. — Revelou e ele saiu de onde estava pra sentar ao seu lado. — Vai que você está todo fofo assim porque tem dúvida? Aí se a gente confirmar que o bebê não é seu e você mudar? 

— Para de besteira, esse filho é meu! — Disse num tom forte. — Nada vai mudar. 

— Você faz tanta questão desse exame que parece que vai mudar sim. — Disse com um bico. 

— É porque eu sou curioso. — Ele deu risada. — E gosto de ter certeza das coisas, mas nada vai me fazer abrir mão da nossa família. Deixa de bobeira, eu amo você. 

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Galera, como vocês já devem saber, quando eu começo a sumir, é sinal que tá na hora de acabar com a fic! 

Hahahaha, é melhor logo acabar do que ficar nessa de postar sem data certa. (Pelo menos eu acho). 

Obrigada a todas que chegaram até aqui! S2 S2

Vou voltar com o último capitulo hoje ou amanhã! (se Deus quiser)

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