CAPÍTULO 11

12.4K 684 9
                                    

                     EMMA FIORE

Faz exato 7 meses que Matteo se foi, eu não esperava que ele fosse ter algo comigo, sei que ele só me queria em sua cama pelo tempo que passasse aqui. Mas os dias que passamos juntos foram incríveis, mesmo ele sendo sério, e fechado. Quando eu estava em seus braços sentia algo diferente, mas a última vez que nos vimos ele estava mais fechado do que ao normal, é oque ele me falou foi como me dado um soco no meio da minha cara, com certeza ele não iria voltar para Nova Iorque por minha causa, eu fui só mais uma das muitas mulheres que passam na sua cama.
Um homem como ele que exala poder e dinheiro vai querer uma mulher a sua altura, uma com berço de ouro, não uma que perdeu a mãe e o pai que nem sabe como era ou seu nome, que agora mora com uma amigo da sua mãe. Mas Matteo me fez me sentir mulher, desejada...ele me deu momentos que eu nunca imaginei que fosse ter, me deu momentos iguais as personagens dos meu livros e filmes de romance que eu amo.

— Você está bem?— Questiono Sophie.

— Sim — Ela respira fundo — Nathan foi viajar de novo?

— Ele viaja mais do que nós duas juntas. Com a vida que ele leva até eu.

— Também queria viajar, queria voltar pra Sidney revê umas pessoas.
Digo pensativa.

— Você morava lá não é!?

— Sim, sinto muita falta. Tô com saudades da senhora Jenkins e do Eric, ele era meu professor de piano. E também tem a minha mãe, ela está enterrada lá, queria visitá-la.
Meus olhos ardem com as lágrimas que se formam. Sophie pega minha mão

— Nós podemos ir lá.

— Você iria comigo?

— É claro, não deixaria você viajar sem mim.
Sorrio pra ela.

— Vou falar com Carter.
Digo empolgada.

— Tá. Podemos ir nas férias, eu posso tirar férias junto com você.
Assinto.

Será bom tê-la por perto, Sophie virou mais do que uma simples amiga, ela virou minha irmã.

Chego em casa animada com a ideia de ir viajar, de rever a senhora Jenkins e o Eric, estou com tanta saudades deles. Eu sempre converso com eles por mensagens, ligações ou chamadas de vídeo, mas não é a mesma coisa de estar por perto pra abraçá-los.

— Carter!?— Chamo batendo na porta do seu escritório.

— Entra.
Entro e o vejo olhando pro notebook atento.

— Posso falar com você?

— Claro.
Me sento na cadeira de frente para ele.

— Eu queria ir pra Sidney nas minhas férias, visitar a senhora Jenkins e o Eric.....e minha mãe.
Ele me olha por instante antes de começar a falar.

— Acho melhor não.

— Como assim? Não tem nada de mais ir lá.

— É melhor deixar o passado para trás. Indo até lá não vai ser bom pra você.

— A minha mãe está lá.

— Não, os ossos dela estão enterrados lá, não ela.
Fico em silêncio sentindo uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Ele passa a mão no rosto respirando fundo.

— Sinto muito, mas minha resposta é não — O olho é assinto e me levanto saindo do escritório.

Vou pro meu quarto e desabo na minha cama, deixando as outras lágrimas descerem. Passei momentos muito felizes naquele lugar, lá é e sempre será minha casa, aonde minha mãe está enterrada. Depois de chorar vou pro banheiro tomar um banho, quando saiu vou pro closet me vestir, olho pro canto e vejo a caixa da minha mãe que peguei antes de ir embora, pego e vou pra cama. Abro e vejo algumas fotos e papéis, as fotos são algumas minhas quando eu era bebê, e outras com ela comigo em seu colo, ela tá sorrindo pra mim, um sorriso lindo. Tem uma foto com ela grávida de mim, ela tá tão linda, ela era a mulher mais linda que eu já vi, não só a beleza física, mais a interior. Pego a foto com ela comigo no colo e guardo o resto na caixa a colocando em cima da mesinha de cabeceira.
Acordo de manhã com a cabeça doendo por causa do choro, me levanto e vou pro banheiro tomar um banho e me arrumar pra faculdade. Nova Iorque acordou triste igual eu, estava enublado. Me visto e pego as minhas coisas, e desço pra tomar café, Carter não está em casa, e é bom, não queria conversar com ele logo de manhã. Mas logo uma mensagem sua chega.

Precisei sair mais cedo, quando chegar conversamos.

Não respondo, termino de comer e saio. O lado de fora está bem frio, o céu está cinza, e até gosto desse clima, o vento frio parece que bate em mim e leva as coisas ruins com ele. Quando chego na universidade vou direto encontrar com a Sophie e conto que Carter não estava de acordo com a viagem.

— Mais por que?

— Ele pensa que não vai me fazer bem ir até lá, e relembrar tudo.

— E você acha que indo até lá vai te fazer mal?

— Com certeza não, vai me fazer bem.

— Então vamos convencê-lo.

— Duvido que vamos convencê-lo.
Digo deixando meus ombros caírem.

— Não custa tentar.

Quando as aulas acabam vou andando espera a Sophie, ela tinha que entregar algo a uma professora. Fico parada abotoando meu sobretudo, o vento começou a ficar mais forte. Sinto alguém pegar em meu braço, penso que é a Sophie, viro pra trás e vejo que não é ela.

— Começa a andar e não grita, se não eu atiro em você.

O homem alto moreno com os cabelos raspado diz, e encosta uma arma nas minhas costas.
Não digo nada, só começo a andar com ele agarrado ao meu braço, com a arma encontrada em minha costas. Chegamos até uma SUV preta, com um homem do lado de fora, ele abre a porta, e o outro me empurra pra mim entrar. Ele entra junto e fecha a porta, o outro entra e começa a dirigir.
Eu tentava controlar a minha respiração pra ficar calma, mas cada vez que o carro andar para mais longe eu ficava em desespero total.
Queria diz que com certeza pegaram a pessoa errada, mas fiquei imóvel, não queria que eles me machucasse. O homem ao meu lado pega o celular e liga para alguém.

— Já estamos chegando....sim ocorreu tudo bem. Okay.

Ele desligou o celular e o guardou. Chegamos em uma pista de pouso, um jatinho estava parado. Comecei entrar em pânico, eles iriam me levar pra algum lugar.

— Para aonde vocês vão me levar?
Arrisquei a pergunta. Mas os dois me ignoraram completamente.

O carro parou e eu me agarrei no banco, não podia deixar eles me levarem, se eu entrasse naquele jatinho já era.

— Desce.
Quando olhei o homem estava do lado de fora com a porta aberta.

— Vocês cometeram um engano.
Minha voz sai temerosa.

— Desce do carro — Ele diz sem paciência.

— Por favor me deixa ir.

O homem agarra o meu pulso e me puxa para fora, quase me derrubando no chão.

— Lucian! — Um homem chama atenção do homem que aperta meu pulso.

Lucian me puxa me deixando em pé, e concerta a postura. Olho para trás é tomo um susto, e o cara que foi na lanchonete. Ele olha sério para Lucian.

— A mão — Ele diz olhando  para a mão em meu pulso, o fazendo tirar a sua mão rapidamente de mim, olho e vejo que ficou vermelho.

O homem vem até a mim e olha meu  pulso, e olha sério pro outro ao lado.

— Eu espero que não fique roxo para o seu bem.
Depois ele olha pra mim.

— Vamos.

Ele coloca a mão na minha costa me empurrando em direção ao jatinho.

— Espera, com certeza ouve um engano.
As lágrimas começaram a querer cair, tentei as segurar o tanto que consegui.

— Não, não ouve engano. Agora entra.

Me desespero, meu coração começa a bater muito rápido, então faço uma besteira, e saio correndo como nunca tinha corrido na minha vida toda. Mas não consigo chegar muito longe, alguém me agarra por trás.

— Se eu fosse você não faria isso. Com certeza você não quer leva um tiro.

— Por favor me deixa ir. Eu....eu não sou rica ou importante — Falo chorando desesperada.

Ele não diz nada só me puxa pro jatinho. Paro ao lado de uma poltrona.

— Sente-se — Ele ordena.
Me sento, atordoada, não acreditando no que está acontecendo comigo.

— Eu fiz alguma coisa? — Pergunto olhando pra ele que está sentado a minha frente.

— Sim.

— Oque? Oque eu fiz?
Pergunto em desespero.

— Depois você vai descobrir.

Começo a chorar, e tento busca na minha memória algo que eu tenha feito de errado pra esse tipo de pessoa, mas não acho nada.
Quando o jato decolar começo a ter um ataque de pânico.

— Por favor, por favor...não...não faz isso comigo.
Me levanto atônica. Fico sufocada com as mãos soando frio.

— Senta — Ele me segura, me levando pra poltrona. Respira fundo.

Começo a respirar fundo, minha visão fica toda embaçado. Ele sai e volta com um copo na mão

— Beba isso — Olho pro copo com água, e o pego é bebo tudo.
Sinto um gosto diferente na água.
Olho para ele com cenho franzido.

— Vai ser melhor pra você ficar apagada.

— Oq-oque você...me deu?

— A viagem vai ser longa, descansar.

Em menos de 5 minutos eu já estava grogue, apagando aos poucos.   Não sei o que me espera, mas com certeza será algo ruim.

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora