CAPÍTULO 26

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               MATTEO VALENTINI

Quando eu tinha 5 anos presenciei uma cena que nunca iria sair da minha memória. Minha mãe no chão com o rosto todo ensanguentado, com meu digníssimo pai, em cima do seu corpo a espancado. Não estava entendendo o porquê ele estava fazer aquilo. Me lembro que fiquei desesperado, comecei a chorar chamar por ela, me lembro que quando ele saiu de cima dela, ela estava desacordada. Ele veio até a mim e agarrou meu rosto com a mão suja do sangue da minha mãe, e disse.

Você não deve chorar por mulher alguma Matteo. Mulheres são como objetos, só nos servem por um tempo, depois descartamos e compramos outro.

Fui crescendo com isso, mulheres só pra colocar um herdeiro, e aquecer a nossa cama. Não deveríamos sentir qualquer sentimento por elas, elas nos fazem ser fracos. As únicas mulheres que tive qualquer sentimento bom na vida foi a minha irmã é a minha mãe.

Que nesse momento está na minha frente me olhando com um olhar nada bom.

— Me diz que é mentira Matteo.

— Não.

Ela descobriu tudo sobre a Emma, devo isso ao puto do meu irmão. É agora está aqui inconformada.

— Matteo como você pode fazer isso!? Pelo que eu sei ela nem é da máfia, filho imagina como ela está.

— Bem.
Ela me olha com a testa franzida.

— Não, ela não está bem.
Ela se levanta pegando a bolsa.

— Vou vê-la.

— Não, não vai.

— Há eu vou sim.
Ela diz decisiva, levantando sua sobrancelha.

— Não quero que você vá. Então você não vai.
Digo ríspido.

— Você é o Don, te respeito. Mas aqui agora é mãe e filho estão conversando. Sono tua madre, eu te carreguei por nove meses. E se eu digo que eu vou vê-la, é porque vou vê-la.
Ela sai andando, batendo seu salto contra o piso de mármore.

— Eu espero que não coloque merda na cabeça dela.
Ela não disse nada, e saiu.

Me lembro de como eu era com a minha mãe, vivia atrás dela, atrás de seus abraços e beijos carinhosos, eu a amava muito. Mas depois do que Alessandro me fez, depois de tudo que eu passei me tornei quem meu pai queria que eu fosse. Uma pessoa inapto a sentir remorso, amar ou qualquer sentimento bom. Os sentimentos que eu sentia pela minha mãe ele conseguiu tirar, o amor enorme que eu sentia seu foi, foi quebrado. Mas as únicas mulheres que tiveram o meu amor são a minha mãe e a minha irmã, nenhuma mulher terá o meu amor, esse sentimento não existe mas dentro de mim, não consigo amar, e nem quero, é um sentimento que nós enfraquece. Minha mãe sempre terá o meu respeito, pela mulher que ela é, e o quanto importa foi, e é na minha vida.

Chamei Lorenzo na minha sala, estava na empresa. Tenho uma empresa automotiva, multibilionária. Nas horas que não estou matando, torturado, comandando a ‘Ndrangheta, pago de CEO pra sociedade. A empresa também serve pra máscara algumas coisas erradas que fazemos.

Como dá aonde tiro a minha fortuna. Mas com a empresa ficamos mais ricos, a empresa ganho prêmios pelo nossos carros esportivos, foram vários.
Lorenzo entra na sala com um sorriso enorme na cara, mas logo some quando percebe que estou a ponto de matar um.

— Que cara essa?

— Você sabe aonde a nossa mãe está agora?
Ele franze a testa.

— Em casa.
Ele da de ombros.

— Ela está na porra da minha casa Lorenzo.
Grito e dou um tapa na mesa.
O olho furioso.

— Você sabe que uma hora ou outra ela iria descobrir.

— Ela ia descobrir porque eu iria contar, na hora que eu decidisse ser melhor. Não descobrir por você.

Inclino meu corpo pra frente olhando pro seus olhos.

— Já te avisei uma vez, não vou avisar novamente. Tudo que diz respeito a Emma, sou eu que tem que resolver, não você, fica longe dela.
Ele não desviar o olhar, o sustenta.

— Você trouxe pra essa merda de vida, foi você que fodeu com a vida dela. E não quer abrir mão dela, você é a porra de um obcecado, e isso não vai acabar bem, mas ela faz parte da nossa família agora. Vou protegê-la com faço com você, com nossa mãe....vou protegê-la até mesmo de você.

Trinco o maxilar, me contestando pra não voar em cima dele.

— Se você encostar um dedo nela eu te mato Lorenzo.
Ele da um sorriso de lado.

— Não esperaria menos de você irmão. Se isso é tudo, tenho uns filhos da puta me esperando para serem torturados.
Ele se levanta e vai até a porta, mas quando chega na mesma para.

— Matteo! Eu não sei oque você sente por ela, mas sei que sente algo. Mas você tem que colocar nessa sua cabeça doentia que ela é só uma garota que mal começou a vida, que está assustada com tudo isso. A mamãe vai fazer bem pra ela, não a impeça de vê-la.
Não respondo.

Fico o resto do dia pensando na Emma. Ligue para casa, para perguntar como ela estava, Mariana me diz que ela está bem, que estava conversando com a minha mãe, isso me deixou puto. Não queria minha mãe envolvida nisso, não queria ela perto da Emma, não agora. Porque sei que ela uma hora ou hora iria ter contato com ela, já que não pretendo deixar a Emma ir embora.

Quando estou saindo encontro com Santiago, com um olhar sério, sei quando começa a abrir a boca não irei gostar.

— Que porra que aconteceu dessa vez?
Ele respira fundo.

— Descobri que o tutor da Emma, Carter Williams está procurando por ela, por conta própria.
Respiro fundo, tentando me controlar.

— Dá um jeito nisso.

— Como você quer que eu faça?

— Não podemos matá-lo. Ele tenhe que parar de procurá-la.

— Ele só vai parar se encontrá-la, viva ou morta.

— Então ele vai encontrá-la morta.
Ele franze a testa.

— Como?

— Arrumei alguma garota parecida com ela.

— Um cadáver.

— Se não encontrar morta, arrume viva, e a mate. Só resolva isso, antes que me traga mais problemas.
Ele assenti.

— Quando encontrá-la me avise, quero vê-la.

— Sim.

Quando cheguei em casa, fui procurar a Emma, como sempre estava na biblioteca lendo. Fiquei da porta a observando, seus olhos atentos nas páginas, seu rosto tranquilo. Depois de uns minutos vou chegando perto de devagar, ela nem percebe a minha presença. Só percebe quando me sento a sua frente, ela arregala os lindos olhos tomado um susto.

— Você me assustou.
Ela diz com voz suave e baixa.

Ela não me encara, olha pro livro em suas mãos. Sua respiração estava alterada.
Me inclino pra frente e levo a mão até seu queixo ea faço olhar pra mim. Passo o polegar em seu lábio, me controlo para não avançar em cima dela, e tomar sua boca. Me afasto dela, me levanto indo até a janela.

— Minha mãe esteve aqui.

— Eu gostei dela. Ela foi muito gentil comigo.
Responder timidamente.

Me viro pra olhá-la.

— E-eu posso vê-la mais vezes?—Ergo a sobrancelha.

— É que foi bom conversar com ela.
Ela dá um sorriso fraco.

— Não...

— Por favor Matteo.
Analiso seu rosto por uns minutos, mas acabo assinto.
Ela me da um sorriso.

— Obrigada.

Porque não consigo dizer um não pra ela!?

Matteo Valentini - Máfia 'Ndrangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora