Capítulo 92

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***Kenina***

O olhar da Ayla demonstrava o quanto ela estava apavorada e tenho que admitir que as circunstâncias não são as melhores. Mesmo assim, ela olhava tudo ao redor com muita curiosidade e, mesmo com algumas fadas a olhando feio, ela não deixou se intimidar.

— Majestade — uma reverência é feita e antes que pudesse começar a reclamar, ela se levanta — Nossa, precisamos preparar o seu ninho.

— Ninho? — pergunto ainda não entendendo os costumes, já que nunca vi isso acontecer na alcateia.

— Sim, um local tranquilo e agradável para ter o seu filho em segurança.

Confirmo com a cabeça, sabendo que esse tempo eu não tenho e agora entendi o porquê de minha mãe se refugiar atrás da cachoeira. A forma como a minha tia me olhou, ela entendeu que ela estava acompanhando não apenas os meus movimentos e também os meus pensamentos.

Pedi para a Ayla me passar como estavam as coisas e para a minha surpresa, a maioria não aceitou a forma como fui tratada e se rebelaram contra o que sobrou do conselho. O Sadik mandou a Ayla se esconder e só sair com o meu chamado.

Foi exatamente por isso que ela não recusou acompanhar as sombras que a buscaram pelo portal, não sabia ao certo que criaturas estavam ali, mas sei que como rainha eles me respeitam e me obedecem sem questionar as minhas ordens.

A minha tia se aproximou me entregando um copo com água, mas antes que eu pudesse pegar a Ayla pegou e tomou quase metade e somente após alguns minutos ela me entrou o copo. Já estava acostumada com isso, mas o olhar das fadas foi impagável.

Elas não estavam confortáveis com a minha presença e isso estava me preocupando, após alguns suspiros a minha tia voltou a me questionar qual foi a ordem dada pela Tiamate o meu olhar cruzou com o da Ayla, nós duas sabemos que a limpeza não vai se limitar apenas li na terra dos guardiões.

— Durante anos tudo foi modificado pelo ganho próprio e portais geram muito poder e exatamente por isso quero devolver o controle a vocês.

— Não nos conhece, como pode ter certeza de que vamos fazer o certo ou se vamos cometer o mesmo erro que eles?

— Simples, ou matar todos que se apossarem do poder a qual não pertence, independente de quem seja, fada, guardião, licano, lobo... não me importa que criatura seja, os portais são passagens e pedidos de socorro, ponto final.

— Onde entra a minha ajuda?

— Aqui — ergo a minha blusa mostrando o brasão, algumas fadas se afastaram ao perceber que ele está cada vez mais nítido e a calda da Tiamate acompanha a minha barriga em forma de proteção.

— Entendi o que tenho que fazer, pode contar comigo — foi fácil demais, ela estava toda relutante até alguns minutos atrás.

— Assim, tão fácil? — a sua gargalhada me deixou em alerta e, quando a Ayla ameaçou a se colocar na minha frente, apenas neguei com a cabeça.

— Você me pediu para te ensinar a governar os portais e será isso que vou fazer, mas devo ressaltar que não fui criada para isso, quem aprendeu tudo e se preparou desde criança foi a sua mãe.

A minha tia pegou um enorme livro que foi entregue por uma das suas fadas e, antes que eu pudesse pegar o livro, o Erdem o pegou, ele se manteve em silêncio esse tempo todo, que até mesmo esqueci que ele estava ali comigo.

Ele mesmo foleou o livro me mostrando alguns pontos, ali entendi que as fadas eram defensoras, mas enquanto os filhos de Tiamate estivesse vivo ele que iria administrar tudo, ou seja, não teria muita escolha a não ser aceitar que iria ficar a frente de tudo.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora