CAPÍTULO 57

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                   EMMA FIORE

Quando você nasce, seus pais pensam no melhor futuro para você, no melhor caminho. Um emprego bom, uma universidade boa, uma família… quer que seus filhos sejam felizes. É isso que os pais querem para os seus filhos, mas a realidade é totalmente diferente, é difícil encontrar o emprego perfeito, você não vai de cara encontrar um emprego dos sonhos que te paguei um salário alto, e para entrar na universidade você precisa de dinheiro, e para ter um emprego bom você precisa da universidade, que custa caro, o dinheiro que o seu emprego não paga a maioria das vezes, não da para bancar a universidade.

E tem o homem perfeito, que não existe, sonhar com o príncipe encanto e só uma perda de tempo. Tudo que os pais sonham para os filhos só fica em sonhos, sonhos perdidos, não realizados.
Minha mãe sonhava tudo isso para mim, um bom emprego, universidade… um bom marido, e filhos. E ela iria passar cada etapa comigo, ao meu lado.

Chorar de felicidade quando eu fosse pedida em casamento, no momento que eu me casar-se, quando eu descobri que estava grávida. Mas foi tudo perdido, sonhos perdidos, esquecidos.
Meu aniversário sempre foi uma data que ela amava comemorar, nunca passava em branco, mas daqui a 3 dias a única coisa que quero fazer é ficar longe de qualquer resquício de comemoração, velas, bolos e música de parabéns.

Respiro fundo me olhando no espelho, passo a mão para tirar o embaçado que o vapor da água quente fez. Me olho e observo a minha feição. Estou recuperada, fisicamente, mas emocionalmente nem tanto.

Vou para o closet e coloco uma camisola e me deito para dormir, estava cansada, não tinha dormindo muito bem a noite anterior.
Sou acordada com o Matteo em cima de mim.

— Hummm — resmungo sonolenta — Matteo…
Ele dá uma mordida na minha bunda.

Fazia uns dias que ele não me tocava pela forma que eu estava, o meu corpo estava muito dolorido, eu nem conseguia dormir direito.
Seu olhar entregava o quanto ele estava louco, para me, tocar.

— Haaa… Matteo.

Eu também estava necessitado do seu corpo no meu, da suas mão, seus beijos.

Depois do meu corpo ficar exausto, mas leve adormeço novamente.
Mas sou acordada depois, e vejo que algo está errado, mesmo não estando 100% acordada.

— O que tá acontecendo?
Questiono, e me visto rapidamente.

— Presta atenção, em hipótese alguma saia daqui.
Ele fala baixo.
Sua expressão me faz sentir um tremor ruim.

— Matteo, o que está aconteceu? — sussurro.

Minha garganta está querendo fechar, e meus olhos arde. Estava aponto de chorar.
Olho para sua arma.

— Vou sair e você tranca a porta, só abre se eu pedir. Não abre para mais ninguém. Se você ouvir alguém bater na porta e dizer que mandei te buscar, não abre, eu mesmo vou vir te buscar, entendeu? — Balanço a cabeça.

Depois que ele saiu do quarto o medo me tomou, e tudo que aconteceu depois fez meu corpo todo paralisar, minha mente queria apagar tudo que aconteceu.

Acordei com o pôr do sol, estava lindo. O alaranjado no céu era perfeito. Meu corpo estava dolorido, entre minhas pernas ardia um pouco. Meu corpo nu e as marcas me fazem lembrar do sexo selvagem que fizemos. Matteo parecia descontar toda raiva que estava sentindo através do sexo, não ligava, era bom.

Passo a mão no rosto e percebo um anel no meu dedo anelar da mão esquerda.
Solto um suspiro auditivo quando vejo o diamante enorme. Era lindo, ouro branco cravejado de pequenos diamantes, e no topo um enorme diamante, que reluzia em contato com os pequenos raios de sol ainda que restava.

Começo a lembrar do pedido de casamento do Matteo. Eu estava em êxtase pelo prazer e o orgasmo.

Me levanto e pego sua camisa jogada no chão e coloco e saio do quarto.
Não o encontro na sala ou na cozinha, então vou procurando.
O lugar e enorme, uma cobertura linda, clara.

Vou andando por um corredor longo, com quadros de artes lindos, até que ouço sua voz.

— Traga para cá. Sim.
Ele estava falando no celular.

Estava tão nervosa que entro e abro a porta sem bater e vejo que é um escritório.
Ele franze as sobrancelhas me olhando.

— Faça isso quanto antes — Ele diz e desliga.
Levanto a minha mão com a aliança.

— O que é isso?
Ele ergue uma sobrancelha.

— Suponho que você já tinha visto uma aliança.

— Por quê?
Ele sai de trás da mesa sem parar de me olhar.

— Porque você disse sim. É minha noiva agora, e precisava de uma aliança.
Ele segura a mão com a bendita aliança.

— Você fez o pedido em um momento inoportuno. Eu não estava racionando bem. Não é uma hora que alguém possa tomar uma decisão assim — Digo com raiva.

Ele me puxa agarrando minha cintura, dando um sorriso de lado.
Cretino.

— Você fez de propósito. Sabia que eu ia acabar dizendo sim.

— Entenda uma coisa. Mesmo você dizendo não, essa aliança iria acabar no seu dedo.
O empurro me soltando do seu agarro.

— Você não pode me obriga a casar com você — Aumentei a voz.

— Você vai ficar ao meu lado até eu morrer, e eu planejo ficar muitos anos vivo. Você pode escolher ficar ao meu lado com uma mera amante, uma qualquer na minha cama… ou como a minha esposa, que todos têm que abaixar a cabeça para você quando passar.

— Você nunca quis casar. Sempre mostrou que abominava o casamento.

— Sim. Nunca me vi me casando, dividido a minha cama, casa… minha vida com uma mulher. Mas ter você na minha cama não é o suficiente.

— Não é?

— Tê-la dessa forma parece que a qualquer momento você vai me abandonar, fugir. Mas você tendo o meu sobrenome, sendo a minha esposa, me dá a sensação, mesmo que falsa, que você ficará comigo.
Não consigo dizer nada.

Ele parece pensativo, em seu olhar aparece algo mais logo some.

— Mandei trazerem suas coisas. Vamos morar aqui por um tempo — Ele muda de assunto.
Só balanço a cabeça.

— Quando?
Pergunto sem olhá-lo.

Ele parece não entender, mas logo percebe do que estou falando.

— Daqui a um mês.
Respiro fundo e saio.

Um mês para eu casar.

*****
Fico encolhida em cima da cama abraçada as minhas pernas, estava tão assustada, com medo, o meu coração parecia que ia sair pela minha caixa torácica.
Passou alguns minutos eu ouvi alguém em frente a porta, a maçaneta começou a mexer, e começou a abrir.
Fiquei calma, porque o único que teria chave era o Matteo. Mas quando a porta se abriu não era o Matteo, era um homem alto, com uma tatuagem no rosto, forte. Ele me olhava de uma forma nojenta.

— Achei você.

Pulo da cama quando ele vem para cima de mim. Mas sinto sua mão agarra meus cabelos me puxando para trás. Caio no chão. Ele me vira e por impulso lhe dou um tapa no rosto.

— Sua puta.
Ela agarra meu pescoço com força.

— Não posso te machucar.
Ele rasga a minha camisola, fazendo meu sutiã aparecer.

— Mas posso aproveitar um pouco você.

Ele abriu minhas pernas, tentei chutá-lo. Ele agarrou meu pé, o machucado.

— Seja uma boa menina.

Ele olhou para entre minhas pernas, mordendo os lábios.

— O fodido do Valentini deve te comer o tempo todo.

Ele pegou a sua arma e começou a deslizar para minha intimidade.
Minhas lágrimas escorriam pelo meu rosto sem parar.

Cadê o Matteo!

Ele pressionou a ponta da arma em minha entrada, meu corpo estremeceu por inteiro. Gritei quando pressionou com mais força.

Tento gritar novamente, mas ele coloca sua mão em minha boca, abafa todos os sons. Ele roça seu membro na minha perna, um pânico enorme me toma, minha visão está embaçada pelas lágrimas.

— Você é uma delícia, vai valer a pena tudo isso, para ter você — Ele cheira meu pescoço.

Quando ele tenta me beijar, sua cabeça estoura em minha frente, seu sangue quente cai em meu rosto. Seu corpo pesado cai em cima de mim.

Abro os olhos por um instante e vejo Matteo com arma em punho. Seus olhos estão escuros, o homem que vejo na minha frente é o Don da ‘Ndrangheta. Um assassino, mãos sujas de sangue, e roupa. O homem em cima de mim dá uns espasmos, o olho e vejo o buraco em sua cabeça, os miolos.

Acordo ofegante, e toda suada. Olho para o quarto passando os olhos verificando que não tem ninguém.
Sinto uma mão quente em meu braço.

— Foi só um pesadelo — Ele diz me puxando para seus braços.
Lentamente consigo acalmar minha respiração.

— E-eu não consigo fazer sumir — Digo é meus olhos começam a arder.

— Sempre que fecho os olhos vejo ele, o sangue.....
As lágrimas começaram a sair.

— Como você conseguiu?
Inclino minha cabeça para cima, para ver seu rosto.

— A primeira pessoa que vi morta… quer diz, sendo morta foi com 10 anos. A cena erra grotesca, mais foi algo que não me abalou, não senti nada. Fui criado diferente de você, então desde criança essas coisas são normais para mim. O fodido do meu pai fez questão de acabar com a sensibilidade humana com que nasci. Ele me criou para ser inapto a sentir medo, remoço, pena…
Ele olhou nos meus olhos.

— Foi minha culpa. Não deveria ter feito tudo aquilo na sua frente. Mas quando vi aquele homem em cima de você perdi o controle.
Ele enxugou a minha lágrima e depois beijou o local.

— Dorme.
Ele começou a acariciar meu cabelo até eu dormir.

No dia seguinte estava sozinha, Matteo havia saído e disse que a Mariana ia chegar em breve, então como não tinha nada para fazer andei pela cobertura.
Após ver todos os cômodos fui para o escritório, eu sabia que não era para eu estar fuçando as coisas dele, se ele me pegasse eu estaria ferrada.

Mexi em alguns papéis que estavam organizados em cima da mesa. Arregalei os olhos quando vi a quantidade exorbitante de dinheiro no papel. Era das boates que ele tinha, a Lust estava no meio, ela dava muito dinheiro, muito mesmo. Também tinha papéis sobre drogas, armas. Os guardei e peguei um envelope, quando abri vi uma foto da minha mãe, ela estava tão linda, nunca havia visto essa foto, ela estava um pouco mais nova.
Mas por que Matteo teria uma foto da minha mãe?

— Emma!
Olho para trás e vejo Mariana.

— Oi — Sorriu para ela.

— O que está fazendo aqui? Bisbilhotando né.
Ela rir.

— Um pouquinho. Olha, essa é minha mãe.
Mostro a foto para ela.

Sua expressão mudou drasticamente.

— Sua mãe? — Ela questionou olhando de mim para foto.

— Sim.
Ela piscar algumas vezes, e encara a foto.

— Vocês se parecem muito.
Sorrir.

— Sim. Éramos muito parecidas.

— Querida, é melhor não questiona o Matteo sobre ele ter uma foto da sua mãe. Assim ele vai saber que você entrou aqui sem a permissão dele, e ele odeia que entrem no escritório. Acabará arrumando confusão com ele.

— Tá bom.
Olho para foto.

— Jesus.
Mariana diz com a mão no coração.

— Você está bem?

— Sim, só lembrei de algo. Vamos, e melhor sairmos.

Ela pega a foto e coloca no envelope e guarda onde ele estava.

Eu queria perguntar o motivo dele ter uma foto da minha mãe, e pedir a foto para mim, ela estava tão linda, seu rosto de felicidade, até me fez sorrir.

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora