CAPÍTULO 15

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                      EMMA FIORE

Já faz um mês que estou nessa prisão, longe de casa. A cada dia que passa um pouco de mim morre, a minha esperança morre. Passo o dia na biblioteca lendo, tem vez que a Mariana fica comigo, ela conversa e tenta me animar um pouco, mas é em vão. Fica trancada dentro dessa casa sem poder ver a luz do dia, o vento, sentir o ar puro me deixa sem vida.
A minha relação com Matteo é 00.01%, só abro minha boca pra responder suas perguntas, mas durante esse mês ele ficou longe, não o vejo, ele sempre sai cedo é volta na hora que eu estou dormindo, e prefiro assim.
Tem vez eu sonho com as vezes que estive em seus braços, mas sinto raiva depois, por estar tento esse tipo de sonho com o homem que me sequestrou. Quando ele fez curativo na minha mão, ele estava tão perto que senti seu perfume, que eu tanto gostava de sentir.

Não acordei disposta, então fiquei no quarto, Mariana me trouxe o café da manhã, e ficou comigo até eu terminar.

— Menina, você não pode ficar aqui trancada. Você nem se alimentando direito está.

Mariana era uma pessoa incrível, se não fosse por ela já tinha desistido da vida.

— Eu não acordei muito bem. Tô sentindo falta da minha casa, me sinto sufocada aqui dentro.

— Eu sei que está sentindo falta da sua casa. Mas fica assim do jeito que está não vai adiantar em nada, você tem que ficar forte pra ver sua família novamente.

Eu não tinha contado a ela que não tinha pais. Mas a minha família era o Carter a Sophie e o Nathan.

— Nunca mais vou vê-los. Matteo nunca vai me deixar voltar.

— Mas pode deixar você falar com eles pelo celular.
Franzi a testa.

— Ele não vai deixar.

— Se você continuar assim, não vai mesmo. Não fique afastada dele, ganhe a sua confiança. Se você ser boa pra ele, ele será bom para você.

Quando fiquei sozinha no quarto fiquei pensando, sobre oque ela disse. Mas como ser boa para um homem que me tirou da minha vida, que acabou com ela, não dava. Me sentei no chão perto da porta que dava para um varanda, mas a porta estava trancada, desde que cheguei aqui ela esta trancada. A vista era linda, eu podia ver o jardim, e o resto da propriedade, que era enorme, tinha tanto verde.

Escuto a porta sendo aberta, mas nem preciso olhar pra saber quem era, seu perfume invadiu o quarto.

— Vou levá-la para passear no jardim.
Levanto as sobrancelhas em surpresa.

— Por que?

— Você prefere passar seu tempo trancada?— Ele pergunta com tom ríspido.

— Não.

— Agora vem — ele ordenou com um aceno de cabeça em direção à porta, seus olhos se demorando no meu corpo.
Me levantei e saí, ele estava atrás de mim.

— Como está sua mão?

— Bem. Obrigada pelo curativo — Digo olhando pra trás.

Seu olhar me deixa de uma forma que não sei explicar.

Ele me olha um momento antes de tocar as minhas costas, e eu estremeço com seu toque. Ele indica pra que continuasse a andar.
Meu corpo está arrepiado pelo seu toque, e meu coração bate forte em meu peito. A proximidade dele sempre me causa coisas que nunca tinha sentido, desde da primeira vez que eu o vi.
Eu andei afastada dele, ele estava atrás de mim, e eu sentia seu olhar em meu corpo.
Quando sentir o sol quente em minha pele e o vento fresco, o meu corpo parecia que estava voltando a vida. Relaxo quando saímos para o sol brilhante. O jardim era lindo, arbustos perfeitamente cuidados, e cortados, as flores bem cuidadas. Respirei fundo fechado os olhos relaxando, essa era a primeira vez que relaxei desde que cheguei aqui.

— Senti falta disso.
Digo baixo.

— Você pode vim aqui quando quiser. Matteo fala, me fazendo abrir os olhos.
Ele está parado ao meu lado me olhando com as mãos nos bolso da calça.

— Você não vai me deixar mais trancada dentro de casa?

— Não, se você se comporta.

— Comporta!? Você me sequestrou e espera que eu seja uma boa menina, que não faça nada, te obedeça.

— Sim.

— Eu tento intender o porque que você me quer aqui, você é rico, e como você mesmo disse o chefe da máfia, você pode ter a mulher que você quiser, do sei meio, rica.
Ele chega mais perto de mim, sinto sua respiração em meu rosto.

— Eu não quero outra mulher, eu só quero você.
Sua mão vem até o meu rosto, fecho os olhos quando sinto seu toque.
Quando dou conta seus lábios estão pressionados nos meus. Eu não esperava por isso. Atordoada pela ação me separo, e o olho, seu olhar tem algo...

— Você é a única que eu quero.

Não digo nada, meu corpo está sem reação. Me deixado mais atordoada, ele me beija novamente. Ele segura minha cintura me deixando mais perto de seu corpo. Seus lábios devoram os meus, sua língua entra em uma dança com a minha. Ele suga o meu lábio, cada vez mais sua língua mergulhou na minha boca, me provando, me consumindo. Seu gosto é inebriante. Cada lugar que ele me toca deixa um rastro de eletricidade. Eu era incapaz de me afastar, incapaz de mover o meu corpo. Ele que se afasta, me soltando. Minha respiração fica pesada, minha cabeça fica tonta e muito confusa, meu corpo todo formigando. Eu me afastei, tentando controlar minhas emoções. Estava com raiva, raiva de mim mesma por ter deixado ele me beijar.

— Nunca mais faça isso— Digo com raiva — Eu não quero que você me toque.
Ele dá um sorriso de lado.

— Não é isso que parece. Mas pode ficar tranquila, só vou te tocar quando você me pedir, você vai implorar pra mim te foder.
Ele diz é sai me deixando sozinha com ódio.

Fui pro meu quarto, e me traqueei, fui para o banheiro e joguei água  no rosto para me acalmar. Eu ainda  sentia o toque do Matteo, o gosto dele.
Me deitei na cama, confusa pelo que eu senti. Ele era uma pessoa ruim, ele fazia coisas erradas, e me sequestrou, não podia sentir nada por ele, tenho que ter nojo, e repulsa.

Eu não conseguia fazer nada além de reviver o beijo que Matteo me deu. Eu estava me sentindo culpada, estava com raiva. Seu beijo era diferente de tudo que eu já senti antes.
Já era hora do jantar, mas não iria descer, não queria encontrar com Matteo, então fui me deitar. Depois de alguns minutos a porta se abriu, respirei aliviada quando vi que era a Mariana com o meu jantar.

— Matteo pediu pra te trazer.
A encarei surpresa.

— Obrigada.

— Come tudo, pra ficar forte.

Ela saiu do quarto, e eu comecei a comer. Quando terminei coloquei a bandeja na mesinha que tinha no quarto, e fui pro banheiro escova os dentes. Quando voltei pro quarto Matteo estava com as portas que davam pra varanda abertas, estava entrando uma brisa tão boa.

— Vim ver se você comeu tudo.

— Do jeito que você me trata parece que sou uma criança.

— Fazer greve de fome é coisa de criança.
Cruzo os braços, e seus olhos vão direto pros meus seios. Rapidamente descruzo eles.

— Você vai deixar abertas?.
Perguntou olhando pras portas abertas.
Estava torcendo para ele diz que sim.

— Você vai tentar pular pra fugir?
Ele ergue um sobrancelha.

— É claro que não.

Se eu pulasse me quebraria toda.
Ele começa a andar até a mim, quando chegar perto de mim coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. Ele me dá um beijo no meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepia.

— Boa noite Emma.

Ele sai e fecha a porta.

Me deito pesando em seu beijo.
Na manhã seguinte depois do almoço fui para o jardim, era o lugar preferido da casa agora. O sol quente em mim me fazia tão bem, e o vento assoprando os meus cabelos, me fazia lembrar de quando eu era criança, como eu era feliz....com a minha mãe.
Estava sentada no banco de frente para um lago quando ouço passos atrás de mim.

— Quem é você?.— Olho pra trás me deparo com o homem que estava com Matteo na boate.

Me levanto e fico de frente pra ele. Ele me olha da cabeça aos pés, com um olhar de curiosidade.

— Te fiz uma pergunta. Ou você é mudar — Ele ergue a sobrancelha.

— Emma.

— Emma! Oque você faz aqui, Emma?.
Perguntou franzido a testa.

Oque eu irá falar!? Que eu fui sequestrada?

— Eu...eu...

Não sabia oque dizer, se falasse em Matteo descobrisse poderia não gostar e me trancar no quarto novamente.

— É muito difícil em dizer oque você faz aqui?— Sua expressão endureceu, e ele chegou mais perto.

Sua presença era imponente, mas a do Matteo era mais forte. Ele começou a avaliar o meu rosto, com se pudesse saber o que eu estava pensando.

— Lorenzo!— Mariana veio até nós com um sorriso nervoso.

— Mariana — Ele não tirou os olhos de mim.

— Emma eu estava te procurando, pra mim ajudar lá na cozinha. Vamos.
Assenti.

— Você não me disse oque faz aqui, Emma.
Eu ia abrir a boca, mas Mariana falou por mim.

— É melhor perguntar ao seu irmão. Ele vai poder te explicar melhor.

Irmão? Ele era o irmão do Matteo.
Ele me olhou com uma cara mais confusa ainda, e nada boa e saiu.

— Ele é irmão do Matteo?

— Sim, ele é mais novo.

— Ele faz as mesmas coisas do que o irmão?.
Ela me olhou de um jeito que respondeu a minha pergunta

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora