CAPÍTULO 84

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              MATTEO VALENTINI

Esse tempo fora de casa eu estava dormindo na cobertura no centro da cidade. Não conseguia voltar pra casa e ver a Emma, e eu também não queria, eu não queria saber nada dela, não queria ouvir nada em relação a ela. Comecei a pensa que cometi um erro enorme trazendo ela para minha vida, se casando com ela. Era só era para ser uma foda e mais nada, mas a porra da garota tinha algo que eu não consegui deixá-la, e mesmo pensando que foi um erro tudo, eu não consigo deixá-la ir, mas era isso que eu deveria fazer.

Iria mandá-la ir embora, voltar para Nova Iorque, e esquecê-la. Abriria uma conta e colocaria uma quantia que daria para viver uma vida confortável com a criança.

— Santiago!

— Sim.

— Amanhã quero que leve a Emma para Nova Iorque.
Ele franziu a testa.

— Ok, ela irá visitar a Sophie?

— Não. Vou mandá-la de volta.
Ele ficou parado me encarando.

— Quer me diz alguma coisa?

— Não, você sabe o que está fazendo. Vou preparar tudo para amanhã.

— Passe a casa em Hamptons para o nome dela, e amanhã entregue o documento e as chaves para ela.

— Você não vai conversar com ela?

— Não tenho nada pra conversar com ela.
Ele abriu a boca para diz algo, mais fechou.

Passei o resto do dia verificando se estava tudo certo com umas cargas que vinham da Rússia, e umas que ia para americana do sul. Quando estava indo para a cobertura lembrei que minha mãe disse que a Emma estava com ela. Lorenzo tinha tirado ela da casa, mas eu não queria volta para lá, tudo me lembrava ela, o nosso quarto tinha o seu perfume. Eu iria me desfazer da casa, não me serviria para nada.
Quando percebi eu estava já parando o carro na entrada da casa da minha mãe. Era melhor acabar com isso de uma vez.

Entrei na casa, sem encontrar com ninguém, subir e fui até o quarto de hóspede que deduzia que minha mãe a colocaria. Quando entrei no quarto senti seu perfume. Ela não estava na cama, olhei para porta entre aberta do banheiro, e fui até lá.
Ela estava no chão, com os braços apoiados na tampa da privada fechada, com a cabeça deitada sobre eles. Ela tinha adormecido. Seu rosto estava pálida, e abatido, e estava molhado, resquício de choro. Senti algo ruim por vê-la assim, mas me recuperei. A peguei no colo para levá-la para cama, ela estava mais leve. A coloquei na cama e olhei para seu corpo, que estava mais magro, não aguentei olhá-la e sai do quarto.

No caminho da cobertura liguei para Santiago, para saber se estava tudo certo, ele confirmou que sim, amanhã Emma estaria fora da minha vida.

                           ☆☆☆☆☆

Santiago soube que minha mãe levaria a Emma em uma consulta, depois que ela saísse da consulta ele a levaria para Nova Iorque. Enquanto não recebia sua ligação para dizer que estava a caminho de Nova Iorque, me concentrava na reunião que estava tendo na empresa. Lorenzo estava comigo, mas nem me olhava, ou falava, estava me fodendo para ele.

A reunião acabou e todos saíram, sobrou somente eu e Lorenzo.

— Vai mandá-la embora — Ele deu uma risada sem humor — Agora que você fodeu com a vida dela, engravidou, vai se livra dela e seu filho. Realmente você é um desgraçado mesmo.

Me levantei não dando assunto para ele. Quando estava chegado na porta meu celular começou a tocar. Era a minha mãe.

Quando atendi ela já começou a falar desesperada.

Filho — Ouvi o som de uma batida.

Estamos sendo atacados, a Emma está sangrando, vem rápido.
Comecei a ouvi tiros.

— Mãe!
Ela tinha desligado.

— Porra.

— O que aconteceu?
Lorenzo já estava ao meu lado.

— Estão atacado o carro em que elas estão — Saímos correndo.

Todos os carros tinha um localizado, assim rapidamente soube aonde eles estavam. O carro estava em movimento, isso erra um bom sinal, eles estavam conseguindo fugir. Mas as palavras da minha mãe dizendo que a Emma estava sangrando me deixaram com a mesma sensação da primeira vez que tentaram mata-la.
Acelero o carro pelas ruas, cortando os outros carros, enquanto Lorenzo verificar a localização do carro.

Dentro de 5 minutos vou encontrar com eles.
Santiago diz pelo meu celular.

Ele estava tratando de umas coisas, na direção contrária, estava mais perto da onde o carro está. Mandei ele e todos os soldados que estavam com ele, ir de encontro com o carro.

— Estou vendo, eles estão atirando no carro.
Ouço os disparos.

— Revida, e cuidado com elas.
Afundo o pé no acelerador.

Santiago desliga, me deixando ainda mais nervoso.

— O carro está parado — Lorenzo avisa.

Quando chegamos vemos dois carros atravessados na estrada, e corpos no chão. Mas a frente os nossos carros. Meu corpo todo gela quando vejo Santiago tirar Emma do carro gemendo e chorando.

Saio do carro correndo, e fico em desespero quando vejo sangue nela.

— Me dá ela — Digo para Santiago, já pegando ela dos seus braços.

Olho pro rosto dela, que está com os olhos fechados, com expressão de dor.

— Filho temos que levá-la pro hospital. Minha mãe diz, já indo em direção ao meu carro.

Emma aperta meu braço quando parece que a dor aumenta.
Coloco ela no banco de trás junto com a minha mãe, que a segura, e tentar acalmá-la.
Rapidamente passo meus olhos pelo seu corpo, procurando o ferimento da bala, mas vejo que o sangue estava vindo entre suas pernas. Ela estava tentando um aborto.

— Fica, e ajuda o Santiago a limpar tudo — Digo para Lorenzo, que assenti.

Acerelo o máximo do carro, para chegar ao hospital. Quando chegamos eles a levam, nos deixando na merda da sala de espera, odiava aquela sala.

— Meu Deus, não deixe nada acontecer com os dois — Minha mãe ora ao meu lado com a voz chorosa.

Me celular começa a tocar, atendo na segunda chamada.

— Quem foi?
Pergunto.

Mercenários, receberam uma quantia absurda. Encontramos um celular de um deles, tinha mensagens. Não dá pra saber quem foi que contratou eles.
Lorenzo diz.

— Quem era o alvo?

Emma. Está bem claro na mensagem, a pessoa a quer morta de qualquer maneira.
Respiro fundo fechado os olhos com força.

— Matteo! Como ela está?
Fico em silêncio por uns minutos.

— Eu não sei. A levarão é não deram notícias.

Se ela perder essa criança, pode ter certeza que vai ficar um buraco enorme em você, e ela nunca vai te perdoar.
Desligo o celular.

A minha cabeça doer, meu coração palpita forte.

Sinto a mão em meu ombro.

— Filho!

— Agora não.

— Agora sim. Matteo, meu menino....quando eu soube que estava grávida de você, foi o melhor dia da minha vida, a melhor sensação. Eu....antes de você eu perdia duas crianças, um aborto atrás do outro, eu tinha um problema no útero, os médicos disseram que eu não poderia engravidar, e se eu engravidasse iria ter um aborto, como tinha acordado as duas vezes — A encaro — Você foi o meu milagre, todos os xingamentos, as agressão que eu sofri passaram a ser nada, quando descobri que estava grávida...Alessandro parou de me bater, mas dizia que logo votaria as agressões, porque eu perderia novamente, mas não aconteceu, você cresceu forte e saudável, e quando eu descobri que era um menino foi uma alegria enorme, eu sempre quis ter um menino...Matteo, tinha escolhido seu nome antes mesmo de você vim pro meu ventre...
Ela segurou minha mão e a beijou.

— Eu te amo, e sei que mesmo tão machucado com está, você continua sendo o meu menino. Você não é igual a ele, nunca será, eu sei o que você é capaz, o que você faz, e você gosta, mas você não machucaria seu próprio filho, seu sangue, você vai protegê-lo, vai matar por ele, e morre se necessário. Pelos os dois, você ama ela, eu vi o desespero e o medo de perdê-la, o que eu vi hoje foi alguém que está amando.

Ela segura meus ombros e me puxa devagar, e eu permito, logo seus braços estão em torno de mim. Me permitindo sentir o calor do seu abraço, um abraço que eu amava, era o meu porto seguro. Algo dentro de mim desmoronou.

— Eu...eu tenho medo de ser como ele, não posso machucar um filho meu. Mesmo que é isso que minha cabeça diz que eu deva fazer, fazer tudo que ele fez comigo, porque é o certo.

Saio dos seus braços, e vejo seu rosto banhado de lágrimas.

— Minha cabeça é fodida mãe, completamente fodida.

— Desde que você conheceu a Emma você está diferente. Você se transformou por ela, você ama ela, e ela te ama, e esta sofrendo muito pelo seu afastamento.

— Ela não vai me perdoar, disse coisas muito ruins, machuquei ela.

— Peça perdão, diga o que você sentiu no momento que descobriu sobre a gravidez, sobre o seu medo.
Suspirei e me curvei, colocando os cotovelos apoiados na minha coxa, com a mão tampando o rosto.

— Com licença.

Levantei a cabeça e vi a Dr Meredith. Ela cuidava de todas as grávidas da organização.

— Como ela está?
Minha mãe perguntou.

— Agora ela está bem, ela teve um início de aborto.

— E o bebê?

— Está bem. Os dois estão bem, mas agora ela vai ter que ficar em repouso, até o risco de aborto um novo passar, é assim tratamos para hiperêmese gravídica.

— Hiperêmese gravídica! O que é isso? Questiono.

— Um tipo de náusea muito forte, pode causa tortura e desmaio. Ela pode causar desidratação, e isso é perigoso para a mãe e o bebê. Então já que ela está aqui, é precisa ficar internada por uns dias, vou aproveitar para tratar a hiperêmese.
Passo a mão no rosto nervoso.

— Quero vê-la.

— Vou vê-lo até o quarto.

Quando entro no quarto vejo ela adormecida, tão frágil, indefesa. Chego perto da sua cama e observo seu rosto, seus traços. Mesmo abatida e pálida continuava linda, minha esposa.
Passo a mão em seu rosto levemente, e acabo acordando ela. Quando aqueles olhos lindos me encara o mundo todo cai.

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora