CAPÍTULO 13

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                      EMMA FIORE

Minha cabeça latejava como se eu tivesse um tambor dentro da minha cabeça. Cortesia das lágrimas que derramei, elas estão sendo minhas companheiras esses dias. Uma fresta de luz passa pela cortina e clareia levemente o quarto, me fazendo lembrar de quando eu era pequena, eu adorava acordar com a luz do sol de manhã entrando no quarto.
Me sento na cama, e ficou um pouco olhando para parede, pensando na minha vida, de como ela pode mudar, de como vai ser daqui pra frente. Depois de alguns minutos sentada me levanto e vou pro banheiro, fazer minha higiene. Quando volto para o quarto me deito novamente e fecho os olhos. Ouso a porta se abrir, meu corpo todo fica tenso, mas quando ouso a voz de Mariana ele relaxa.

— Bom dia querida — Ela me dá um sorriso.

— Bom dia.

— Vim te buscar pra tomar o café da manhã.
A olho franzido a testa.

— Prefiro comer no quarto.

— O Senhor Valentini me pediu para te levar pra tomar café da manhã lá em baixo, a mesa. E você pode sair do quarto quando quiser, só não pode sair de dentro da casa.

— Continuo presa.— Ela me olha com pesar.

— A casa é grande, você vai poder fazer muitas coisas pra passar o tempo.

— A única coisa que eu quero fazer é ir pra minha casa.
Seguro as lágrimas.

Mariana se senta na cama, me olhando.

— Minha querida eu não sei do real motivo que o senhor Valentini te trouxe para cá. Mas eu sei que ele não te nenhuma intenção de deixa-la ir.

— Quem é ele?

Queria saber quem é esse homem, louco que me sequestrou.

— Ele é uma pessoa que você não vai querer como inimiga. Faça oque ele te disser, o obedeça, que tudo vai ficar bem — Ela se levantar — Vamos, você tem que comer pra ficar forte, pra enfrentar tudo que vem por aí.
Engulo seco.

Eu estou no escuro, não sei nada sobre Matteo, e isso me dá mais medo, e desespero, porque não sei oque esperar dele.

Faço oque a Mariana me pediu, me vestir e desci com ela. Estava com medo de encontrá-lo, mas Mariana me disse que ele não está em casa, isso me deixou aliviada. Eu comi com calma, mas qualquer barulho que eu ouvia pensava que era ele chegando. Depois de comer a Mariana me mostrar a casa, e ela mentiu quando disse que a casa era grande, a casa era gigante. Tinha uma academia enorme, com vários aparelhos de musculação, tinha até um ringue de luta. Tinha uma piscina interna, muito grande, aquecida, uma sala de cinema, um salão de festas, um salão de jogos, mais oque me encantou foi uma biblioteca enorme, de dois andares, era linda.

— Nossa! Isso é incrível.
Digo admirando tantos livros.

— Eu tinha a impressão que você iria gostar muito daqui.

— Eu amei. Eu posso ficar aqui? — A olho apreensiva.

Queria ficar um pouco longe daquele quarto.

— Sim.
Sorrio pra ela indo de encontro com as prateleiras.

— Você não vai querer ver o resto da casa?

— Não, outro dia.

— Tá bom. Qualquer coisa estou na cozinha.
Do um sorriso.

Ela sai me deixando sozinha parada sem saber oque fazer primeiro.
Os livros estão todos arrumando por autor, encontro Charlotte e Emily Brönte, William Shakespeare, Jamie Austin, Thomas Hardin, J.R.R.Tolkien, Arthur Conan Doyle.. São tantos escritores maravilhosos, que não consigo decidir qual quero ler, mas acabo pegando um livro da Colleen Hoover.
Me sento em um sofá confortável, e começo a ler. Depois de horas lendo acabo adormindo.
Eu sentir ainda dormindo que tinha alguém me observando, quando eu abrir os olhos e dei de cara com Matteo sentado em uma poltrona na minha frente me observando. Me sentei no sofá assustada me abraçando com os meus braços. Ele me olhava de um jeito diferente, não dava pra saber oque passava dentro da sua cabeça.

— Oque você quer comigo...? — Eu pergunto suavemente.

— Eu já te disse oque eu quero.
Ele olha pro meu corpo.

— Quem realmente é você?

Eu não queria realmente saber, tinha medo da resposta, mas precisava saber.

— Sou o homem a quem você pertencer.
Eu não aguentei e comecei gritei.

— Você é louco. Eu não pertenço a ninguém, eu não sou um objeto.
Rosnei entre os dentes, segurando as lágrimas.

Ele se levanta e vem pra cima de mim, e segura o meu rosto com uma mão, apertando.

— Abaixa o tom pra falar comigo garota. Agora em diante você me pertence, você é minha Emma.
Ele me solta, e eu me levanto respirando fundo pra tentar me acalmar, fui até a janela.

— Eu tenho família, é amigos, eu tenho uma vida — Me viro para ele— Por favor me deixa voltar pra casa.

Ele vem até a mim. Seu perfume amadeirado chega no meu nariz. Ele colocou sua mão quente em meu rosto, dessa vez com leveza.

— Eu nunca vou deixar você ir embora. A única coisa que pode fazer você ir embora é eu estando morto. Enquanto eu estiver vivo você vai ficar ao meu lado.

Minhas lágrimas cai e ele limpa elas suavemente. Sua boca chega perto da minha, mas eu viro o rosto.

— Eu não farei nada sem o seu consentimento e contra sua vontade. Vou esperar até que você me queira novamente, e venha até mim. Eu estou louco pra mim afunda dentro de você novamente.

As palavras, foram ditas tão calmamente, que me fez arrepiar o meu corpo.

— Eu não estou acostumado a tolerar a desobediência, não costumo ser gentil... eu não quero machucá-la. Então me obedeça, vai ser melhor pra você.
Ele se afastou de mim.

— Está na hora do almoço. Vai comer. Ele diz me dispensado da biblioteca.
Deixo a biblioteca com as mãos tremendo.

Vou em direção às escadas pra ir pro quarto, mas lembro das palavras dele, em obedecê-lo. Volto e vou para mesa, que está posta. Me sento na cadeira de frente pra porta que dá uma visão linda do jardim. Mariana chega com uma jarra de suco, e coloca na mesa, e me serve.

— Obrigada — Agradeço lhe dando um pequeno sorriso.

— É só obedecê-lo que vai ficar tudo bem— Ela sussurra pra mim.

— Mariana!— Estremeço quando ouso sua voz — Pode se retirar.

— Com licença.
A olho querendo que ela fique. Mas ela some.

Ele se senta na cadeira da ponta mesa, e eu sento a duas cadeiras de distância dele. Comemos em silêncio, mas sinto seu olhar em mim o tempo todo, o ignoro.
Termino de comer e fico aliviada por pode me retirar, me levanto pra ir pro quarto.

— Senta — Ele manda quando eu estou em pé.

— Mas eu já terminei, quero ir pro quarto.
— Senta — Ele diz grosseiramente.

Me sento novamente, obedecendo.

Fico olhando pro jardim, que é lindo. Queria tanto ir até ele, sentir a grama nos meus pés, o perfume das flores, o ar fresco.

— Por que não posso ir lá fora?
Pergunto depois de um tempo.
Não o olho, continuo a olhar o jardim.

— Por enquanto você vai ficar aqui dentro.

Eu olho pra ele, me lembrando de como o conheci, de que me entreguei a ele. Ele me olha intensamente, como a primeira vez que nos vimos

— Emma....
Ele começa a falar, mas seu celular começa a tocar.

— Oque foi?....Merda, já tô indo.
Ele se levanta da cadeira e saí sem dizer nada.

Volto pra biblioteca e começo a ler novamente. A tarde Mariana me traz um lanche, já de noite subo pro quarto e tomo um banho, e me visto, e desço pra jantar, Matteo não apareceu até na hora de eu ir pra cama dormir. Acordo no meio da noite com sede, desço pra ir na cozinha beber água. Na volta ouso vozes, as sigo, é paro na porta trancada.

— Que porra — A voz de Matteo ecoa no ambiente, ele está muito irritado.

— Eu pensei que tiamos matado todos.
Uma outra voz diz.

— Parece que não. Aonde ele está?

— No galpão, vou até lá resolver isso.

— Não! Eu mesmo vou matá-lo, vai ser bem lento. Aquele filho da puta vai sofre muito antes de mandá-lo pra o inferno.
Coloco as mãos na boca, meu corpo treme, de pavor.

— Okay, os carregamentos de armas já chegaram na Austrália.

— Okay. Temos que passar um peneira pra descobrir se tem traidores ainda.

— Já cuidei disso.

— Se encontra, coloque fogo, com eles vivos.

Não aguento ficar mais ouvido esses horrores. Saio em passos leves e voltou pro quarto. Me enfio debaixo das cobertas, como eles fosse me proteger. Depois de alguns minutos ouso a porta se abrindo, aperto ainda mais as cobertas.

— Nunca te disseram que é feio escutar as conversas dos outros atrás da porta!?
Não respondo, e ouso seus passos vindo até a cama.

— Eu estou falando com você — Sua voz esta irritada.

Tiro as cobertas de cima de mim, e o olho. Ele está parado me olhando sério, como as mãos dentro dos bolsos da calça.

— Nunca mais faça isso. Você me entendeu?
Assenti.

— Eu não escutei — Ele diz mais alto.

— Sim — Digo baixo.
Meu corpo treme com medo do que ele possa fazer.

Ele passa as mãos pelo rosto suspirando.

— Que porra Emma. Não era pra você escutar nada daquilo.

— Pra não descobrir que você é um assassino?
Ele me olha.

— Já que você quer saber tanto quem eu sou, vou te dizer. Eu sou um assassino sim. Eu sou o chefe da máfia, a ‘Ndrangheta.
Arregalo os olhos.

— Você não queria saber quem eu era!? Então agora sabe.

Todo o sangue do meu corpo parece congelar.

Máfia! Só ouvia esse nome nos filmes, ou no noticiário, que era algo raro.
Ele sai e tranca a porta.
Eu estava sendo presa por um mafioso, um bandido. Nunca iria conseguir sair daqui. Eu estava perdida

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora