Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta

CAPÍTULO 31

                    EMMA FIORE

Acordei com algo sobre meu rosto, quando abrir meus olhos vi Matteo me observando com uma expressão séria.

— Bom dia — Disse um pouco sonolenta, abrindo um sorriso para ele.

— Bom dia — Ele respondeu meio seco.

Ele se levantou e foi em direção ao banheiro.

Me espreguicei e me deitei em seu lugar, agarrei seu travesseiro sentindo seu perfume. Quando ele saiu do banheiro já estava todo arrumando com seu terno caro sobe média, abotoando os últimos botões da camisa por baixo do terno, não consegui tirar meus olhos dele, mas ele me ignorou e saiu do quarto. Fiquei triste, sem intender sua reação, ontem tivemos uma noite maravilhosa, é agora ele me trata dessa forma.

Matteo me confundi muito, não sei oque esperar dele, a cada dia ele está com um humor diferente.
Suas mudanças de humor repentinas estão acabando comigo, com o meu emocional, que já está bem abalado.
Tomo um banho bem demorado, e desço pra comer, como um pouco, meu apetite tinha ficado no chuveiro, escorrido junto com a água pelo ralo.

— Você não comeu quase nada.
Mariana diz olhando para o meu prato.

— Não acordei com muita fome hoje.

— Mas a primeira refeição é a mais importante. Come pelo menos um fruta a mais. Esses morangos estão perfeitos.
Ela deu um sorriso.

Peguei uns morangos e comi. Depois peguei um livro e fui pro imenso jardim. Estava lendo Jane Eyed, de Charlotte Brontë.

“Mas eu continuava viva, e a vida, com suas necessidades e dores e responsabilidades, me chamava. O fardo precisava ser carregado, as necessidades satisfeitas, o sofrimento enfrentado, as responsabilidades assumidas”

Eu era apaixonada pelos livros das irmãs Brontë, a escrita era maravilhosa, fazia o leitor se prender. A cada livro que eu lia eu amava mais elas. E ultimamente os livros estão sendo meu escape, de tudo que está acontecendo ao meu redor.

Olhei para o céu e lembrei da minha mãe, sua cor favorita era azul, o azul do céu. Meu deu um aperto no coração quando me lembrei que dia era amanhã, seu aniversário. Meus olhos começaram a arde, e uma lágrima desceu pelo meu rosto, enxuguei rapidamente a lágrima e me concentrei no livro. Sabia se eu não tirasse isso da cabeça ia ficar muito deprimida, a sensação de perda ia aumentar, e isso estava me destruindo de dentro para fora, estava acabando comigo, e não queria isso para mim, minha mãe não ia querer isso.

Fiquei o dia todo lendo, só tinha espaço na minha mente para o livro.
Quando chegou a noite tomei um banho e jantei sozinha, depois do jantar fui pro quarto, me sentei na cama e fiquei olhando pro nada.

— Emma!
Mariana bate na porta, eu digo pra ela entrar.

— Você não comeu a sobremesa.

Ela diz com seu sorriso carinhoso.
Ela vem trazendo em suas mãos uma bandeja com uma fatia de um doce.

— Esta com uma cara ótima. Com certeza está delicioso.

Pego o prato e dou uma garfada.
O doce estava uma delícia, o sabor era incrível. Nunca tinha comido esse doce, tinha virado uns dos meu doces favoritos.

— Hummm, que delícia. Oque é?

— Tiramisù, uma receita de família.

— É muito bom. Eu gostei muito.
Ela riu de mim, estava parecendo uma criança comédia doce.

Depois que comi a Mariana ficou um pouquinho me fazendo companhia. Quando ela foi embora escovei os dentes e me deitei, mas não consegui dormir pensando na minha mãe.
Fui para varanda e me sentei no sofá que tinha ao canto e fiquei olhando o céu. Sempre eu e a minha mãe nos sentamos no lado de fora da nossa casa para contemplar o céu cheio de estrelas. Era um momento tão bom, ríamos muito, falamos sobre sonhos, sonhos que não vamos poder realizar.
Fiquei por horas sentada na mesma posição olhando para o céu pensando na voz dela, no rosto seu perfume. Minhas lágrimas desceram com mais força, não conseguia controlá-las mais. Depois de alguns minutos senti alguém me observando, o vento que soprou trouxe seu perfume.
Virei o meu rosto pro lado pra ele não perceber que estava chorando, não queria conversar co ele sobre a minha mãe, estava triste pelo seu comportamento de hoje cedo.