CAPÍTULO 96

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                 MATTEO VALENTINI


A primeira noite das crianças em casa foi tensa. Quando diziam que e difícil de dormindo com recém-nascidos e pura verdade, nós não conseguimos dormir nem um pouco, quando pegávamos no sono eles começavam a chorar, e choravam com força. Nunca imaginei que seres tão pequenas pudessem ter tanta força para gritar dessa forma, porque eles gritavam.
Ethan era oque acordava primeiro, e era o mais agitado, e irritado. A Giulia era mais tranquila, mas tinha um pulmão bastante forte também, mas ela era só pegá-la no colo e começar a conversar com ela, que ela parava de chorar. Ethan só parava de chorar quando Emma colocava o peito na sua boca.
Emma estava exausta, e por um milagre as crianças não tinham chorado ainda. Já estava de manhã, e eu sabia que a qualquer hora eles acordariam, então resolvi levantar e ir até o quarto deles, para quando eles acordarem não começam a chorar e acordar a Emma.
Entrei no quarto deles e fui até o berço da Giulia, ela já estava acordada, com a mão dentro da boca.

A peguei no colo, dando um beijo em sua cabeça cheirosa.

— Bom dia minha linda.

Ouvi um resmungo, olhei pro lado e vi Ethan olhando para nós.
Fui até ele e o peguei.

— Não chorar filho.

Ele fez um biquinho se preparando para chorar. Antes que ele comece a chorar, é fizesse a irmã chorar também sai do quarto.

O sol estava bonito no lado de fora, resolvi sair com eles. Os dois ficaram quietinhos no meu colo.

— Estava precisando pegar um sozinho não irritadinho. Você tem que se comporta igual a sua irmã filho. Você não pode chorar, se não vai acordar a mamãe, e a mamãe precisa dormir um pouquinho. Assim você fica aqui com o papai.
Dou um beijo nele.

Depois os levei para dentro, é fui para sala de Tv, e os coloquei deitados no sofá.
Ethan resmungou, fazendo cara de choro.

— O que você quer meu pequeno? Os peitos da mamãe? Eu também quero eles. Só que agora mamãe tá bem exausta, então que tal a gente deixar ela descansar mais um pouquinho? Enquanto isso nós conversamos um pouquinho, tudo bem?

Ethan fez uma cara de choro, resmungando.

— Não, não chora. Olha a sua irmã como está quietinha esperando a mamãe acordar. Ela puxou a mãe de vocês, ela e mais tranquila do que você. Já você meu filho, puxou pra mim.
Ele parou de resmungar, e me olhou

— Tomara que mude, e fique como sua mãe.

A Emma entrou na sala sorrindo.
Giulia quando a viu ficou toda empolgada, e começou a mexer os pezinhos.

Ela deu um beijo em cada um, e pegou o Ethan, que já estava a ponto de chorar. Ela abaixou a blusa e colocou o seio em sua boca, Ethan começou a sugar com força.

Garoto guloso.

Mas não dava para resistir uns peitos daqueles. Eles já eram lindos, agora então.

Comecei a rir, quando vi a mãozinha do meu filho agarra o peito da Emma com força, deixando a pele avermelhada.

— Realmente ele puxou pro pai.
Emma diz, sorrindo.

— Ele aprecia as coisas boas. E seus peitos são muito bons, deliciosos.

Olhei pro seus peitos gostosos, estava louco para chupá-los.

— Faz muito tempo que eles acordaram?
Ela pergunta.

— Não muito. Os levei lá fora, pra pegar sol.
Digo observando Ethan mamar.

Quando Ethan terminou de mamar, eu o peguei e entreguei a Giulia para mamar.

— Eu quero saber de tudo — Emma diz do nada.

— Você estava falando sobre o meu pai.
Ela me olha. Mas continuo olhando para o quarto a minha frente.

— Matteo?
Sua voz saiu como súplica.

— Quando você terminar nós conversamos.
Mariana ficou com as crianças enquanto conversamos.

A levei para biblioteca, era um lugar que ela gostava, queria ficar em um ambiente que ela se sentisse bem. Porque essa conversa não seria nada fácil. Eu não queria contar nada, mas ela tinha o direito de saber de tudo, era sobre a vida dela, sobre a família.

— Eu vou te contar tudo, mas você precisa me promete que ficará calma.
Ela assentiu prestando atenção em mim.

— Rafaello Mancini, o Don da Camorra sempre foi o nosso inimigo, mas nós nunca entramos em confronto, até um dia meu pai atacar eles, e eles revidaram. Naquela época a sua esposa Giulia, foi morta grávida.

Seus olhos se arregalaram quando ouviu o nome da nossa filha. O nome da sua mãe.

— Rafaello pensou que foi meu pai, e como vingança....tirou a minha irmã de nós.

Eu ficava com ódio só de falar em seu nome, o sentimento de vingança voltava, queria caça e matá-lo.

— Eu jurei que iria acabar com a Camorra inteira. Foquei minha vida toda nesse propósito, vingar a minha irmã.

Fique um pouco nervoso por não saber como seria sua reação em descobrir tudo.

— Faz um tempo que descobrimos que Giulia Mancini não tinha morrido como todos pensavam. Ela teve o filho longe de tudo, e todos. Também descobrimos que a criança que ela teve foi um menina. Coloquei todos atrás dela, ela seria a minha vingança. Eu mandaria ela para Rafaello, morta. Achei a garota, e a matei, e mandei para Rafaello.
Fiz uma pausa.

— Mas não era ela. Demétrio Mancini irmão mais novo de Rafaello, me enganou. Ele quer a garota também, ela é a herdeira de tudo. Sem ela no seu caminho tudo fica para ele.

Peguei me celular colocando na foto da Giulia Mancini, e a entreguei.

— Essa é Giulia Mancini — Digo.

Seu olhar fica confuso por um momento, depois as lágrimas começam a cair.

— Ela se mudou, trocou de nome, Alice Fiore. Para manter a filha a salvo do Demétrio. Quando descobriu o que ele estava planejando. Demétrio tinha contratado um homens para matar o irmão, e ficar com a cadeira. Mas Giulia descobriu, e Demétrio descobriu que ela sabia dos seus planos, então mandou matá-la — Um soluço escapar.
E o choro vem com força.

Ela deixa o celular e coloca as mãos sobre os ouvidos, encolhendo o corpo. Frágil.

Me sinto um merda, me arrependo de ter aberto a boca.

— Amor —  me sento ao seu lado, a abraçando.

Ela afunda o rosto em meu peito, chorando com mais ainda, soluçando. O seu choro era doido. Tento acalmá-la acariciando sua costas.

— Você...você me mataria — Sua voz sai embargada.
Olho para seu rosto.

— Foi por isso que ficou daquela forma. Porque descobri que.....

— Foi uma surpresa enorme. Mas eu não encostaria um dedo em você. Emma você é minha esposa, mãe dos meus filhos, e eu te amo. Não me importo de quem você é filha — Digo rapidamente.

— Eu....
Ela fecha os olhos com força tentando controlar as lágrimas.

— Amor olha pra mim.
Ela não me deixa tocá-la e se levanta.

— O que você sabe da minha mãe? Quem era ela realmente.
Ela me olha.

— Quero saber tudo, por favor.

— Sua mãe nasceu em Verona. Nasceu na máfia, filha de um Capo, Etorre Vitali.
Suas mãos vão para boca.

— Seu avô. Como você descobriu, a sua avó morreu por pensar que a filha tinha morrido. Ela adoeceu, quando a Giulia morreu, e depois de um ano morreu.

Ela chorava sem parar. Ela se sentou no chão, e se curvou.
Fui até ela e agachei tocado seu rosto.

— O que eu posso fazer?
Questiono desesperado.

Eu não aguentava vê-la desta forma.
Ela balançou a cabeça negativamente.

— E...eu quero ficar sozinha.

— Emma...

— Por favor.

Dou um beijo em sua cabeça, e saio da biblioteca, e vou pegar os meus filhos, e os levo para o jardim.
Ethan agarrou me dedo me fazendo olhá-lo.

— Oi amor. Papai precisa da ajuda de vocês dois, a mamãe vai precisar muito de nós agora.

As crianças acabaram dormindo, levei elas para o berço e fui atrás da Emma. Ela estava no nosso quarto, sentada na cama, olhando para as mãos. Subi em cima da cama, e me sentei ao seu lado, agarrado sua mão.

— A minha cabeça está tão confusa. Ela deveria ter me contado. Ela fez parecer que meu pai era o homem mais maravilhoso do mundo inteiro...mas ele não é.

— Por que ela o amava. Ela o via com outros olhos, assim como você me ver. Para os outros eu sou o pior homem sobre a terra, um assassino. Mas pra você não, porque você me ama.
Ela me encara.

— Você teria coragem te matar um criança?

— Não.

Eu poderia ser um assassino a sague frio. Mas nunca encostaria um dedo em uma criança.

— Mas ele sim. Não tem como amar um pessoa assim, ele...ele...

Ela não conseguiu terminar de falar.

— Eu não quero ele perto de mim e dos meus filhos.

— Ele não chegará perto de vocês.

— E o meu...tio. Matteo El pode tentar fazer mal as crianças, Matteo...

Ela ficou desesperada.

— Ei, calma. Ele não vai fazer nada, ele nem vai chegar perto deles.

— Você promete?

— Sim. Vou protegê-los.
Dou um beijo em sua boca.

— Vamos enfrentar isso juntos.
Ela assentiu.

Queria ir atrás do Demétrio e do Rafaello e acabar com tudo de uma vez. Mas eu teria oportunidade de matá-los, e deixar minha família segura, não iria perdê-los assim como perdi minha irmã

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora