Capítulo 114

13 4 9
                                    

***Melione***

Tem algumas noites que não consigo mais dormir sem estar agarrada ao Hugo, assim que ele se afasta, um pesadelo de uma garotinha sendo perseguida invade a minha mente e isso me fez acordar gritando.

Foi exatamente por isso que descobri que estava grávida, provavelmente foi a forma como a Durga foi morta e agora, com ela no meu ventre, estou acessando os seus medos e sentimentos.

Não vou negar que o tempo que passo com o Lior me deixa mais calma. No dia em que ele acertou a Kenina como se fosse um pino de boliche, eu fiquei preocupada de que ela me proibisse, já que para a Nina, o Lior é apenas uma criança e não um diabinho.

Isso me fez sorrir, afinal ela não só me aproximou como me chamou para ajudar nas mais altas travessuras. Por ele ser pequeno e rápido, ele entrou em uma audiência do conselho e saiu sem ser notado.

Claro que todos perceberam que ele passou por ali quando não conseguiram sair do local, alguns estavam com os pés colados e outros apenas as roupas. O Erdem pedia desculpas enquanto gargalhava, já que ele estava com os pés colados também.

Nem todos aceitaram as brincadeiras muito bem e foi nesta hora que me posicionei como a tia que chega na voadora, mesmo que ele não precise. Porém, nem o Erdem e nem a Nina se opuseram quando fui em sua defesa.

— Vai me contar o que está acontecendo? — a voz da Kenina era calma e baixa, já que o Lior estava dormindo agarrado na minha barriga.

— Eu...

— Nem se atreva a dizer que não é nada, você está com olheiras e, pelo que me lembro, você é a mais dorminhoca que eu, sem contar que está mais agressiva — como sempre, a Nina sabia me pegar em uma omissão.

— Não consigo dormir, sempre o mesmo pesadelo — coloco a mão na minha barriga, tentando transpassar todo o amor que já sinto pela minha Durga — Ela não teve momentos felizes.

— E por que não me falou antes? — em segundos a Kenina tenta afastar o Lior, mas ele choraminga e volta a enfiar o rosto contra a pele da minha barriga — Melione, isso acontece sempre?

— Não, apenas quando não estou com o Hugo e agora percebo que a Durga se acalma quando o Lior fica assim.

— Se assim... eu invadisse... como quem não quer nada — a Kenina me olhava com uma feição tão travessa que não me aguentei e comecei a gargalhar, isso fez o Lior acordar e novamente aquele sentimento tenso voltou.

Enquanto tento acalmar o Lior para voltar a dormir a Kenina começa a andar de um lado para outro, não posso negar que ela é muito guerreira, afinal está há dias com o Lior e suas brincadeiras que não passam de treinamentos. Ninguém mais chegou perto do Lior, a não ser claro eu e o Hugo.

— Meu amor, lembra daquele jogo que fizemos na cabeça do papai? — o Lior que já estava sonolento, se levantou imediatamente sorrindo — Consegue fazer isso com a sua priminha Durga?

— Ela tem medo, mamãe — não sei exatamente sobre o que eles estão falando, mas pelo jeito o Lior já tentou fazer isso sozinho.

— Diga a nossa querida Durga que estou aqui para ajudar no que for preciso — os olhos da Kenina imediatamente inflamaram e isso me fez prender a respiração — Não se atreva a desmaiar, preciso de você consciente, estamos entendidas?

Deu tempo apenas de confirmar com a cabeça, o Lior já encostou a sua testa contra a minha barriga enquanto a Kenina direcionou fios de fogo contra a minha barriga. Isso foi aquecendo e não vou negar que, no começo, foi bem complicado suportar.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora