A Segunda Chance do Alfa

Capítulo 9 - Não vou permitir

***Erdem***

Acordei com uma dor de cabeça pior que a estava antes de vir para o quarto, tenho leves lembranças do que aconteceu, era um sonho, mas também parecia muito real, na verdade, consegui sentir o seu toque e principalmente o seu desespero naquele momento.

Nunca me senti tão impotente como me senti agora, tentei levantar da cama, mas não consegui e quando a Melione e o Hugo entraram no quarto apenas cobri a minha cabeça, na verdade, não consigo ainda acreditar que ela me tocou na minha forma lycana.

Algumas lembranças começam a invadir a minha mente e isso faz o meu corpo se encolher pela dor. Os dois começam a sussurrar alguma coisa, mas isso apenas me irrita ainda mais e acabo rosnando para eles se calarem e me deixar em paz.

— Você precisa de mim, não sei ainda como conseguiu ir para lá — a Melione puxa as minhas cobertas colocando a mão na minha testa — Ele está queimando em febre.

Ela nem terminou de falar e o Hugo já me puxou da cama e me jogou dentro da banheira ligando a água gelada. Eu juro que se tivesse força eu teria enforcado ele, já que a Melione apenas tocou no meu peito fazendo a febre ir embora, mas agora estava todo molhado, com o corpo doendo e congelando de frio.

— Não toque em mim — rosno para o Hugo que vem na minha direção enquanto a Melione segurava a risada.

— Pode buscar algo quente e forte para ele comer? Quer dizer, pode trazer uma sopa com bastante legumes e carne? Fraca no sal — a Melione vai empurrando o Hugo para fora do quarto, mas não me aguentei e comecei a rir baixo quando ela especificou o que era para ele trazer.

Ela veio na minha direção e fecha a porta jogando uma toalha na minha direção. Mesmo devagar tomei um banho quente no chuveiro mesmo e enrolado na toalha saio sem levantar o olhar, apenas pego uma roupa no armário e volto para me trocar, já que a Melione ainda estava ali olhando para fora apoiada na janela.

Assim que saí do banheiro ela e o Hugo já estavam me esperando e comecei a me questionar quanto tempo demorei dentro daquele banheiro, o olhar do Hugo para mim ainda era intenso e demonstrava a sua preocupação.

— Como conseguiu? — a voz da Melione era baixa, agradeço imensamente por isso.

— A minha cabeça parece que vai explodir, pode ser mais específica?

— Você saiu do corpo sozinho, se materializou a sua alma ou essência em outro lugar enquanto o seu corpo ficou jogado aqui no chão.

— Merda, eu jurava que havia caído na cama — ela negava com a cabeça suspirando — Escutei uma voz me mandando correr para o quarto...

— De quem? — apenas o meu olhar foi o suficiente para ela se calar e entender que não faço ideia de quem seja — Você se alimentar, o que você fez é algo que desgasta muito e sinceramente não sei como a magia lhe permitiu isso.

— O Erdem vem de uma linhagem pura e honrada — o Hugo acaba respondendo no meu lugar e isso foi o suficiente para Melione.

Ela sabe o preço que a magia cobra para a sua utilização e também como pode ser poderosa quando se tem amparo dos seus ancestrais. Isso gerou um silêncio no quarto enquanto ela me forçava comer.

— Se ele se materializou somente com a sua essência... — a voz do Hugo foi sumindo no final, a Melione concordou com a cabeça ainda tentando entender, por isso o seu olhar intercalava entre nós dois.

— Aquele monte de merda do noivo dela — respiro fundo tentando controlar a minha raiva, mas o grito abafado na Melione deixou claro que não estava conseguindo — Ele iria abusar dela, então o joguei longe.