Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta

CAPÍTULO 40

               MATTEO VALENTINI

Quando o silêncio tomou o quarto, eu pude sentir sua respiração calma em mim, não consegui dormir.
Quando ela me disse aquilo, pude sentir em sua voz que ela já sabia que eu nunca iria deixar ela ir. Eu estava obcecado por ela, por tudo que ela fazia, por seu corpo, seus olhos lindos, seu perfume. Ela me pertencia, ninguém mais tocaria nela.
Eu não a deixaria ir, nunca.

Eu estava começando odiar essas malditas sensações que ela estava me fazendo sentir, isso estava cada vez mais crescendo dentro de mim, a cada vez que as coisas ficavam intensas com ela. Sexo nunca foi algo além de carnal para mim, nunca tinha alguma coisa de sentimento. E eu estou mentindo para mim mesmo dizendo que sexo com ela é somente carnal. Mas não é. Tem algo a mais, e não dar mais para mentir pra mim mesmo.

De manhã vou para a empresa, sentado em frente à mesa de escritório, eu estava tentando me concentrar nos números que o Fernando havia me enviado essa manhã. Os negócios de fachada geravam seus lucros, além do dinheiro sujo que lavava.

— Matteo.
Lorenzo abre a porta bruscamente, com uma expressão séria.

— Espero que seja algo muito importante, para você abrir a porta dessa forma.

— Que se foda a porta. Descobrimos que foi os merdas Russos que tentaram me matar.

— Como você descobriu isso?
Deixo tudo de lado, e foco nele.

— Um dos carros que estávamos verificando nos levou até um russo, ele confessou tudo. Dmitri quer tomar Nova Iorque, ele queria me matar para te desestabiliza, tira seu foco. E assim tomar Nova Iorque. E parece que os filhos da puta dos Albaneses estão juntos com eles.

— Cazzo.
Do um muro na mesa.

Santiago entrou na sala.

— Não tenho boas notícias — Santiago disse, com cautela.

— Oque aconteceu? – Lorenzo perguntou irritado.

Ele sabia que eu estava pelo um fio.

— O carregamento que vinha de Dubai foi roubada.

Ah, mas era só isso que faltava para o meu dia ficar perfeito.
Não disse nada, se eu dissesse iria atirar nos dois.

— Já sabem quem foi?

Lorenzo tomou a frente, enquanto eu tentava não quebrar tudo.

— Não, até agora nenhuma pista. Max está atrás disso, assim que ele conseguir alguma coisa eu informo.

— Você me liga.
Ele se retirou da sala.

— O russo está preso. Que ir até ele?

Me levanto enfurecido e saio com Lorenzo atrás.

Lorenzo dirige até os cantos mais extremos da cidade, onde mantínhamos alguns armazéns que seriam como depósito. No entanto no subsolo, tinha a nossas prisões, aonde colocávamos alguns dos nossos prisioneiros lá.
Andamos até a última sala, que usávamos para fazer interrogatórios por ter paredes acústicas. Lorenzo abriu a porta e entramos.

— Não conseguiram pegar mais ninguém?—Perguntei, olhando na direção para o homem que estava sentado em uma cadeira se ferro, com as mãos e os pés amarrados.

Sua cabeça estava tombada para frente, com os olhos fechados.

— Não. Ia adorar pegar mais deles. Lorenzo disse.

— Só tinha ele aonde o pegamos.
Olhei para o homem novamente.

Torturar pessoas que tentavam foder comigo ou com a minha família era mais interessante. A raiva era maior, fazia parte de mim, de quem eu era... e em algumas vezes isso até me fazia sentir vivo. Eu amava fazer isso, ouvir seus gritos, ver seu medo.