Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta

CAPÍTULO 63

                     EMMA FIORE

Abri os olhos vagarosamente, acostumando minha visão com a claridade que entrava pelas janelas. Rolei meu corpo pelo colchão me espreguiçando. Me sente na cama, e percebi que estava sem roupas. Me lembrei da madrugada que eu e Matteo tivemos, de tudo que se foi falado.

Olhei pela janela e vi que o sol estava alto lá fora, já estava tarde. Levantei e fui pro banheiro, tomei jm banho e me vestir, e desci, a minha barriga estava roncando, eu estava morrendo de fomos. Assim que desci as escadas, o cheiro maravilhoso de comida me atingiu. 

— O cheiro está maravilhoso? — Disse chegando na cozinha.
Mariana sorriu pra mim.

— Estou fazendo Risoto.

— Eu amo Risoto, agora me deu mais fome do que eu estava.
Ela riu da minha cara.

— Logo estará pronto.
Me sentei e começamos a conversar.
Logo o Risoto ficou pronto, eu comi duas vezes, estava uma delícia.

— Mariana?

— Sim.

— Você conhece Bianca?

— Sim — Ela franziu a testa — Como sabe dela?

— Ela estava na festa. Me fala um pouco dela.

Queria saber sobre a Bianca, a presença dela me incomodava muito, e depois que aconteceu no banheiro ainda....

— Não sei muito, só a conheço de nome, nunca vi ela pessoalmente.

— Você nunca viu ela com Matteo?

— Não. Oque foi querida?

— Ela me disse algumas coisas na festa.

— Oque ela disse?
Mariana elevou sua voz.

— Esquece isso, nada relevante.

— Você tem que contar para Matteo.

— Não precisa, não foi nada de mais.
Dou de ombros.
Ela suspirou.

— Se ela te importunar novamente, você tem que falar para o Matteo.

Dou um pequeno aceno com a cabeça.

O dia se passou devagar, não tinha nada para fazer, estava cansada de assistir TV, e não tinha um jardim para mim ir, não podia colocar os meus pés na grama, é isso estava me deixando angustiada.

Mariana teve que sair pra resolver algumas coisas, ela recebeu um telefonema e saiu sorridente. Fiquei sozinha, e entediada. Já era quase 7horas, fui tomada um banho de banheira bem demorado. Quando desci as escadas vi Nathan.

— Nathan!
Sair correndo até ele.
O abracei.

— Fiquei preocupada com você — Disse e olhei para ele.
Sua expressão estava séria.

Olhei para sua mão e vi que estava enfaixada.

— Oque aconteceu?
Tentei tocar, mas ele não deixou.

— Acidente.

— Esse acidente  por acaso tem o nome Matteo?

— Sim, foi seu noivo.
Ele se afastou de mim.

— Você vai se casar com ele? — Ele olhou pra mim, um olhar magoado.

— Eu não tenho muito escolha. Ele nunca vai me deixar livre.

— Agora sim que ele não vai. Que porra Emma, que caralho você tem na cabeça. Seu rosto estava vermelho.

— Nathan....
Ele me interrompeu.

— Eu pensei....eu pensava que eu não podia te ter por causa dessa merda de vida, por eu ser quem eu sou. Eu te afastei esse tempo todo por isso, passava as noites pensando em você, em como seria ter você comigo.
Ele dá uma risada sem humor.

— Mas a vida é tão fodida, que você acabou ficando noiva de uma pessoa como eu, pior que eu.
Seguro minhas lágrimas.

— Eu não escolhi isso, se eu pudesse voltar atrás nunca teria ido aquela boate com a Sophie. Hoje estaria com ela, teria minha vida normal, teria minha liberdade.
Ele olha pra minha mão com a aliança.

— Você acabou de trancar o cadeado da porta que te daria sua liberdade.
Ele disse isso é saiu.

Me sentei no chão olhando para aliança.

Nathan tinha razão, eu mesma tranquei a porta da minha liberdade, agora estou presa.

Depois que Nathan se foi fiquei sentada na sala, olhando o céu pela janela, pensando na minha vida, e tudo que aconteceu até aqui, a perda da minha mãe, a mudança para Nova Iorque, Sophie....e me sequestro, e meus sentimentos pelo meu sequestrador.
A companhia, enxuguei o meu rosto e fui ver quem era.

Quando abrir dei de cara com o homem que me sequestrou.

— O chefe mandou levá-la até ele.
Ergui uma sobrancelha.

— E aonde ele estaria?

— Se você se vestir vai descobrir. Estou esperando aqui fora.
Ele disse e saiu fechado a porta.

Dei um dedo pra porta.
— Nojento.

Fui pisando duro até o quarto.
Peguei um vestido de veludo preto justo, que batia acima dos joelhos, com as alças cravejada de cristais, com um decote reto. Fiz um rabo de cavalo, maquiagem e coloquei uma gargantilha.

Desci as escadas devagar, só pro nojento esperar mais um pouco. Não me esqueço da forma que ele apertou meu braço, me machucando.

— Vamos — Disse passado em sua frente.
Ouvi quando ele suspirou forte.

Estava um pouco surpresa, do Matteo mandar me buscar pra uma boate. Com certeza se ele pudesse só me deixaria trancada em casa.

Quando o carro estacionou Santiago estava esperando.

— Oi.
Sorrir para ela quando sair do carro.

— Boa noite.

— Por que Matteo me mandou buscar Santiago?

— Você não queria vim?

— Claro que sim, mas Matteo se pudesse me deixava trancada.

— Ele só me pediu para te buscar aqui.
Assenti.

—Antes tenho que te avisar, que tem uns membros da organização lá dentro.
Deu vontade de voltar pra casa.

— Não precisa se preocupar com nada, Matteo estará ao sei lado o tempo todo.

— Ok.

Entramos na boate, ela era enorme.
As pessoas estavam bem arrumadas, roupas de grife. Era uma boate para alta sociedade.
Santiago me levou em direção ao área VIP, eu estava alegre de certa forma, mas quando vi Bianca do lado do Matteo a alegria sumiu por completo.
Travei no lugar olhando para os dois. Ela sorria com algo que Matteo disse. Matteo deu um sorriso de lado para ela.

Ele sorriu pra ela.

— Está tudo bem? — Santiago questionou me encarando.

— Não, eu posso ir embora?
Ele franziu a testa meio confuso com meu pedido.

— Oque aconteceu?
Olhei pros dois, e ele acompanhou meu olhar.

— Não gosto dela Santiago. Ela disse que não sou o suficiente para ele, nunca vou ser aceita por vocês.

— Ei — Ele segurou meu braço chamado minha atenção.

— Você é mais do que suficiente para ele. Sabe como eu sei disso? Ele te escolheu pra ser esposa dele, ele disse que nunca iria se casar, mas agora você está com uma aliança no dedo, e ele está contando os dias para ser casar com você. E você não precisa de aceitação de ninguém Emma, você comandará tudo ao lado dele, estaremos debaixo dos seus pés. Então se alguém te incomodar, é só esmagar. Entendeu?

— Sim.

— Vamos.
Respirei fundo e comecei a andar.
Quando Bianca me viu seu sorriso sumiu.

— Oi — Disse colocando meu braço em torno da cintura do Matteo.
Ele olhou pro meu corpo e me puxou mais para si.

— Terminamos a conversa amanhã.
Ele disse a Bianca.

Ela deu um sorriso e saiu.

— Que conversa?
Questionei com um pouco de raiva.

— Está com ciúmes?
Ele franziu a testa, descendo sua mão até minha bunda.

— Não. Só fiquei curiosa — Dei de ombros.

— Então por que está com essa cara emburra?

— Eu sei...sobre vocês dois.
Ele levanta um sobrancelha.

Ele segura e minha mão e me puxa.
Vamos até seu escritório.

— Idai que eu já trepei com ela. Emma eu já comi muitas mulheres, se você for ficar com essa cara por cada uma, vai ficar assim pro resto da vida.
Cruzei os braços com mais raiva.

— Eu sei que você pegou a metade das mulheres desse mundo, mas ela é diferente. Ela é como você, ela sim é perfeita pra ser sua esposa. Aposto que todos querem que você se case com ela.

— Eu estou me fodendo pra que pensam ou querem. Você, foi você que eu escolhi para ser minha esposa.

Ele vem até mim e me puxa pela cintura.

— Oque foi princesa, não estou te comendo o suficiente pra você colocar na cabeça que eu quero só você!? Se quiser posso te comer e vezes por dia.

Ele lambe meu pescoço.

— Não se sinta ameaça por nenhum deles — Ele segura meu rosto com as duas mãos — Você é a porra da futura esposa do dono da Itália praticamente inteira. Você será a primeira-dama da máfia. Eu comando cada pessoa  dessa máfia, as vidas delas são minhas, e você vai ser casou comigo. Esta na hora de você começar aceitar tudo, e agir de acordo.  Não tem mulher nenhuma melhor ou maior do que você Emma. Bianca não é nada comparada você.
Ele me beijar.

— Vamos nos casar mês que vem — Ele diz com os lábios contra os meus.

— Decidiu isso agora?

— Não. Tudo bem pra você?

— Você está me perguntando oque eu acho?

— Não vou me casar sozinho. Por mim casaríamos agora, sem ninguém presente.

— Porque não fazemos isso?
Sorrio.

Ele me olha intensamente.

— Você se casaria agora, sem festa, ou um vestido?

— Sim.

— É seu casamento Emma, o único que vai ter, então é melhor fazermos conforme que tem ser feito —Ele desce suas duas mãos pra minha bunda, e aperta.

— E eu estou louco para tirar o vestido do seu corpo, e te comer a noite toda.

Ele me segurou e me sentou em cima da mesa, e começou a me beijar.

Uma mão foi pro meio das minhas pernas, e a outra foi pro zíper do meu vestido, o fazendo cair, deixando meus seios expostos.

— Gostosa.
Ele abocanhou meio seio esquerdo enquanto seu dedo entrava dentro de mim.

Abri mais as pernas, sentindo seu dedo entrando e saindo devagar. Ele tirou o dedo de dentro de mim e chupou.

— Me come — Digo segurando seus braços.

Ele sorrir e lambeu o meu mamilo.

— Matteo..

A porta se abriu e Santiago entrou, Matteo puxou o meu corpo para ele, me escondo.

— Que porra é essa? Sai daqui.
Ele gritou furioso.

Santiago virou de costas.

— Sinto muito....

— Sai.
Matteo disse novamente.

Me vestir rapidamente.

De repente Lorenzo entra na sala, com uma expressão séria.

— Já contou?
Lorenzo perguntou.

— Não.

— Contou oque?
Matteo questiono.

— A encontramos.
Santiago disse.

Olhei para Matteo que estava com um sorriso que me deu medo.

— Matteo....
Lorenzo começou a falar, mas Matteo o interrompeu.

— Eu já te disse Lorenzo, se não está ao meu lado, não fica no meu caminho.
Ele disse ríspido.

Lorenzo saiu da sala.
Eu não estava entendendo absolutamente nada.

— Pegaram ela?

— Descobrimos tudo agora. Vou atrás dela agora.

Matteo pegou na minha mão e saímos do escritório.

— Prepare tudo pra saímos daqui alguns minutos.
Ele disse pra Santiago.

Ele chama o nojento que me trouxe.

— Leve ela para casa.

— Sim senhor.

— Matteo?

— Vou resolver uma coisa, assim que resolver volto pra casa.

Sair da boate, quando ia entrar no carro Lorenzo chegou perto de nós.

— Deixo que levo ela Lucian. Vamos.

Ele estendeu a mão pra mim, e peguei.
Fomos andando até seu carro em silêncio.

Quando estávamos já dentro do carro em movimento, não aguentei o silêncio.

— Lorenzo oque está acontecendo?
Ele apertou suas mãos no volante com força.

— Nada com que você tenha que se preocupar bonequinha.

— De quem Matteo vai atrás?

— Não vou falar sobre isso com você.

— Lorenzo?

— Não Emma — Ele disse sério, elevando o tom da voz.

Em um tom que nunca usou comigo.
Ele solta um suspiro longo.

— Desculpa, mas esse assunto não tem nada haver com você. Fica fora disso.
Assentir.

Ele me levou até o apartamento.

— Obrigada por mim trazer.
Digo é lhe dou um pequeno sorriso de lado.

Quando virei de costas sinto sua mão em meu braço. Ele me vira e me abraça.

— Não deveria ter falado daquela forma com você. Desculpe bonequinha.

— Tá tudo bem.
Ele desfez o abraço.

— Eu vou te proteger. Proteger de quem for, prometo.

Ele me dá um beijo na testa e me dá boa noite e vai embora.

Vou para o quarto e tomo um banho, fico com as palavras do Lorenzo na cabeça até pegar no sono.

Acordei com um barulho de algo se quebrando. Abro os olhos e vejo que já amanheceu. Ouço novamente coisas se quebrando. Me levanto e desço, os barulhos vêm do escritório do Matteo.

— Você é pior que ele.
Ouço os gritos do Lorenzo.

Quando chego perto vejo o escritório todo quebrado.

— Foi pra isso que fui criado — Matteo diz.

— Pra ser um monstro. Ela era um garota inocente porra.
Lorenzo esbravejou.

— A nossa irmã também era — Matteo gritou — Ela era mais inocente ainda. E oque fizeram com ela? A mataram, e sumiram com o corpo, uma criança de 5 anos, 5 anos Lorenzo. Era um criança que nunca fez mal algum.
Eu via a dor em sua voz.

— Oque você fez não vai trazê-la de volta.

— Não vai, mas eu vinguei a morte dela.
Lorenzo explodiu.

— Você matou uma garota da idade da Emma. Uma garota inocente também. A esquartejou é mandou a cabeça pro pai.
Meu corpo paralisou.

— Que pena que ela morreu logo. Matteo debochou.

— Amei ouvir seu grito de socorro, de dor. Ver suas lágrimas, ver seu sangue imundo escorre. Pelo menos o fodido do Mancini vai ver a filha, e ter a cabeça pra enterra. Diferente de nós, que tem um caixão vazio.

Quando funguei percebi que estava chorando. Mas também chamei atenção dos dois.
Lorenzo me olhou, vi dor em seu olhar, assim como do Matteo.

Lorenzo saiu, vi que seu rosto estava vermelho, devido a um soco. Matteo também estava machucado. Os dois tinham brigado.
Entrei mais na sala, e olhei para seu rosto. Primeira vez que ouço palavras saindo com tanta dor da boca do Matteo.

Chego mais perto dele e coloco minha mão em seu rosto, ele fecha os olhos, e descansar seu rosto em minha mão.
Vi a rachadura em seu muro. Me corpo ainda estava paralisado pelo que eu ouvi, mas não consegui da meia-volta.
Eu sei como é a dor que ele está sentindo, e uma dor que nunca passa. Mesmo sabendo que a vida um dia acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém.