Capítulo 70

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Sophia saiu do quarto logo em seguida e encontrou Micael na cozinha, passando um café. A loira se aproximou com um sorriso e ele a encarou em silêncio.

— Vai estragar a manhã da nossa primeira segunda-feira juntos por causa de besteira? — Cruzou os braços. — Já passou!

— Não é uma cena fácil de esquecer, eu vi! E você me expulsou daqui, se não lembra! Foi com certeza o maior papel de idiota que já fiz na minha vida.

— Tá, mas não era pra você ter visto. Estava dentro da minha casa! Não ia nem te contar que aconteceu, justamente pra você não sofrer.

— Ah, dá um tempo! — Rolou os olhos.

— É sério, se você não soubesse que aconteceu, não ia sentir nada, exatamente como quando foi com Danilo.

— Outro imbecil, que você escondeu e depois jogou numa conversa como se eu não estivesse presente. — Cruzou os braços. — Você foi muito cruel comigo esses meses, só falta enxergar.

— Tá, eu posso até ter exagerado um pouquinho, mas você teve um filho. — Respondeu sem deixar o bom humor morrer. — Mereceu todo o desprezo que te dei. Você jamais me aceitaria grávida de outro homem.

— Você não tem como saber.

— Eu te conheço bem demais pra saber. — Ela rebateu. — Será que podemos parar de brigar por coisas que já passaram faz tempo? Estávamos tendo uma manhã incrível, e eu quero que o dia continue incrível.

— Tá, me desculpe pelo surto. — Suspirou e se aproximou dela pra um abraço. — Também não quero estragar a nossa manhã.

— Estavam brigando? — Maitê se aproximou e os pegou de surpresa, quase como todas as vezes. — Acabou o final de semana mágico?

— Ninguém estava brigando. — Sophia respondeu com um sorriso e foi dar um beijo na filha. — Acordou tarde hein!

— É, lado bom de estudar a tarde é esse privilégio. — Brincou. — Quem é que vai cozinhar hoje?

— Tô fora! — Micael respondeu rápido e se sentou. — Sobrou pra você, mamãe.

— Tudo bem, hoje eu vou aceitar a tarefa. Vão querer o que? Ovos mexidos e bacon? — Os dois assentiram e logo ela começou a preparação.

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Micael levou a filha pro colégio depois do almoço e voltou a tempo de ficar de chamego com a namorada, o assunto da manhã completamente esquecido.

À noite ele se arrumou pra trabalhar e ela também. Saíram antes de Maitê chegar com a Nana, que mais uma noite dormiria ali com a menina.

— Bom trabalho. — Ele lhe deu um selinho antes de ir para seu consultório.

A noite voou e quando a loira voltou a olhar em seu relógio, já passava de uma da manhã e precisava tirar seu horário de descanso.

Saiu pelos corredores do hospital até a porta do consultório de Micael e deu batidinhas leves. Teve permissão pra entrar e ele sorriu ao vê-la.

— Já tirou seu horário de descanso? — Perguntou diante dele.

— Ainda não tive tempo. — Estava concentrado em alguns papéis. — Plantão tá tranquilo pra você? Pra mim está uma loucura!

— Até que hoje está tranquilo sim. — Deu de ombros. — Mas tudo bem então, eu vou lá pra lanchonete comer algo, depois a gente se fala.

— Não, eu vou com você. Uma hora vou ter que fazer isso mesmo. — Organizou seus papéis e então se levantou. — Vamos que eu também estou com fome.

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