CAPÍTULO 92

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                MATTEO VALENTINI

Tive que ir em casa pegar uma coisa, antes de sair fui no quarto ver a Emma, encontrei ela falando com a Sophie sobre nomes para os nossos filhos.

— Que tal você colocar um nome americano.
Ouvi a Sophie diz.

— Ethan. Eu sempre gostei desse nome. Tinha um filme que minha mãe gostava de ver, e uns do personagem se chamava Ethan, nós duas sempre gostamos desse nome.

— Eu amei, Ethan Valentini.

Ethan! Meu filho.

— Eu gostei — Falo aparecendo.

— Ethan Valentini — Digo sorrindo para ela.

— Esse nome vai colocar medo em muitas pessoas. E vai molhar muitas calcinha por aí — Sophie diz pelo celular rindo.

Sim, essa nome vai ser ouvido por muitos, e vai causar medo, temor, e desejo pelas mulheres.

— Sophie!
Emma repreende a amiga.

— Só estou dizendo a verdade.

Me sento ao seu lado, na cama.
Estava louco para dar um beijo nela.

— Oi chefe. Então você bem que poderia aumentar o meu salário né!

Olho para tela só celular, é encaro a garota ruiva, com um sorriso zombeteiro.

— Se eu não me engano, agora você está no horário de trabalho. E pelo que eu sei, eu te pago mais do que você deveria receber, se você não quiser que eu tirei alguns zeros do seu salário, e melhor ir trabalhar.

Seu sorriso some.

— Então, eu acho que vou desligar amiga. Mas tarde eu te ligo. Foi bom falar com você Matt.

Ela desliga antes de me dá a chance de matá-la pra puta que pariu.

— Eu amo ela — Emma diz sorrindo.

A olho sério, mas não consigo ficar com essa expressão por muito tempo, vendo seu sorriso lindo.

— Sua amiga é louca.

— Você gostou do nome? Eu sei que não é italiano, você poderia querer colocar um nome italiano, ou querer escolher...
Ela estava nervosa.

— Emma, eu gostei, é perfeito.

Dou um beijo em seus lábios carnudos.

— Já escolheu o dela? — Pergunto.

— Não, se você quiser escolher.

— Não, o que você escolher vai ser perfeito.
Me levanto lhe dando outro beijo.

— Só vim pegar uma coisa, volto pra jantamos juntos.

— Tá bom.

Saio, mas antes dou uma olhada em sua barriga.

Volto para empresa com um sorriso no rosto. Ethan Valentini, meu herdeiro. Parecia que agora se tornava mais real ainda, era uma coisa inexplicável.

— Que sorriso é esse? Teve uma rapidinha?

Lorenzo fala.

— Emma escolheu o nome do nosso filho.

— Sério! Como o meu sobrinho se chama?

— Ethan!

— Lindo nome. Com o nome parece que eles já estão aqui, dá uma sensação diferente.

— Sim.

— E da mine bonequinha.

— Ela não escolheu ainda. Então, Salvatore quer vai uma reunião, com você presente.
Ele bufa.

— O sogrão quer me ver — Ele debocha.

— Lorenzo....

— Ok, vamos fazer esse caralho logo.

Vamos para sala de reuniões, e fazemos uma vídeo chamada.

Lorenzo — Salvatore o comprimente.

Lorenzo só maneia a cabeça.

Creio que Matteo já te falou sobre tudo.
Lorenzo da um sorriso de lado.

— Do meu casamento com uma criança. Claro, ele me disse tudo.

Vocês irão se casar quando ela completar 18 anos...

— 19 — Lorenzo diz.
Olho para ele.

— Como? — Questiono.

Ele se debruçar, colocando o corpo para frente, encarando Salvatore, na tela grande da TV.

— É o seguinte Salvatore. A sua filha precisa de proteção, não eu. Essa aliança vai beneficiar mais você do que nós. Como você sabe, não precisamos nos unir a ninguém para ficar mais fortes, porque já somos. Vou me casar com sua filha, porque Matteo já deu a sua palavra, não porque eu quero. Irei me casar com ela, quando ela completar 19 anos. E nesse tempo não quero contato com ela, porque está claro que não quero ver minha noiva criança. Só teremos contato no seu aniversário de 19 anos, quando eu irei pedi-la em casamento. Vou me casar sem nenhum questionamento, sem reclamar, farei tudo que me mandarem. Em fim, enquanto isso vou viver minha vida, como eu vivo, e não quero que nenhum de vocês dois meta o dedo nela, querendo impor porra nenhuma. Estamos entendidos sogro.

Sim Lorenzo. Estamos entendidos.

— Eu não tenho mais nada para fazer aqui.
Ele se levanta e sai.

Ele será um marido bom para minha filha?

— Ele irá protegê-la, não irá machucá-la fisicamente. Isso eu posso te prometer.

Isso basta.

Terminei a reunião, e fui resolver outras questões. Quando deu 6 horas fui para casa, Lorenzo foi junto comigo.

— Já escolheu o nome da mine bonequinha? — Lorenzo perguntou.
Estávamos a mesa jantando.

— Sim — Ela responde abrindo um sorriso.

— Qual?

— Giulia.

Largo o talher em minha mão, e um barulho de vidro se quebrando invade o ambiente.

— Perdão. Já vou limpar — Ouço a voz de Mariana atrás de mim.

Encaro a Emma, esperando ela dizer outro nome, que o qual eu ouvi foi um erro.

— Não gostou?
Ela pergunta.

Não consigo abrir a boca. Porque se eu abrisse nesse exato momento, iria dizer para ela trocar. Não queria o nome da minha filha fosse esse, um nome que pertenceu a mulher do desgraçado do Rafaello.

— Eu gostei, Giulia é um nome muito bonito, não é Matteo.

Lorenzo diz, percebendo que eu não iria falar nada.

— Sim — Tento dar um sorriso.

—  Eu posso escolher outro.

Percebo que sua voz sai um pouco triste.

— Eu gostei. Não precisa trocar — Digo, tentando o máximo conhecê-la que gostei.

— Giulia Valentini. Eu gostei.
Lorenzo fala sorrindo.

— Boa escolha bonequinha.

Depois ela vai atrás da Mariana, eu me levanto eu vou para o escritório.
Me sento passado a mão em meu rosto. Lorenzo se senta e fica quieto. Ficamos em silêncio por uns instantes.

— Essa foi foda — Lorenzo diz, querendo rir.

— Cala boca — Digo puto da vida.
Tanto nome na merda do mundo, ela foi escolher logo esse.

A porta se abre, e ela aparece, com um sorriso tímido.

— Oi.

— Oi bonequinha.

— Vim te dar boa noite.

Lorenzo se levanta e vai abraçá-la.
Me levanto também, e fico de costas para eles, vendo o vasto jardim. Não queria que ela olhasse para mim agora. Se ela visse a minha cara saberia que odiei o nome.

— Boa noite.

— Boa noite — Ela diz e começa a sair.

— Você está investindo alguma coisa sobre a minha mãe?
Ela pergunta do nada.

Me viro a encarando, sem entender a pergunta.

— Não, nunca quis saber nada sobre sua mãe.

— Por que? Você quer saber algo sobre ela ? Se quiser eu posso investigar.
Lorenzo oferece ajuda.

A única vez que investigue algo sobre sua mãe foi em Verona.

— Não, não precisa. Se ela não quis me diz nada sobre a família dela, e por algum motivo, e eu não quero saber, já que ela não quis me contar.

Penso que ela vai embora, mas o que ela fala me deixa mais confuso.

— Mas por que você tem uma foto dela?

— Foto dela? Eu não tenho nenhum foto dela Emma.
Ela aponta para minha mesa.

Lorenzo olha para onde ela está  apontando. Lorenzo retira uma foto de baixo de um papel.
Era Giulia Mancini.

— Essa é a minha mãe.

Encaro a mulher na foto, paralisado.

— Sua mãe! — Ouço Lorenzo diz.

— Sim.

— Emma, daqui uns minutos Salvatore vai liga, temos que falar sobre uns negócios.

Emma, era filha do Rafaello.

Ela era a garota que eu procurei esse tempo todo, a garota que ansiava pela sua morte. Pelas minhas mãos.
A olho antes do Lorenzo a tirar de dentro da sala.
Lorenzo tranca a porta na chave.

— Ela é a filha do Rafaello — Digo entre os dentes.
Meu corpo todo esquenta.

— A porra da garota que eu tanto procurava estava bem em baixo do meu nariz.
Cerro os punhos.

— Matteo, calma.

A Mia me vem a mente, seu rosto,  e depois o caixão dela.

— Eu me casei com a filha do homem que matou a Mia.
Jogo tudo que estava na minha mesa no chão.

— Matteo!

Não vejo mais Lorenzo, estava com tanta raiva, ódio que tudo desapareceu. Começo a quebrar tudo em minha frente.
Só paro de quebrada as coisas quando não resta nada.
Olha para porta e vou andar até ela.

— Não, para — Lorenzo entra em minha frente.

— Sai.

— Você não vai encostar nela.

Ele tenta me impedir de passa, mire no buraco entre os ossos das clavículas, na base do seu pescoço. Golpeie sua garganta, com se fosse um soco, o fazendo ficar sem ar.

Destranquei a porta e fui a procura dela.
Estava indo em direção às escadas, mas percebi que a luz da biblioteca estava acessa. Fui até lá, e vi ela deitada no sofá, e a Mariana em seu lado.
Quando Mariana me viu, ela se levantou assustada.

— Fora — Digo andado em direção ao sofá.

Mariana vêm até a mim, me impedindo.

— Não, não vou sair. Não vou deixar você fazer mal a minha menina. Ela é inocente nisso tudo, não teve culpa do que aconteceu.
Olho dentro dos seus olhos.

— Você sabia.

Lorenzo entra na sala. E se colocar a minha frente.

— Marina sai — Digo com raiva.

— Não. Primeiro, acalme-se — diz Mariana.

— Matteo, vamos sair daqui, arejar a cabeça. Amanhã.
Lorenzo fala tentando me tirar da sala.

— Saia do meu caminho porra. Ou atiro em você.
Quase grito.

— Filho, não faça nada do que vá se arrepender.
Olho para Mariana e vejo medo.

— Sai da minha frente caralho — Dou um passo, e Lorenzo me segura.

— Não, não vou permitir que você se aproxime dela assim. Matteo, ela não tem culpa.

Dessa vez soco a cara do Lorenzo, o derrubado em cima de um móvel.

— Saia da minha casa. Antes que eu tire mais sangue de você.

— Se você fizer qualquer coisa com eles, juro que vou matar você.

Ele olha para onde ela está e vai embora com o rosto sangrando.
Olho para mulher amedrontada na minha frente.

— Por favor, não faça nada.

Agarro ela pelo braço e a puxo e tiro ela da sala.

Dou passos lentos até chegar no sofá.
Não consigo raciona direito, a minha cabeça está uma bagunça.

Quando paro em frente dela a observo.
Ela estava o tempo todo comigo, passei noites a fodendo, a desejando. Me casei com ela, e agora ela carrega meus filhos. Ela tem o sangue do assassino da minha irmã. A coisa mais pura que eu tinha na minha vida.

— Matteo.
Ela disse em um gemido.

Seus olhos se abrem, quase não suportando se manter abertos.
Ela estica a mão para mim, com um sorriso.

— Matteo!
Ela me chama novamente, como uma súplica.

Pego sua mão quente e macia.
Olho para sua barriga, minha mão como se tivesse vida própria vai até ela, e como se sentisse que sou eu, eles se mexem.
Pego com cuidado ela no colo e a levo para o quarto. Ela se agarra em mim, e descasamento sua cabeça em meu ombro.
Coloco ela na cama com cuidado, e me sento em seu lado.
Ela é minha esposa, a mulher que eu escolhi para compartilhar minha vida. Fui eu quem a pediu em casamento, e ela é a mãe dos meus filhos. Ela despertou um amor profundo em mim, libertando-me de angústias que carreguei por anos.
Ela me devolveu a vida, ela me ama...Ela me ama mesmo sabendo quem eu realmente sou, ela teve a oportunidade de me deixar, mas me escolheu. Nunca desistiu de mim.

Sento-me no chão, com as mãos na cabeça, sentindo as lágrimas deslizarem pelo meu rosto. A Mia era  inocente, assim como ela. Ela não tem nada a ver com todo esse caos.
Viro-me e coloco minha mão em sua barriga. Afasto sua blusa e beijo suavemente seu ventre.

— Eu prometo que vou proteger vocês dois e a mãe de vocês. Prometo me esforçar ao máximo para ser o pai que vocês merecem. Amo vocês dois mais do que posso expressar, e espero que vocês me amem tanto quanto eu já os amo. Peço perdão por ter rejeitado vocês, nunca vou me perdoar.

Ethan e Giulia Valentini. Meus filhos.

— Eu queimaria o mundo inteiro por vocês.
Pelos três.

— Por você, eu sou capaz de passar por cima de tudo, pelo amor que eu sinto por você.

Tiro o cabelo do rosto dela, e acaricio levemente sua bochecha.

— Meu pai estava errado. O amor não nos deixa fracos, ele nos deixa fortes.

Nesse momento percebo que não queria estar em nenhum lugar, e nem com outra pessoa. Estou no lugar certo com a pessoa certa....com a minha família, a minha razão de viver, de querer lutar a cada dia para ficar vivo, para terminar o dia e pode voltar para casa, porque tem pra quem voltar...antigamente eu não tinha, agora eu tenho.

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora