CAPÍTULO 36

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               MATTEO VALENTINI

Quando vi a Emma naquele vestido queria levá-la para o nosso quarto e me perde em seu corpo a noite toda. Mas tinha que ir na boate resolver alguns assuntos.
Quando cheguei a deixei sentada com Santiago a protegendo. Quando estava saindo olhei para trás, e me deu uma vontade enorme de voltar e irmos embora. Ela estava tão linda, eu não sabia que poderia ficar mais linda do que era.
Fernando Marini uns dos homens da época do meu pai, estava me esperando. Conhecia ele muito bem, competente, leal e muito inteligente. Um senhor de 66 anos, baixo de cabeça brancos com olhos castanho de óculos. Ele cuidava das finanças das minhas boates.

— Fernando.

— Don.
Ele se levantou me cumprimentando.

Me sentei na minha poltrona de couro, e fiz um gesto para que ele voltei a sentar.
Lorenzo se jogar no sofá como sempre.

— Como estão as coisas na Lux?

A Lux era uma das boas mais conhecida e famosa de Nova Iorque. Mas depois que aquele verme me passou a perna tive que fazer algumas mudanças.

— Tudo está indo perfeitamente bem. Fiz um editorial está tudo certo.

Ele me deixou a pá de tudo que estava acontecendo nas boates.

Vejo que vou demorar mais do que eu pensei, mando Lorenzo ir ver a Emma.

— Temos um pequeno problema na boate.
Fernando diz olhando para o celular.

— Oque aconteceu?

— Colocaram fogo na boate de Florença. Alguns Funcionários se feriram.

— Quem?

Perguntei já puto da vida, Fernando olhou para Lorenzo, depois para mim.

― Os Albaneses. Temos vários indícios que foram eles. Um dos funcionários viu a tatuagem de uns dos homens.

― Cazzo.
Me levanto enfurecido.

— Esses merdas estão precisando de uma visitinha.
Lorenzo diz.

— Eu já estou farto dessa porra toda, acham quem fez isso Lorenzo, e os tragam para mim. Vou acabar com todos eles, se for preciso vou começa uma guerra, mas eles vão saber que com quem estão mexendo, ninguém me fode dentro do meu território e fica por isso mesmo.

— Vai ser um prazer acabar caça cada um deles.
Lorenzo diz com um sorriso.

Fernando vai embora. Tirando a merda que aconteceu em Florença todas as boates estão perfeitamente bem.
Saímos do escritório, mas quando cheguei no lugar aonde deixei a Emma, ela não estava.

— Santiago aonde a Emma está?
Digo indo pra cima dele.

— Ela foi no banheiro.

Olho pro lado e vejo quem me respondeu.
Violeta.

— Ela me perguntou aonde fica o banheiro...

Antes dela terminar vou em direção ao banheiro.
Saí correndo, já puto e furioso.

― Calma Matteo — Escuto Lorenzo falando, enquanto saio empurrando todos a minha frente.

Saí disparado pelo corredor, segui direto na direção do banheiro. Parei quando escutei um choro, Lorenzo sacou a arma. Quando chegamos perto do banheiro escutei uma voz.

— Vou te comer a noite toda. E depois vou te matar, cachorra.

Quando chego perto vejo a Emma no chão praticamente desmaiada, com um homem por cima dela, com a mão em seu pescoço.

— Tira a mão dela.
Grito.
Lorenzo atirar em seu ombro.

— Se filho...

Quando Lorenzo chegar perto o filho da puta arregala os olhos.

— Emma.
A pego no colo, seu corpo mole.

Seu rosto estava marcado, com certeza ele bateu nela. Seu lábio estava com sangue.
Ter ela assim em meus braços, senti uma angústia familiar no peito, nada poderia acontecer a ela, eu não deixaria.
A tirei da boate. Santiago abriu caminho pelas as pessoa que olhavam curiosas.

— Santiago leve o desgraçado pro subsolo.
Ele assenti.

— O deixei desacordo — Lorenzo informou.
Coloquei a Emma no carro e segui pra casa.

Quando cheguei em casa com ela desmaiada Mariana entrou em desespero.

— Ela vai ficar bem.
Digo.

Coloco ela suavemente na cama, tirando uns fios macios do seu cabelo que cai em seu rosto, que agora está ficando roxo.
Um ódio enorme percorre meu corpo com tanta força que os meus músculos estão duros.

— Cuida dela Mariana.
Saio em direção ao subsolo.

Não conseguia ver direito, parecia que estava cego de tanto ódio e raiva.

Na propriedade da mansão tem um depósito aonde guardamos as armas, e esse depósito de uma passagem para o subsolo, aonde levo alguns prisioneiros.
Eu coloco as pessoas que eu quero passar mais tempo torturando, que precisam mais da minha atenção. As deixo vivas por mais tempo, porque a morte não é suficiente. Ele colocou as mãos na minha mulher, machucou ela. A morte vai ser pouco pra ele, é pra qualquer pessoa que colocar as mãos nela.

Quando chego Lorenzo e Santiago estão me esperando. O homem está sentado em uma cadeira de ferro com os pés e as mãos amarradas.

— Don eu não sabia que ela era sua.
Ele diz olhando para o chão.
A cada passo que dou seu corpo treme.

— Por favor me perdoe. Não me mata.
Paro em sua frente.

— Mata? Não vou te matar.
Ele da um suspiro de alívio.

Mas quando olha pra mim seu rosto se torna puro pavor.

— Mas você vai querer que eu te matasse.
Quando ele desmaiou depois de umas horas eu parei.

— Cuide dele. O quero bem, para amanhã.

Sai do subsolo e volto para mansão. Antes de entrar no quatro, me limpo do sangue.

— Como ela está?
Pergunto a Mariana quando a encontro no corredor.

— Muito assustada. Ela tomou um banho e dei um remédio que vai fazer ela se acalmar, agora ela está dormindo.

Quando chego no quarto vejo ela dormir tão indefesa, e seu rosto marcado, da vontade de voltar e acabar com aquele homem.
Ele faz parte da máfia, mas quem coloca a mão no que é meu morrer.
Fiquei ao seu lado, velado seu sono. Quando já era 1h da manhã Emma começo a ter um pesadelo. Quando coloquei a mão nela, ela começou a se debater.

— Calma, Shhh está tudo bem — A segurei acariciando sua costa. Beijei seu rosto.

Quando ela abriu seus olhos, vi em sua imensidão azul  com medo. Uma lágrima escorre pela seu rosto, passo o dedo enxugando a lágrima.

— Ninguém vai nunca mais te machucar, eu juro.

Ela escondeu seu rosto no meu pescoço, e começou a chorar, seus ombros começaram a tremer conforme os soluços se tornam mais fortes.
Abracei forte, meus braços a rodeiam seu corpo, a trazendo pra perto do meu corpo. Ela se aconchegou mais enquanto chorava. Essa era a primeira vez que eu deixava alguém chorar em meus braços.
Suas lágrimas estava molhado o meu pescoço todo. Ela chora durante um tempo. Quando  os tremores do seu corpo cessam, ela ficou quieta por alguns minutos. Tento manter a minha mente vazia, querendo deixar esse momento fora da minha mente. Estava esperando o momento em que tudo isso se tornará demais e eu sinta a necessidade de afastá-la com raiva, raiva de mim, dela.... Mas, por incrível que pareça, mesmo quando minha mente vagueia por qualquer lugar que não seja aqui, nesse momento, a raiva e o incômodo por me aproximar tanto de alguém não vem, eu não a quero largá-la, quero protegê-la, quero tortura o desgraçado que a fez derramar essa lágrimas.
Um sinal de alerta soa em minha mente, que escolho não dar ouvidos nesse momento, o empurro para longe. Ela levanta a cabeça, seus olhos estão vermelhos, seu rosto marcado, os cabelos bagunçados.
Seu pescoço suado, com seus cabelos grudados. Seu rosto machucado, e seu lábio inferior machucado. Tudo isso so me faziam querer voltar ate o subsolo e acabar com aquele verme.
Mesmo da forma que ela ainda está, ela parece ser a criatura linda que eu já vi. Beijo seus lábios delicadamente e ela fecha os olhos. Quando ela abre os olhos, uma coisa dentro de mim se quebra.

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora