CAPÍTULO 14

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                 MATTEO VALENTINI


Cheguei do trabalho cansado pra caralho, tinha sido um dia de merda em todos os sentidos. Me sento na cadeira do meu escritório com Lorenzo me encarado.

— Que porra — Digo puto da vida.
Lorenzo descobriu um traído, um desgraçado que era tão escroto quanto o meu pai.

— Eu pensei que tiamos matado todos.

— Parece que não. Aonde ele está?  Perguntou massageando minha têmpora com dor de cabeça.

— No galpão, vou até lá resolver isso.

— Não! Eu mesmo vou matá-lo, vai ser bem lento. Aquele filho da puta vai sofre muito antes de mandá-lo pra o inferno.

— Como quiser. Os carregamentos de armas já chegaram na Austrália.

— Okay. Temos que passar um peneira pra descobrir se tem ratos ainda.

— Já cuidei disso.

— Se encontra, coloque fogo, com eles vivos.
Escuto um passo suave se distanciando da porta.

— Amanhã mando o filho da puta pra cova — Digo me levanto.

— Te espero lá.

Quando Lorenzo vai embora vou até o quarto da Emma. Quando chego vejo ela com as coberta até a cabeça.

— Nunca te disseram que é feio escutar as conversas dos outros atrás da porta!?
Digo mas ela não responde nada. E isso me irritada, vou até sua cama e paro perto.

— Eu estou falando com você.
Ela tira a coberta da cabeça e me olha, assustada.

— Nunca mais faça isso. Você me entendeu?
Ela assenti.

— Eu não escutei —  Digo um pouco mais alto.

— Sim — Ela fala baixo.

Seu corpo treme, e vejo o medo em seu olhar. E é a primeira vez que me incomoda uma pessoa ter medo de mim.
Passo as mãos pelo rosto suspirando.

— Que porra Emma. Não era pra você escutar nada daquilo.

— Pra não descobrir que você é um assassino? — Ela fala com a voz trêmula.
A olho, como queria estar comendo ela nesse momento.

— Já que você quer saber tanto quem eu sou, vou te dizer. Eu sou o chefe da máfia, a ‘Ndrangheta — Ela arregalou os olhos e empalidece

— Você não queria saber quem eu era!? Então agora sabe.

Saio do quarto e vou para o meu. Não queria que ela descobrisse quem eu sou agora, mas a garota tinha que ser curiosa e ouvir a conversa com o Lorenzo. Lorenzo, merda!, tenho que contar pra ele sobre a Emma, mas não agora. Já estou ouvindo meu irmão falando um monte de merda no meu ouvido.

Um mês depois....

Um mês. Um mês já se passou, e a Emma nem olha pra minha cara, se eu estou na sala ela esta a 100 metros de mim. Não conversamos, só ouço sua voz quando pergunto algo, mas sem ser isso não ouço nada. Mariana me informa de tudo que ela faz pelo dia, ela passa os dias na biblioteca, seu lugar favorito da casa. Tenho dado espaço para ela, coisa que eu nunca fiz com ninguém...mas um mês com ela sobre o mesmo teto que eu, e não poder tocá-la esta sendo foda.
Cheguei em casa e Mariana me avisou que Emma não tinha comido, é estava trancada em seu quarto. Tentei abrir mas a porta estava trancada, então comecei a bater nela.

— Emma, você vai ficar trancada nesse quarto a vida inteira? Você tem que comer — Tento deixar a minha voz o mais gentil que posso, mesmo estando puto.

— Eu não estou com fome — Ela fala.

— Dá pra você abrir a porra da porta. Chuto a gentileza pra longe.

— Me deixa quieta Matteo, eu não quero falar com você.

— Estou ficando de saco cheio dessa porra.! — Esbravejei — Já te dei tempo o suficiente pra você colocar na sua cabeça que agora essa é sua vida.

— Tempo o suficiente? — Escuto ela andando, e a porta se abre, ela me olha com raiva.

— Você me tirou a minha vida, você tirou tudo que eu tinha, é agora espera que eu aceite tudo.
Chego mais perto dela, a fazendo dar um passo pra trás.

— Pro seu bem é melhor você se acostumar, porque não vou abrir mão de você. Agora você vai desce, e se senta na porra da mesa, e vai comer. Se eu tiver que vim te buscar vai ser pior.

Fui pro meu quarto tomar um banho, depois do banho me vestir e desci.

Mariana estava colocando a mesa para o jantar, antes de ir para mesa me servi de uma bebida, pra ter paciência com a Emma, de um gole só e fui pra mesa. Já estava levantando para ir buscá-la quando ela chegou e se sentou em silêncio, Mariana dê-lhe um sorriso e ela retribuí-o. O jantar foi silencioso, ela só olhava pro seu prato, e nenhum momento olhou na minha direção. Quando terminou de comer saiu da mesa sem dizer nada. Fui pro meu quarto, e me deitei fechando os olhos. Quando abri os olhos já era 1 hora da manhã, estava com sede então me levantei é fui até a cozinha. Quando estava perto da cozinha vi que estava acesa as luzes, fui andando de vagar, quando cheguei vi que era a Emma. Sua mão está sangrando e um copo estava no chão quebrado.

— Você está bem? — Perguntei chegando perto dela.

Ela deu um pulo de susto.

Ela me olhou assentido, mas ela estava com uma cara não muito boa. Eu peguei sua mão e inspecionei a ferida, era um corte médio, e não precisaria de pontos.

— Precisamos tratar isso.

Ela não protestou e me seguiu silenciosamente. A levei até seu quarto, entrei direto no banheiro, onde tinha um kit de primeiro socorros.

— Senta — Apontei pro vaso, com a tampa fechada.

Ela se sentou, e eu agachei diante dela segurando sua mão. Peguei um spray desinfetante e espirei na ferida, ela tentou tirar a mão na hora, mas segurei com um pouco de força. Depois que limpei e me certifiquei que não tinha nenhum caco de vidro, fiz um curativo.

— Pronto.
Me levantei e joguei os algodão sujos no lixo e guardei a caixa de primeiro socorros ao seu lugar.

— Vai se deitar — Digo é deixo o quarto.

Fui me deitar, mas não conseguia dormi. Isso está virando rotina, não dormi com ela na cabeça

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora