CAPÍTULO 100

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                 MATTEO VALENTINI

Fechei os olhos, passando as mãos pelo cabelo, em um ataque de fúria, jogo a mesa da sala no chão.

— Como isso aconteceu porra ? — Gritei em desespero.

Fazia 24 horas que a Emma desapareceu, e não encontramos absolutamente nada. Ela não saiu pela porta da frente, e ninguém entrou, mas a câmera da garagem estava desligada, e pouco depois que eu saí um carro saiu de dentro da garagem.

Eu mal consegui pensar direito, somente sabia pensar na Emma, em que eu não poderia vê-la novamente, ou ela poderia estar machucada.
Resolvi ficar em casa enquanto procuramos pistas da onde Emma poderia estar, ou quem teria a levado. Assim eu ficaria perto dos meus filhos.

Estava no escritório com Lorenzo e Santiago. Lorenzo estava com notebook, trabalho por ele, verificando cada coisa que poderia ter alguma pista.
Encostei minha cabeça na mesa, com as mãos na cabeça, uma pressão enorme tomou conta do meu peito desde que a Emma desapareceu.

— Alguma coisa? — Santiago perguntou para Lorenzo.

— Não, nada. O carro que ela estava não tem placa, e o modelo dele é o mais comum, tem milhares desse carro.
Ele suspiro pesadamente.

Me levantei e saí do escritório, subir indo em direção ao quarto dos meus filhos.
Eles estavam tomando mamadeira, Mariana e minha mãe estava com eles.

— Oi filho. Achou alguma coisa?
Neguei.

— Eles reclamaram em tomar mamadeira?

— Ethan não quis aceitar no começo, mas pegou.

Quando minha mãe disse que eles tinham que tomar mamadeira, porque não tinha mais a Emma....eu me senti horrível. Eles não tinha mais a mãe deles, e eu sei que eles sentiam a sua falta.

Depois que eles comeram os peguei e levei para o quarto, e os coloquei em cima da cama, e me deitei junto com eles.
Giulia estava com os olhos lacrimejando, ela tinha chorando, tinha conseguido acalmá-la. Eu precisava encontrar a Emma, o que seria de mim e das crianças sem ela.

                      ☆☆☆☆☆☆

Se passou 5 dias, e não descobrimos absolutamente nada, eu já tinha virado a Itália, e nada dela. Santiago tinha falado algo que eu já tinha pensado, Demétrio tinha tirado ela da Itália, e isso me deixou desesperado, ficaria mais difícil de encontrá-la.

— Conversei com Salvatore, ele disse que irá verificar todas as cidades que são dele — Santiago diz.
Lhe dou um pequeno aceno com a cabeça.

— Para aonde ele poderia levá-la!?
Questiono comigo mesmo.

— Não acho que ele a levou para um lugar muito longe.
Lorenzo comenta.

— Ele não está na Itália — Digo se levantando.

— Na sua parte da Itália. Salvatore vai procurar na Sicília, e nós outros territórios dele. Mas falta outra parte. Pensa comigo Matteo, Demétrio conhece os territórios da Camorra como a palma da mão. Todos podem pensar que ele está longe, mas se é isso mesmo que ele quer que pensamos!

— Lorenzo tem razão.
Santiago diz chegando até a mim.

— Sei que você o odeia, mas ele pode ser a única solução para encontrá-la, se realmente ela estiver no território da Camorra.

— Entre em contato com ele — Digo já me controlando.

Santiago marcou um encontro com o fodido do Rafaello, nos iríamos nos encontrar na divisa do seu território para o meu.

No começo ele não queria se encontrar comigo, só se fosse para mim matar, pelo que eu fiz, mas assim que soube que era para tratar um assunto sobre a verdadeira filha.

Estava no escritório, aonde eu passava o dia todo, só saia para ver os meus filhos, e depois voltava, tentando achar uma pista da Emma.

— Porra — Me levanto bruscamente da poltrona.

Salvatore tinha acabado de me informar que não tinha encontrado nada sobre a Emma. Ela não estava na Sicília, ou em qualquer território da Costa Nostra.

Saio do escritório, e assim que abro a porta ouço um choro alto de bebê. Saio correndo até o quarto dos meus filhos.
Quando chego vejo minha mãe tentando acalmar a Giulia, que chorava desesperadamente. Seu rostinho estava vermelho.

— O que aconteceu?
Questiono a pegando no colo.

— Ela acordou quentinha, e meio enjoada. Agora ela começou a chorar, e não é fome. Ela não para de chorar.

— Chama a Dra.
Digo é ela assenti e sai do quarto.

Olho para minha pequena, que tem um choro tão doido. Ethan estava em silêncio, mexendo os pés.
Vou até a poltrona e a puxo mas para perto do berço do Ethan e me sento.

— Você tem que ajudar o papai enquanto a mamãe não volta.

Ela começa a presta atenção em mim, e seu choro vai diminuindo.

— Minha pequena princesa — Enxugo seu rosto — Não precisa chorar, eu estou aqui.
Pego sua mãozinha e lhe dou um beijo na testa.

Depois de um tempo a Dra. Chegou.

— Ela não tem nada, ela está bem fisicamente.

— E porque o choro e a febre?

Questiono olhando para minha filha deitada segurando o urso que a Emma tinha comprado para ela, era um coelho rosa. Toda vez que a Emma ia colocá-la para dormir ela dava ela o coelho.

— Pode ser emocional. Soube da situação toda, da mãe ter desaparecido, ela pode estar sentindo falta da mãe.

Olho para Giulia, ela estava segurando o Coelho como força. Meu coração se quebrou em milhares de pedaços. Ela estava sentindo falta da mãe.

Minha mãe foi levar a dra. Até a porta, e logo voltou.

— Filho?
Dou um beijo no Ethan, e depois um na Giulia.

— Vou trazer a mamãe de volta.
Digo é vou para porta.

— Aonde você vai?

— Vou trazer minha mulher de volta para casa.

Saio e ligo para Lorenzo avisando que vou até Rafaello. Ele começa a me xinga. Mas ele diz que vai junto.

— Não atira em ninguém, temos que está fisicamente bem para encontrar a Emma — Lorenzo diz.

— Vou levar a Emma para casa, depois eu atiro neles.

— Como quiser.
Saímos do carro.

Marquei com Rafaello no mesmo lugar que combinamos, mas só nos encontraríamos daqui a dois dias.
Ele estava em pé perto do carro com as mãos para trás. Tinha quatro carros parados tirando o que ele estava perto, e um 20 homens armados.
Caminho despreocupado rumo a ele, de forma lenta e cadenciada. No entanto, por dentro de mim, uma tempestade toma conta. A pergunta dele atinge meus ouvidos.

— Onde está minha filha? — Com calma, respondo.

— Com seu irmão — Com uma expressão confusa, ele franze a testa.

— Como assim?
Sabendo que é preciso ser direto, digo entre dentes.

— Seu querido irmão a sequestrou. Ela estava comigo, mas ele a raptou.

No rosto dele, o ódio se manifesta ao mencionar o nome de Demétrio. Com um gesto, ele indica um homem ao seu lado.

— Encontre-o — O homem assente e se afasta.

— Acabamos por aqui — Ele diz se virando.

— Não, não acabamos — Ele para de andar e se vira em minha direção.

Aproveito o momento para ser claro.

— Você acha que eu estou aqui por causa dos seus territórios? Em troca dessa informação vou querer se territórios. Não quero nada disso. Estou apenas aqui porque acredito que ela possa estar em sua cidade. Caso contrário, não teria o interesse de olhar para a sua cara. Estou com vontade de meter uma bala em você.

Os soldados apontam suas armas em minha direção. Entretanto, mantenho minha posição.

— Você ainda pensa que eu matei sua irmã? Não o fiz, jamais faria isso com uma criança. Mas não me importa se você acredita em mim.

No momento, decido deixar esse assunto de lado. Exponho o que ele fará para, ao fim do dia, não acabar com uma bala na testa.

— Você irá permitir minha entrada na cidade. Procurarei em todos os lugares, sem nenhuma interrupção sua — Ele questiona.

— Tudo isso apenas para procurar minha filha?— Firme, respondo.

— E minha esposa. Sim, ela é minha esposa. Se ele estiver em sua cidade, eu a encontrarei e a levarei para casa.

A reação dele é de surpresa.

— Você fez isso para se vingar de mim?  Com tranquilidade, nego.

— É óbvio que não. Se soubesse que era sua filha desde o primeiro momento, teria acabado com a vida dela. Descobri essa merda quando já estávamos casados.

Nesse momento, Lorenzo se manifesta, trazendo um novo olhar ao assunto.

— Então, Emma precisa de nós nesse momento. Precisamos deixar tudo isso de lado.
Rafaello completa.

— Pela minha filha.

E assim, com determinação, continuamos em busca de informações. Dirijo-me a Rafaello.

— Quero saber todos os lugares que ele frequenta, onde fica sua casa e suas outras propriedades. Seus homens irão comigo.
Rafaello estreita os olhos, mas concorda.

— Você fica em silêncio, finja que não sabe absolutamente nada. Demétrio pode ter alguém infiltrado.
Ele assenti.

— Ele tem 5 propriedades. Mas tem uma que é muito bom para esconder uma pessoa. Fica longe da cidade, nas montanhas.

— Vamos procurar lá primeiro.

— Primeiro temos que verificar a redor. Para não ter surpresas.
Lorenzo diz.

— Então faça isso.
Ele sai do galpão que estávamos.

— Quando encontramos ela, não quero que chegue perto dela sem que ela queira — Digo encarando Rafaello.

— Ela é minha filha, uma que eu pensei que tinha perdido a anos junto com a minha esposa. Não perderei nenhum momento se quer longe dela.

— Para ela você estava morto, ela não te conhece, não sente nada por você. Tudo isso a assustou. Não chegue perto dela sem que ela queria — Repito novamente.

— Você não irá conseguir que eu me afaste dela. Quando você tiver filhos vai entender o sentimento de perder um filho, e um sentimento horrível, um buraco que nunca fecha. Agora eu tenho a oportunidade de tê-la comigo, um pedaço da Giulia. Nada me fará ficar longe dela.

— Se você a magoar, eu atiro em você na mesma hora. Pra matar.

— Não esperava menos de você. Pela forma que está agindo demostra que você a ama. E se ela aceitou a casar com você e porque ela o ama também. Fico feliz em saber que ela está bem com você, mesmo nós sendo inimigos. Na verdade eu era do seu pai, não de você.

— Você matou a minha irmã.
Me seguro para não socar sua cara.

— Sigam as ordem dele — Ele diz olhando para os soldados.

— Seu pai morreu com muito mais segredos do que você imagina.

Ele diz e se vira, e entra dentro do carro.
Segredos! O que aquele desgraçado tem haver com isso tudo?

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora